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sábado, 9 de agosto de 2014

O SEMEADOR....

O Evangelho no Lar

Centro Espírita O Semeador

Departamento de Difusão Doutrinária

Implantação do Evangelho no Lar

“Onde estiverem duas ou mais criaturas reunidas em
meu nome, eu entre elas estarei.”
 Jesus (Mateus 18:20)
A vida agitada de hoje dificulta, mais do que nunca, a reunião dos familiares para a troca de ideias, a reflexão em conjunto, a busca de referenciais de pensamento e ação.
Atualmente, não podemos contar sequer com o horário das refeições e cada um vai levando a sua vida. Outras solicitações, como a televisão, roubam os poucos instantes em que estamos juntos.
Comparecer às reuniões de trabalho e estudo na Casa Espírita não é o bastante.  É necessário estabelecer, também em nossos lares, a reunião semanal para a prática do Evangelho no seio da família.
De maneira concisa, podemos, assim, propor como objetivo principal do Evangelho no Lar: a comunhão familiar à luz dos ensinamentos de Jesus. Sendo o Evangelho Segundo o Espiritismo o Código Moral a guiar nossas vidas.
Segundo Richard Simonetti, em seu livro Temas de HojeProblemas de Sempre, no capítulo reservado ao Lar: “A prática do Evangelho é uma forma de reunir a família em torno de um objetivo comum. A comunhão familiar onde todos conversam, trocam ideias, falam de seus problemas, comentam suas atividades à luz dos ensinamentos de Jesus, representa o mais eficiente estímulo para o estreitamento das ligações afetivas, transformando o lar em porto de segurança e paz, com garantia de equilíbrio e alegria para todos.”
A primeira prática do Evangelho no Lar foi realizado pelo próprio Jesus, na casa de Simão Pedro, conforme nos relata o espírito Neio Lúcio no livro Jesus no Lar1. Naquela ocasião o mestre levou todos os presentes a refletirem que, se não conseguissem viver em harmonia no próprio lar, com seus entes mais próximos, como podemos intentar viver em paz fora do lar? Jesus deixava assim um roteiro seguro para nossas vidas e para o fortalecimento dos laços familiares.
Esta reunião semanal da família para o estudo do Evangelho é imprescindível, além dos benefícios já citados, esta prática torna Jesus presença constante em nossos lares, assim como afasta toda influência negativa. André Luiz no livro “Os Mensageiros” nos diz que: “Quando no lar são levantadas paredes espirituais com substâncias sublimes do amor, dedicação e ligação com Jesus, isolando o lar da atmosfera miasmática da crosta, somente entram, nesse ambiente, Espíritos autorizados, mesmo assim, aqueles que o guardam, terão que abrir a porta.” Por isto quando abrimos nossa casa e nosso coração para o Evangelho estamos acendendo a luz no lar e fazendo com que as trevas batam em retirada.
Mas como fazer o Evangelho no Lar?
Primeiramente devemos procurar escolher um dia e hora da semana onde todos ou a maioria possa participar e, a partir daí, todos devem ter o compromisso de estarem presentes no momento combinado. O tempo para realização pode variar, mas 20 a 30 minutos são suficientes para a boa realização do mesmo. No caso do telefone tocar alguém poderá atender e dizer que após o Evangelho tornamos a ligar, caso chegue uma visita, convidaremos o visitante a participar. O importante é manter a disciplina, salvo alguma emergência realmente séria.
A reunião se processará da seguinte forma:
  1. Iniciar a reunião com uma prece simples e espontânea. Em seguida a leitura de um livro de mensagens apropriadas.
  2. Proceder à leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, buscando sempre a essência dos ensinamentos de Jesus e aplicação na vida diária (No Evangelho Segundo O Espiritismo encontramos todos os ensinamentos morais necessários às nossas mudanças de atitudes).
  3. Fazer comentários ao tema lido.
  4. Prece de encerramento: as mesmas recomendações feitas para a prece inicial. Durante a prece emitir vibrações pelo lar onde é realizada a reunião, pelos presentes, familiares, amigos e necessitados, no sentido de harmonia, paz, tranquilidade e equilíbrio.
Observações:
  1. A escolha do local, na casa, deve atender exclusivamente à conveniência do grupo familiar.
  2. Escolher o dia da semana e o horário mais adequado a todos os participantes.
  3. O Livro Evangelho Segundo o Espiritismo deve ser lido e estudado de forma metódica e sequente, para melhor aproveitamento do estudo. Desaconselha-se a sua leitura abrindo o EVANGELHO ao acaso, evitando-se assim, criar crendices supersticiosas, de que assim procedendo, os espíritos abrem na página apropriada para quem o abre, ou para os presentes, pois sabemos que em todas as demais páginas, nos advertem e nos orientam com toda objetividade.
  4. Lembremo-nos de que a Reunião Evangelho no Lar visa possibilitar-nos maiores conquistas morais e espirituais, conseguiremos mais facilmente nossa reforma íntima, através do estudo do EVANGELHO, o que facilita expurgar de nós as crendices e as superstições que ainda nos acompanham e que tanto nos tem prejudicado.
  5. A Reunião para o Evangelho no Lar deve revestir-se da maior simplicidade, sem uso de qualquer forma exterior, o que daria um cunho de liturgia e de ritual, incompatíveis com o ensino de Jesus e da Doutrina Espírita.
Cuidados:
  1. Uma vez escolhido o dia da semana e o horário de realização do Evangelho no Lar, deverá ser respeitado. Assiduidade e pontualidade são importantes para o compromisso com o Plano Espiritual. Nossos Amigos Espirituais que nos visitarão no momento da reunião para o Evangelho no Lar têm seus compromissos, por isto a importância do horário e dia marcados.
  2. Não transferir ou suspender a reunião em virtude de visita inesperada, hóspedes (podendo-se convidá-los a participar da reunião); em caso de viagem marcada, no momento da reunião avisar aos Espíritos amigos da suspensão e, caso haja a possibilidade, efetuar uma prece no dia/hora programado onde estiver.
  3. A reunião não deve ser transformada em sessão mediúnica.
  4. Tomar todo o cuidado para não criar polêmicas, acusações ou desvio para outros assuntos. O momento é de reflexão.
Sugestões:
  1. Pode-se colocar água para ser fluidificada pelos Espíritos presentes, no transcorrer da reunião.
  2. Música suave pode contribuir para melhor harmonizar o ambiente, auxiliando as vibrações e preces.
  3. Quando houver crianças, é recomendável que escolham livros apropriados como “Jesus no Lar”, “Alvorada Cristã”, “O Evangelho da Meninada”…
  4. Podem ser feitas leituras alternativas (livros, jornais e revistas, espíritas) que ofereçam conteúdo adequado à reflexão, conforme os objetivos do Evangelho no Lar.

