Dionísio, o
Velho (430-367 a.C.), general astuto e hábil, salvou Siracusa do domínio de
Cartago, tornando-se rei.
Sua fama era
péssima.
Impunha-se pela
força e a crueldade.
Não obstante,
tinha seus temores.
Como todos os
tiranos, trazia as barbas de molho; desconfiava de tudo e de todos.
Imaginava-se prestes a ser envenenado ou apunhalado por covardes traidores e
implacáveis inimigos.
Um de seus
cortesãos, Dâmocles, incensava a vaidade do tirano, situando-o como alguém
invejável por suas riquezas e poderes.
Dionísio
dispôs-se a demonstrar-lhe que não era bem assim…
Certa feita o
convidou a tomar seu lugar numa festividade. Seria rei por uma noite, a fim de
experimentar as delícias do poder.
Em plena
euforia, cercado de aduladores, Dâmocles sentia-se o dono do Mundo, ainda que
por breves horas.
Extasiava-se,
quando, ao olhar para o teto, pôs-se trêmulo e apavorado.
Viu uma espada
afiadíssima, suspensa sobre sua cabeça, tendo a sustentá-la frágil crina de
cavalo.
Dionísio
explicou-lhe que essa era sua própria condição.
Permanentemente
ameaçado por incontáveis perigos.
Já que Dâmocles
quisera desfrutar os prazeres do poder por uma noite, experimentaria, também, a
perspectiva apavorante:
A espada poderia
desabar sobre sua cabeça, perfurando-lhe os miolos.
Podemos imaginar
o que foi aquela noite para o pobre cortesão…
***
A espada de
Dâmocles simboliza a precariedade das situações humanas.
Doenças,
dificuldades, problemas, desilusões, amarguras, dores, acidentes, roubos podem
nos atingir inesperadamente.
A própria morte,
não raro, aproxima-se sorrateira.
Age como um
ladrão.
Não sabemos
quando, onde e como se apresentará.
Viver é um
risco. É por isso que muita gente situa-se inquieta, tensa, nervosa, à maneira
do apavorado cortesão.
***
Não obstante,
podemos conservar, em qualquer situação, a capacidade de viver tranqüilos e
felizes.
Basta lembrar
que, acima das contingências humanas, há a presença soberana de Deus, o Senhor
Supremo.
Diz o salmista
(Salmo 23):
O Senhor é o meu
pastor.
Nada me faltará.
Deitar-me faz em
pastos verdejantes.
Guia-me
mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a
minha alma.
Guia-me nas
veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu
ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás
comigo…
Proclama o
apóstolo Paulo (Romanos, 8:31):
Se Deus estiver
conosco, quem estará contra nós?
É exatamente
assim, amigo leitor.
Considerando que
Deus está sempre conosco, não há por que temer absolutamente nada, nem mesmo a morte.
O Senhor nos amparará quando ela nos embarcar, inexorável, no comboio para o
Além, desdobrando-nos novas experiências.
Devemos
considerar apenas uma questão pertinente, algo de que devemos cogitar todos os
dias, ajudando-nos caminhar sem desvios e com segurança:
Estamos com
Deus?
Livro Rindo e
Refletindo com a História
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