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terça-feira, 8 de novembro de 2016

A PARTE MAIS IMORTANTE DO CORPO

    A Parte Mais Importante do Corpo

    Qual será a parte mais importante do corpo? Eis uma questão, com certeza, de difícil solução. Pois, uma mãe muito jovem perguntou a seu filho, um dia, exatamente isso.
    O menino pensou um pouco e se lembrou de como o som é importante para os seres humanos, permitindo a audição da voz humana e dos sons dos animais, do vento, da chuva, da música. Por isso, respondeu:
    “Minhas orelhas”, mãe.
    “Não, você não acertou. Mas, não se preocupe. Continue pensando no assunto. Em outra oportunidade, volto a lhe perguntar.”
    Algum tempo se passou até que a mãe tornou a fazer a mesma indagação. O garoto, que desde a sua primeira tentativa de resposta, frustrada, pensara muito no assunto, respondeu logo:
    “Mãe, a visão é muito importante para todos. É ela que nos permite vislumbrar a beleza das cores, o rosto dos nossos amores, as cenas dos filmes, do teatro. Então, a parte mais importante do corpo são os nossos olhos.”
    “Você está aprendendo rápido”, disse a mãe, “mas a resposta ainda não está correta. Pode-se viver sem a visão dos olhos. Pense em quantos cegos existem pelo mundo.”
    O menino não desistiu e continuou a sua busca pela resposta, ao longo do tempo. Vez ou outra, a mãe voltava à carga e a cada resposta dele, ela frisava:
    “Não, não é esta parte a mais importante. Mas você está ficando mais esperto a cada ano, minha criança.”
    O tempo passou e um dia, morreu o avô do menino. Todos ficaram tristes. Ele era muito amado. Todos choraram. O jovenzinho viu seu pai chorar. Aquilo o marcou porque era a segunda vez, em sua vida, que via seu pai chorar.
    Então, sua mãe olhou para ele, quando ele se aproximou do caixão para, de sua intimidade, dirigir um até logo mais prolongado ao avô.
    E ela perguntou:
    “Filho, agora você já sabe qual a parte do corpo mais importante?”
    O rapaz ficou chocado. Aquele não era um momento próprio para fazer aquela pergunta. Mesmo porque, desde a infância, ele sempre levara tudo aquilo à conta de um jogo entre ele e sua mãe. Um jogo que ele pensava ganhar um dia, quando descobrisse a resposta correta.
    Mas, aquele momento era de muita dor para se pensar em jogo. Ainda confuso, ele ouviu a mãe ponderar:
    “Esta pergunta é muito importante. Mostra como você viveu realmente a sua vida. Para cada parte do corpo que você citou no passado, eu lhe disse que estava errado. Mas hoje é o dia que você necessita aprender esta importante lição.”
    Ela olhou o filho daquele jeito que somente uma mãe pode fazer. Havia lágrimas em seus olhos, quando falou:
    “Meu querido, a parte do corpo mais importante é seu ombro.
    “Por que eles sustentam minha cabeça?”
    “Não, filho. É porque pode apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram.”
    Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento de sua vida, meu querido.
    Eu espero que você tenha bastante amor e amigos. E que tenha sempre um ombro disponível se acasoprecisarem chorar.
    Pense nisso!
    As pessoas poderão esquecer do que você disse, depois de algum tempo. Mesmo porque, quase sempre não nos habituamos a escutar com o coração e a memória nos trai.
    As pessoas poderão esquecer do que você fez, com o passar dos anos. A memória da gratidão costuma empalidecer no decurso dos anos.
    Mas as pessoas nunca se esquecerão de como você as fez sentir, da amizade que ofertou, da emoção que proporcionou, da solidão que preencheu, do amor que semeou.

O BEM QUE ME FAZ

    O Bem que se Faz

    Quando a ingratidão te bater à porta, não digas: nunca mais ajudarei a ninguém! Quando a impiedade daqueles a quem beneficiaste chegar ao teu lar, não exclames: para mim, chega!

    Não sofras e nem te arrependas de ter ajudado.

    Nem reclames: e eu que lhes dei tudo!

    Não retribuas mal por mal, pois que assim, vitalizarás o próprio mal.

    bem que se faz a alguém é sempre luz que se acende na intimidade.

    Naturalmente, gostarias de receber gratidão, amizade, compreensão. Todos apreciamos experimentar os frutos da gratidão.

