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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ATEU E O À TOA

Ateu e o à-toa
Richard Simonetti
Livro: A Presença de Deus


          Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?

          A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma conseqüência do princípio - não há efeito sem causa. Questão nº 5, de O Livro dos Espíritos

          Se seu pai, prezado leitor, já se transferiu “desta para melhor”, além das sombras do sepulcro, talvez você não esteja em condições de um contato feliz, facultado pela vidência mediúnica.

          Pode faltar-lhe, também, suficiente sensibilidade para perceber-lhe a presença, em eventual visita que lhe faça, pois os que vivem lá não esquecem os que vivem cá.

          Mas, elementar exercício de raciocínio, ao alcance de qualquer criança, lhe dirá que tem um pai, como toda gente. Seria altamente improvável que você houvesse surgido das profundezas do nada...

          E o coração lhe dirá, quando se disponha a ouvi-lo, que o seu pai continua a existir, não apenas na sua saudosa lembrança, mas como individualidade imortal que dos etéreos horizontes espirituais permanece ligado a você.

          É o que ocorre em relação a Deus.

          Há algo de intuitivo que brota do mais íntimo de nossa personalidade, refletindo milenares experiências religiosas, a nos dizer que Deus existe!

          O ateísmo, por isso, é uma aberração. Não passa de mera pretensão da intelectualidade vazia intoxicada pelo orgulho.

          No livro Trovadores do Além, psicografia de Francisco Cândido Xavier, o poeta Alberto Ferreira nos oferece ilustrativa trova:

                Ateu - enfermo que sonha
                Na ilusão em que persiste,
                Um filho que tem vergonha
                De dizer que o pai existe.

          ***

          Em Espíritos evoluídos a consciência da presença de Deus é tão intensa que se manifesta desde as experiências mais singelas da infância.

          No prefácio do livro Renúncia, psicografia de Francisco Cândido Xavier, o Espírito Emmanuel reporta-se aos seus primeiros contatos com Alcione, a personagem central da história.

          Ainda uma menina, caminhava com o Padre Damiano, bondoso sacerdote que a orientava.

          Com encantadora simplicidade, perguntava-lhe:

          – Padre Damiano, quem terá feito as nuvens, que parecem flores grandes e pesadas, que nunca chegam a cair no chão?

          – Deus – minha filha – dizia o sacerdote.

          Mas, como se no coração pequenino não devesse existir esquecimento das coisas simples e humildes, voltava ela a interrogar:

          – E as pedras? - quem teria feito as pedras que seguram o chão?

          – Foi Deus também.

          Então, após meditar de olhos mergulhados no grande crepúsculo, a pequenina exclamava:

          – Ah! como Deus é bom! Ninguém ficou esquecido!

          E era de ver-se a sua bondade singular, o interesse pelo dever cumprido, dedicação à verdade e ao bem.

          Sobre sua atuação inesquecível, na edificação de afeiçoados seus, destaca Emmanuel:

          Creio mesmo que ela nunca satisfez a um desejo próprio, mas nunca foi encontrada em desatenção aos desígnios de Deus. Jamais a vi preocupada com a felicidade pessoal; entretanto, interessava-se com ardor pela paz e pelo bem de todos. Demonstrava cuidado singular em subtrair, aos olhos alheios, seus gestos de perfeição espiritual, porém queria sempre revelar as idéias nobres de quantos a rodeavam, a fim de os ver amados, otimistas, felizes.

          Alcione foi um anjo encarnado, em trânsito pela Terra, com a tarefa gloriosa de ajudar a um grupo de Espíritos ligados ao seu coração.

          A nobreza de caráter que a distinguia e sua estreita sintonia com os ensinamentos de Jesus fariam dela uma figura inesquecível, beneficiando a todos os que cruzavam seu caminho com valores de um conhecimento espiritual incomparável e de comovente dedicação ao próximo.

          Era ela própria a representação marcante da presença de Deus.

          ***

          Curiosamente, encontramos pessoas de boa índole, generosas e esclarecidas que, não obstante, por razões inabordáveis, mostram-se incapazes de reconhecer essa realidade.

          Tendo em vista seus méritos, Deus vem em seu auxílio, oferecendo-lhes experiências renovadoras, que surgem à maneira da Estrada de Damasco que marcou a conversão de Paulo de Tarso ao Cristianismo.

