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segunda-feira, 26 de maio de 2014

ANTES QUE O GALO CANTE//RICHARD SIMONETTI




1 – Com o lançamento de “Antes que o Galo Cante”, pela editora CEAC-Bauru, você está com 34 livros publicados. Considera-se um escritor consumado?
Longe disso. Sou um operário da palavra, cujas produções exigem estudo, pesquisa e muito esforço. Escrever tem sido para mim um processo permanente de aprendizado, sempre buscando melhorar a forma e o conteúdo.

2 – Nota-se ampla diversidade em sua produção literária – histórias, contos, crônicas, filosofia, religião, pinga-fogo, e até um romance. É intencional ou vai acontecendo?
Diria que toda a minha literatura é intencional, envolvendo a divulgação da Doutrina Espírita. O Espiritismo situa-se numa vanguarda de idéias renovadoras, com extraordinário potencial de consolo e esclarecimento.

3 – Levantamento do IBGE demonstra que os espíritas situam-se num nível cultural acima dos adeptos de outras religiões. O Espiritismo pode ser considerado elitista?
Forçoso reconhecer que o perfeito entendimento dos temas espíritas exige alguma base cultural. Não obstante, podemos trocar tudo em miúdos, colocando a Doutrina ao alcance do leitor não habituado à leitura. É que tento fazer.

4 – Por que o título “Antes que o Galo Cante?”
Ele faz menção à negação de Pedro, na célebre passagem evangélica, envolvendo o Drama do Calvário. Esse livro completa um série de seis sobre a vida de Jesus. Cada um deles reporta-se a um período, ao qual vinculo o título, destacando um episódio. Paz na Terra enfoca desde o nascimento de Jesus até o início de seu apostolado. Levanta-se, primeiro ano de apostolado; Tua Fé te Salvou, segundo ano; Não Peques Mais, terceiro ano; Setenta Vezes Sete, últimos tempos.

5 – Há quem diga que o Espiritismo não tem nada a ver com o Evangelho…
Essa idéia revela desconhecimento dos postulados doutrinários. O livro espírita mais famoso e vendido é O Evangelho segundo o Espiritismo, em que Allan Kardec demonstra que o Espiritismo é um desdobramento do Cristianismo. Na obra mediúnica de Francisco Cândido Xavier, o maior médium psícógrafo de todos os tempos, isso também é ressaltado.

6 – A fonte de seus estudos sobre a vida de Jesus foi o Novo Testamento?
Foi a principal. Muitas outras foram consultadas, envolvendo livros espíritas, católicos, evangélicos, leigos… Busquei abeberar-me, também, na tradição cristã, particularmente os chamados apócrifos, que nos trazem informações que não constam do texto evangélico oficial.

7 – Poderia dar exemplo?
O nome de Salomé, que pediu a cabeça de João Batista, não consta do Evangelho, bem como dos reis magos. Não consta também o episódio envolvendo Verônica, que teria enxugado o rosto de Jesus, quando carregava a cruz, ficando impressa sua imagem no pano. Detalhes assim e muitos outros, omitidos pelos evangelistas, nos permitem uma visão mais completa daqueles dias gloriosos.

8 – E quanto ao Espiritismo? Há informações do Além sobre o Evangelho?
Muitas. Podemos falar de uma historiografia espírita. A partir de notícias colhidas na Espiritualidade, temos uma visão mais clara e completa sobre a epopéia evangélica. O próprio Kardec usou informações desse gênero para escrever comentários evangélicos que estão presentes em toda a sua obra. Nesse aspecto, imperioso recordar esse monumento literário que é Paulo e Estevão, psicografia de Francisco Cândido Xavier, em que o Espírito Emmanuel nos oferece a mais completa, perfeita e emocionante biografia do apóstolo dos gentios.

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