    Pensa que a árvore jamais pergunta a quem lhe colhe os frutos para onde os carregará ou o que pretende fazer deles.

    Ela se felicita por poder dar. Por se multiplicar através da semente que, atirada ao solo, o abençoa com novas dádivas de alegria.

    Segue-lhe o exemplo.

    Teus frutos bons, que produzam bons frutos além...

    Tuas nobres tarefas, que se desdobrem em tarefas superiores mais tarde.

    Fica com a alegria de fazer, de doar. Nunca com a idéia de colher reconhecimento ou gratidão.

    Porque esperar gratidão pode ser também uma espécie de pagamento.

    Sê tu sempre grato, mas não esperes pelo reconhecimento de ninguém.

    bem que faças, viajando sem parar em muitos corações, espalhará luz no longo curso da tua vida.

    Amanhã ou depois, nos caminhos sem fim do futuro, mesmo que não o saibas ou que o tenhas esquecido, esse bem te alcançará, mais formoso, mais fecundo.

    Assim, prossegue ajudando sempre. Observa como age a natureza:

    O rio não cogita de examinar as bênçãos que conduz em suas águas, nem interpela o solo por onde segue.

    Deixa-se jorrar, beneficiando a terra, a agricultura, as gentes.

    O perfume, bailando no ar, nada pede para se espalhar até onde possa.

    O grão não espera nadaalém de ser triturado, para se converter em alimento.

    O sol não escolhe lugar para visitar com luz, calor e vida.

    A chuva não tem preferência por onde espalhar vitalidade.

    Todos cooperam em nome da divindade, sem exigências e sem reclamações.

    São úteis e passam. Nada esperam, nada impõem.

    Age desta forma, tu também, e transforma-te num cálice de bênçãos, servindo sempre.

    Se a tristeza te visitar a alma, ante a ingratidão de tantos a quem doaste o que possuías de melhor, recorda o mestre de todos nós.

    Ele disse que estava no meio de nós, como aquele que serve.

    E, tendo derramado o seu amor, plenificando de vida a todos os que dele se aproximaram, recebeu na hora extrema a ingratidão do abandono.

    Mesmo assim, até hoje ele prossegue, convidando: vinde a mim.

    Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao pai senão por mim.

domingo, 6 de novembro de 2016

SEPARAÇÕES

Artigo de Divaldo Franco ► Publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 03/11/2016

Aumenta, consideravelmente, em nossa cultura, a separação conjugal, a desunião matrimonial, a indiferença no relacionamento afetivo.

A solidão toma conta das criaturas tornando-as fantasmas atormentados.

Os sonhos de uma afetividade repleta de bênçãos, constituindo uma família harmônica, cedem lugar a verdadeiros combates domésticos, que culminam em separações lamentáveis.

As facilidades de relacionamentos sexuais descomprometidos, a ausência de pudor que predomina em quase todas as esferas sociais, tornaram o amor descartável, de breve duração e sem maturidade para suportar os desafios existenciais. É surpreendente a ocorrência, quando sucede em uniões aparentemente seguras e estáveis, com existência de longo prazo, apresentando-se como “falta de amor”, desaparecimento da empatia e do interesse afetivo na comunhão conjugal.

Dilaceram-se famílias, criam-se traumas de difícil solução em filhos imaturos que não compreendem os problemas dos pais, nem são devidamente informados, muitas vezes lançados pela imprevidência de um deles contra o outro. E passam a conviver com pessoas estranhas, que substituem provisoriamente aqueles que eram o sustentáculo da sua vida, o amor das primeiras horas, o anjo abençoado dos seus dias.

É certo que uma separação pacífica é muito melhor do que uma convivência litigiosa. A verdade, porém, é outra... As separações nascem, quase sempre, de falsa necessidade de novos parceiros, de prazeres fáceis e ligeiros, de fazer-se parte das redes sociais...

A decadência moral que se avoluma, assustadora, prognostica um futuro sem família, filhos órfãos de pais vivos, desinteressados, uma sociedade sem raízes afetivas, assinalada pelos transtornos afetivos e desajustes emocionais.

Um pouco mais de maturidade psicológica e de amor real poderiam modificar esse comportamento, quando as criaturas se dispam do egoísmo, do direito de posse sobre o outro, dando-lhe o direito de ser humano e agir como tal.

DIVALDO P. FRANCO
Professor, médium e conferencista
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