          A propósito há a edificante história de um farmacêutico, dono de uma farmácia de manipulação.

          Era um homem bom, cumpridor de seus deveres, de princípios retos, mas que simplesmente não encontrava espaço em suas cogitações íntimas para a existência de Deus.

          Certa feita, fechava mais cedo a farmácia, em virtude de um compromisso, quando entrou uma menina.

          – Sinto muito, minha filha. Estou de saída...

          – Por favor, senhor farmacêutico, é muito importante. Trago uma receita para minha mãe. Está gravemente enferma. Deve tomar o remédio imediatamente. Corre risco de vida!

          Vendo-a tão aflita, o farmacêutico decidiu atendê-la.

          Apanhou a receita, foi ao laboratório e rapidamente preparou o remédio com a mistura recomendada.

          A menina agradeceu e partiu, apressada.

          O bom homem voltou ao laboratório para guardar o material usado.

          Estarrecido, verificou que na pressa havia trocado vidros, usando uma substância extremamente tóxica que, se ingerida pela mulher, provocaria sua morte.

          Apavorado, correu à entrada da farmácia, olhou a rua em todas as direções, foi até a esquina... Não mais viu a menina.

          Tentou entrar em contato com o médico que indicara o medicamento. Não o encontrou.

          O tempo passava, célere. Em breves momentos a menina chegaria em casa.

          Atormentado, sentindo-se na iminência de converter-se num criminoso, matando a pobre mãe com seu descuido, caiu de joelhos e, erguendo o olhar, falou, suplicante:

          – Deus, se você existe, realmente, ajude-me, por misericórdia! Não quero transformar-me num assassino!

          E derramou-se em lágrimas, repetindo rogativas àquele Deus em que não acreditava, mas que era sua última esperança.

          Assim ficou por vários minutos, até que alguém tocou em seus ombros.

          Voltou-se e, num misto de espanto e alívio, viu que era a menina de retorno.

          – Ah! senhor farmacêutico, uma coisa terrível aconteceu. Tão afobada eu estava a correr, na ânsia de levar o remédio para minha mãe, que caí, não sei como. O vidro escapou-me das mãos e se espatifou. Não tenho dinheiro para outra receita. Por favor, atenda-me, em nome de Deus!

          O farmacêutico suspirou emocionado:

          - Sim, sim, minha filha! Fique tranqüila! Eu lhe darei o remédio, em nome de Deus!

          Preparou uma nova receita, agora com infinito cuidado, sem pressa. Entregou o medicamento à menina.

          – Deus lhe pague, senhor farmacêutico!

          – Vá com Deus, minha filha! Deus a abençoe!

          E nunca mais o nome de Deus saiu de seus lábios, nem de seu coração.

          ***

          No desdobramento de nossas experiências acabamos todos reconhecendo a Presença Divina. É algo muito forte em nós. Mesmo entre os piores criminosos e viciados dificilmente encontraremos gente negando essa realidade.

          O problema da Humanidade, longe de ser o ateu é o à-toa.

          Releve-me a expressão, leitor amigo.

          Não pretendo enquadrá-lo, até mesmo porque o heróico esforço de enfrentar este precário exercício de literatura espírita situa você acima do mortal comum, este sim, à-toa no sentido da indolência, da indiferença em relação aos objetivos da existência humana.

          Quando os homens se derem ao trabalho de refletir um pouco sobre o significado da presença de Deus nos Universo, a exercitar a Justiça Perfeita, dando a cada um segundo suas obras, como ensinou Jesus, não mais veremos gente à-toa.

          Haverá apenas gente à toda, em pleno empenho por transformar a crença em Deus numa gloriosa existência com Deus!


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    Re: Histórias que trazem Felicidade (Richard Simonetti)...
    « Responder #12 em: 22 de Fevereiro de 2011, 13:40 »
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    Os Deuses e o Destino


    Richard Simonetti
    Livro: Luzes no Caminho


        Historiadores não estão certos de que ele tenha existido.

        Não obstante, são atribuídos à sua lavra os dois maiores poemas épicos da antiga Grécia:

        A Ilíada, que exalta as proezas do herói Aquiles, na última etapa da guerra de Tróia.

        A Odisséia, que narra as aventuras de Ulisses, rei de Ítaca, marido de Penélope.

        Trata-se, como o leitor já percebeu, de Homero, o poeta supostamente cego que teria vivido no século IX a.C.