BIBLIOGRAFIA DE APOIO AO EVANGELHO NO LAR

Na realização do Evangelho no Lar, o grupo familiar deve apoiar-se em obras de conteúdo edificante, que serão comentadas à luz do conhecimento e da moral cristã.
A escolha do livro fica a critério do grupo, que optará por aquele com que mais se afinize e que provoque nos participantes maior interesse em ler e estudar.
Para alcançar o objetivo da reunião, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, tem sido o grande eleito. Nele encontramos as leis morais, universais e eternas, isto é, independentes de cultura, de raça, de religião e de época. São os textos do Evangelho de Jesus, comentados à luz da Doutrina Espírita, que funcionam como bússola, norteando nosso viver de acordo com as leis do Criador.
Além deste, os demais livros da Codificação podem ser utilizados, servindo principalmente à ampliação do conhecimento da Doutrina, como, por exemplo, o Livro dos Espíritos.
Para enriquecer a leitura, visando à reflexão recomenda-se também os livros de mensagens e outros, como, por exemplo: Fonte Viva, de Emmanuel; Palavras de Vida Eterna, de Emmanuel;Estude e Viva, de Emmanuel e André Luiz; Encontro Marcado, de Emmanuel; Luz no Lar, de diversos autores; Sinal Verde, de André Luiz; Calma, de Emmanuel; Roteiro, de Emmanuel;Mais Luz, de Batuíra; Coragem, de diversos autores.
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1
No livro Jesus no Lar, Neio Lúcio conta a seguinte história:
Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação, que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:
- Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia?
O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:
- Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.
Jesus sorriu e perguntou, de novo:
- E o oleiro? que faz para atender à tarefa a que se propõe?
- Certamente, Senhor, redarguiu o pescador intrigado, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.
O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:
- E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?
O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:
- Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não afeiçoará a peça bruta.
Calou-se por alguns instantes, e aduziu:
- Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?
Jesus relanceou o olhar sobre a sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:
- Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disto, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais.
Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:
- Mestre, seja feito como desejas. Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão do lar.
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Muita paz!

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