        ***

        Em Revista Espírita, novembro de 1860, Allan Kardec reporta-se a uma comunicação mediúnica assinada por Homero.

        O poeta se identificou dando informações relacionadas com sua infância em Mélès, razão pela qual era chamado Mélèsigène, fato que Kardec desconhecia e que confirmou depois.

        O médium era de poucas letras e não tinha nenhum conhecimento a respeito do autor da mensagem.

        São detalhes importantes para autenticar a manifestação.

        Kardec indagou se os poemas, como os conhecemos hoje, são fiéis aos originais.

        – Foram trabalhados – informou Homero.

        Bem de acordo com as pesquisas atuais.

        Supõe-se que, originariamente, os dois poemas pertenceram à tradição oral. Isso implicava em alterações freqüentes, não apenas quanto à forma, mas ao próprio conteúdo, na base do velho “quem conta um conto aumenta um ponto”, até que se fixassem os textos definitivos.

        ***

        Apesar desses senões, a figura de Homero ganha consistência na força daqueles poemas, que se apresentam como vigoroso panorama da cultura helênica.

        Destaque-se dois aspectos fundamentais:

        Primeiro, a visão antropomórfica.

        Os deuses são situados como seres caprichosos que, inspirados em paixões e desejos, interferem freqüentemente nas ações humanas.

        A própria guerra de Tróia, que serve de cenário para A Ilíada, teve início por causa de uma disputa entre as deusas Hera, Afrodite e Atena, a saber qual a mais bela.

        O príncipe Páris foi chamado a decidir. Escolheu Afrodite, que o seduziu com a promessa de que lhe daria por recompensa a mais bela mulher do mundo.

        A deusa não teve nenhum constrangimento em relação a pequeno detalhe: a prometida era casada, esposa de Menelau, rei de Esparta.

        Com suas artes Afrodite ajudou Páris a raptar Helena.

        Liderando a reação dos gregos, Menelau iniciou a guerra para resgatar a rainha.

        O outro aspecto diz respeito à instabilidade de suas personagens lendárias, em contraditório comportamento:

        De um lado, ideais de nobreza, inspirando ações heróicas e meritórias.

        De outro, fraquezas a se exprimirem em ódios e paixões, capazes de gerar ações torpes e más.

        A narrativa de Homero transcende a cultura helênica, reportando-se à própria humanidade, com suas virtudes e mazelas.

        ***

        Como sempre acontece em relação à cultura grega, temos nos dois poemas épicos uma representação mitológica da realidade.

        O Olimpo, monte grego nas proximidades do golfo de Salonica, seria a morada dos deuses.

        O mundo espiritual é bem mais amplo.

        Projeta-se em outra dimensão, que interpenetra a nossa, colocando-nos em contato permanente com seres espirituais que, à semelhança dos deuses, nos observam, acompanham, inspiram e influenciam.

        Somos, não raro, joguetes de Espíritos que, qual o faziam os habitantes do Olimpo, imiscuem-se em nossos pensamentos, ações e iniciativas, exercitando seus caprichos e explorando nossas fraquezas.

        Sob sua ação, de acordo com nossas tendências, revelamos indesejável ciclotimia, alternando bons e maus momentos, boas e má ações, pensamentos virtuosos e viciosos, ao sabor das circunstâncias, como as personagens mitológicas.

        Mas os próprios deuses sabiam que acima de seus caprichos estava um poder supremo, que chamavam destino, a cujos desígnios não podiam furtar-se.

        O destino exprime a vontade de Deus, Senhor da Vida, o pai de amor e misericórdia revelado por Jesus.

        O Criador tem objetivos bem definidos a nosso respeito, que vamos conhecendo na medida em que amadurecemos.

        Nesse mister, algo já sabemos:

              • A Terra – nossa escola.
              • A dor – nossa mestra.
              • As dificuldades – nossos estímulos.
              • Os problemas – nossos desafios.
              • O Bem – nosso caminho.
              • O mal – nosso desvio.
              • A perfeição – nosso destino.

        Assim, paulatinamente, nos habilitaremos a superar a influência dos “deuses” submetendo-nos aos abençoados desígnios de Deus.


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      « Responder #13 em: 22 de Fevereiro de 2011, 15:14 »
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      Entrevista de Richard Simonetti sobre o Apocalipse

      Apocalipse


      Richard Simonetti

          1 – Que significa o termo apocalipse?

          Vem do grego apokálypsis. Significa revelação. Há vários apocalipses no Velho Testamento. O mais conhecido é o último livro do Novo Testamento, atribuído a João Evangelista. Trata de acontecimentos relacionados com o final dos tempos, com revelações que o apóstolo teria obtido por meio de visões.

          2 – Estudiosos dizem que há ali a revelação de grandes hecatombes e guerras que dizimarão a Humanidade neste milênio. O Mundo vai acabar?

          Certamente, sim, mas vai demorar um pouco… perto de seis bilhões de anos, quando o Sol agonizar. Em seus estertores crescerá desmesuradamente, engolindo os planetas de nosso sistema. Até lá Deus arranjará outro lugar para morarmos.

          3 – João fala de um final dos tempos marcados por fogo. Não seria uma referência a uma hecatombe nuclear?

          As previsões de João são muito nebulosas, simbólicas, ao gosto de cada intérprete, de tal maneira que podemos situá-las em variadas épocas da História. Alguns exegetas, talvez mais acertadamente, concebem que João reportava-se a eventos de seu tempo, quando os romanos, sob o comando do general Tito, incendiaram Jerusalém, não deixando pedra sobre pedra, promovendo a dispersão dos judeus, a chamada diáspora.

          4 – Como podemos encarar o assunto, à luz do Espiritismo?

          A Doutrina é bem clara ao nos alertar quanto à separação do joio e do trigo, os bodes das ovelhas, a que se referia Jesus, com a promoção de nosso planeta, na sociedade dos mundos. Deixaremos a condição de planeta de provas e expiações, onde o egoísmo predominante gera os males humanos, para planeta de regeneração, em que consciências despertas para os objetivos da existência elegerão os serviços do Bem por norma de conduta.

          5 – Pela conturbação atual, com o clima de violência que se instala na sociedade humana, podemos dizer que é chegado o momento dessa separação, a fim de que os justos não sejam esmagados pelos injustos?

          Considerando a afirmativa de Jesus, no Sermão da Montanha, Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra, seria complicado operar essa separação agora. Certamente nosso planeta ficaria semi-deserto, porquanto raros venceram a agressividade inerente ao comportamento humano.

          6 – E como fica a previsão que os Espíritos Superiores fazem com relação à civilização cristianizada que deverá estabelecer-se na Terra neste milênio?

          Como dizia Chico Xavier, um milênio tem mil anos. Temos muito tempo pela frente, até que ocorra essa realização grandiosa, com a adesão humana aos princípios do Evangelho. Deus não tem pressa.

          7 – Com o desenvolvimento dos recursos tecnológicos, no terreno bélico, não demorará muito tempo e estaremos mergulhados num conflito atômico, de conseqüências devastadoras. Não estaria aí o apocalipse, promovendo a morte de considerável parcela da Humanidade, para que ocorra o grande expurgo?

          Há uma tendência de imaginar que o Reino de Deus será precedido por hecatombes naturais ou provocadas pelo homem, dizimando grande parcela da Humanidade. Não há necessidade de nada disso. Quando chegar a hora, quando os poderes que nos governam considerarem que há suficiente número de habitantes que conquistaram a mansuetude, o expurgo será feito naturalmente, atendendo aos ditames da Natureza. Ela nos transfere, inelutavelmente, para o mundo espiritual, a cada experiência reencarnatória, dentro de limites que normalmente não ultrapassam os cem anos. Isso significa que em um século será completado o expurgo, quando chegar a hora, sem violência.

          8 – O que pode ser feito para tornar mais rápido o processo de transformação da Humanidade, com a edificação de uma sociedade melhor, um mundo de mansuetude?

          Combater o materialismo, não apenas a convicção materialista, exercitada por uma minoria, mas a pior forma, que é o comportamento materialista, exercitado por multidões que dizem acreditar em Deus e na sobrevivência da alma, mas de forma superficial, que não se reflete em seu comportamento. Enquanto as pessoas não tiverem convicção de que a vida continua e de que colheremos, inexoravelmente, as conseqüências de nossas ações, após a morte, o mundo continuará agitado como o vemos. Nesse aspecto, a Doutrina Espírita é a grande benção, descerrando a cortina que separa o plano físico do espiritual, conscientizando-nos de nossas responsabilidades, ante a certeza da vida que não acaba nunca e onde nunca está ausente a justiça de Deus
      .



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        Re: Histórias que trazem Felicidade (Richard Simonetti)...
        « Responder #14 em: 23 de Fevereiro de 2011, 16:12 »
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        A Paz e a Boa-vontade

        Richard Simonetti

            01 – Qual o significado do natal?

            A anunciação dos anjos, na noite sublime, define bem: paz na terra aos homens de boa vontade. Jesus nos trouxe o roteiro para a paz em seus ensinamentos transcendentes, destacando-se a gloriosa revelação de que Deus é o nosso pai, de infinito amor e misericórdia, que trabalha incessantemente pela felicidade de seus filhos.

            02 – Por que a paz é tão importante?

            É o tempero da felicidade. Sem ela de nada adiantam dinheiro, poder, prestígio, fama… um coração em paz é mil vezes mais importante, em favor da felicidade, que todas as glórias do mundo.

            03 – Não obstante a disseminação da mensagem cristã, os homens permanecem distanciados da paz. Os corações atormentados, os lares desajustados, a sociedade sem rumo, a economia precária, os países em litígio… Por quê?

            É que a paz não é uma concessão gratuita de Deus, um favor da vida. A afirmação dos anjos é muito clara. É preciso ter boa vontade, infelizmente um produto escasso na sociedade terrestre.

            04 – Como definir a boa vontade?

            Seria ter a vontade de ser bom, no sentido de empenhar-se pela superação de mazelas e imperfeições, cultivando os valores evangélicos. Superar, sobretudo, o comportamento egoístico, cultivando espírito de serviço. Por falta desse esforço prevalecem os atritos, os desentendimentos, os interesses pessoais, gerando a conturbação nos lares e na sociedade.

            05 – Agindo assim não estaremos em desvantagem num mundo onde as pessoas centralizam ações em torno de suas conveniências e interesses, “cada um por si e os outros que se danem”?

            Esse é o grande problema. Estamos tão envolvidos com essa maneira de ser que qualquer concessão à boa vontade nos parece mera subserviência, algo passível de nos colocar em desvantagem. Nota-se isso desde o comportamento infantil. Raras crianças dividem brinquedos ou participam dos serviços do lar “numa boa”. Sentem-se prejudicadas. ainda não internalizamos a idéia fundamental no cristianismo – Devemos guardar fidelidade ao bem, buscando por inspiração a consciência, por orientação o empenho de servir e por recompensa a satisfação pelo dever cumprido.

            06 – Que dizer daqueles que buscam paz em si mesmos, fugindo do convívio social, evitando envolver-se com os males do mundo?

            Ninguém se basta a si mesmo. Seres sociais, fomos programados para a convivência, como está em o Livro dos Espíritos. Somos, por isso, interdependentes. Paz isolada é uma ilusão que nos prende à aridez da solidão, com todas as neuroses que lhe são inerentes. A verdadeira paz está do outro lado. O próximo é a ponte.

            07 – Qual a contribuição do espiritismo em favor da boa vontade?

            Kant concebia a boa vontade como algo que deve nos mover por consciência de dever, com abstração de quaisquer outros motivos. Devemos cultivar a bondade porque é o certo, o justo, o verdadeiro, observados os ideais mais nobres que pairam acima das limitações humanas. É bem o pensamento espírita a respeito do assunto. O espiritismo é ainda mais incisivo. Oferece-nos uma visão do mundo espiritual, onde nos aguardam as conseqüências da má vontade, quando, orientados pelo egoísmo, causamos prejuízos ao próximo por ação nociva ou omissão irresponsável.

            08 – Qual a comparação que se poderia fazer entre Jesus e o espiritismo, nos domínios da boa vontade?

            Jesus nos convidava ao bem. O espiritismo demonstra ser indispensável que cultivemos a bondade, porquanto estamos submetidos a um mecanismo de causa e efeito, que fará repercutir, inexoravelmente, em nossa vida, o que fazemos à vida do próximo. Assim, se queremos a paz, mister que a semeemos ao nosso derredor, com a força do bem, exercitando a boa vontade não apenas em alguns dias de dezembro, ante a mística do Natal, mas em todos os dias de nossa vida, num glorioso nascimento para as luzes do Cristo.


        Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/espiritismo-jovens/patrimonio-inutil-(richard-simonetti)-baseado-numa-fabula/#ixzz3vABwj2id

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