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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E SEUS CASOS....//MOMENTOS COM CHICO



1. A MEDIUNIDADE DE BILOCAÇÃO.
O potêncial mediúnico de Chico Xavier é quase ilimitado. Emmanuel, seu mentor espiritual, é quem o controla, canalizando-o para o labor psicográfico. As pessoas que já conviveram ou que convivem com o Chico, pôr inúmeras vezes, presênciaram os mais belos fenômenos de efeitos físicos como: transporte de objetos, efeitos luminosos, impregnação de fluidos perceptíveis (perfume, éter), voz direta, materialização, escrita direta e bilocação. Neste último, também conhecido como desdobramento, o espírito do médium afasta-se do corpo, que fica em estado letárgico, e projeta-se à distância, tornando-se visível pela condensação do seu corpo espiritual, podendo falar, impulsionar objetos e tocar nas pessoas.
Vejam agora três interessantes casos de bilocação ocorridos com Chico Xavier. Os dois primeiros foram relatados pôr Maria Fhilomena Berutto e o terceiro pôr Ana Maria Spranger.

1.
(...) Encontrava-se ali o comandante Santinônimo (assim entendemos o seu nome), que nos relatou singular ocorrência. Aterrissara ele seu avião em pequena cidade do interior do Maranhão, a fim de pernoitar e levantar vôo na manhã seguinte. Como a temperatura estivesse elevada, deixou aberta a janela do quarto, pensando fechá-la mais tarde, antes de adormecer, o que não fez, porque adormeceu profundamente. Mais ou menos às 4 horas da madrugada, despertando, lembrou-se da janela aberta. Levantou-se, para fechá-la, mas verificou surpreso, que estava fechada. Estranhou, naturalmente, o fato, mas logo o esqueceu. Semanas depois foi a Uberaba para visitar o Chico, que o recebeu com as seguintes palavras: "Meu caro Santinônimo, que susto você me deu, deixando aberta a janela do hotel. Receoso de que algo lhe acontecesse, fui fechá-la, enquanto você dormia!"

2.
Outro episódio revelador da personalidade espiritual de Chico Xavier, ocorrido pôr ocasião de sua vinda à Capital Mineira para receber, na Secretaria de Saúde, em 8 de novembro de 1974, o diploma de Cidadão de Belo Horizonte. Dia seguinte, visitou a União Espírita Mineira. Após 7 horas de atendimento aos que o procuravam, com a bondade de sempre, fomos surpreendidos com ruidosa manifestação em um grupo de pessoas que vinham em nossa direção. Empunhando uma arma, alguém bradava: "ninguém vai tocar em Chico Xavier. Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo!" Notava-se o desequilíbrio da pessoa, o que aumentava a apreensão de todos, especialmente porque em sua mão havia a realidade de uma arma de fogo, de grosso calibre... A movimentação aumenta no recinto, uns apavorados, outros procurando correr, e outros ainda, tentando controlar a pessoa. O Chico, tranqüilo, afasta-se, um pouco do grupo e põe-se em silêncio, permanecendo contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em providências defensivas, e, para nosso alívio, um jipe com militares da PMMG pára junto ao meio-fio e os seus ocupantes, comandados pôr um distinto sargento, vêm ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras: "Graças a Deus, vocês chegaram em boa hora; estamos com problemas lá em cima!" E antes de qualquer explicação, para surpresa nossa, o Chefe da Patrulha fala: "Não tem nada não, vamos subir. " O senhor Chico Xavier FOI NOS CHAMAR NA ESTAÇÃO RODOVIÁRIA, onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado!" Fora evidente o fenômeno de bilocação. Em poucos minutos, a situação normalizava-se. O difícil foi impedir os nossos estarrecidos comentários.

3.
Quem teve a ventura de assistir a uma das palestras de Divaldo Pereira Franco em Teresópolis, na Faculdade de Medicina, ficou conhecendo também um dos mais lindos casos de Chico Xavier... Contou Divaldo, em meio aos ensinamentos que sempre transmite, que em sua recente estada na África, cumprindo longo e ininterrupto roteiro de palestras, enfrentou, logo de início, surpreendentes mudanças climáticas. Pois ele saíra de Salvador, com seu primo-irmão Nilson de Souza Pereira, com os termômetros marcando quase 40 graus à sombra. No dia seguinte, em Pretória, cidade em que fez a primeira palestra, os termômetros já marcavam temperaturas negativas. Um dia após, em outra cidade africana, a temperatura já era positiva. As bruscas mudanças do clima foram mais sentidas pelo Nilson. Tarde da noite ele estava com febre alta e Divaldo tentou, inclusive, chamar um médico. Não havia telefone. E ele ignorava também onde estavam os anfitriões que, tão generosamente, propiciaram aquela hospedagem tão acolhedora. Divaldo contou que orou, aplicou passes magnéticos em Nilson e, subitamente, lembrou que àquela hora Chico Xavier deveria estar em Uberaba atendendo sofredores que, vindos de toda parte, lhe solicitam orações, notícias de familiares desencarnados, e pede também uma palavra bondosa e amiga. E Divaldo buscou, mentalmente, o socorro de Chico Xavier. De repente, eis que lhe surge à frente o Chico. Põe a mão sobre a testa de Nilson e acalma Divaldo, dizendo tratar-se de simples choque térmico. Aplica um passe no enfermo e diz que em duas horas tudo se normalizará. "E foi isso mesmo o que ocorreu, antes mesmo das duas horas tão esperadas"- acrescentou Divaldo. Na manhã do dia seguinte, encantado com o fato, Divaldo telefonou lá da África para Altiva Noronha, sua amiga em Uberaba, que freqüenta as reuniões realizadas aos sábados pelo Chico Xavier. Relata o próprio Divaldo: "Eufórico, eu queria contar tudo a ela. Mas Altiva falou primeiro, e foi dizendo: - Olhe Divaldo, tenho um recado do Chico para você. Ele manda lhe avisar que se lembra da sua grande preocupação com Nilson. Pediu-me que, quando você chegasse, eu dissesse... E Altiva foi contando tudo o que acontecera. Quando terminou perguntou: - Mas Divaldo, o que é que você queria me contar? Uai, você já está no Brasil? Já Chegou? - Não Altiva. Era tudo isso que você me contou que eu queria contar. Ainda estou na África."


Os casos de Chico Xavier, não acasos e nem ocasos, são lindíssimas lições de Vida e de Amor, Amor a tudo, de Jesus e de todos, homens e animais, plantas e rochas, do tempo e do espaço.
Casos tristes e engraçados, seu humor perspicaz, sua visão inteligente, seu raciocínio intransigente e seus acompanhantes iluminados, fazem de seus episódios passagens memoráveis, que não podem ficar pouco ditas ou escritas e aqui deverão estar.
Estaremos pedindo permissão, para quem casos sabe e já grafou, para numa maior dimensão vincular, e a todos de nosso vocábulo disponibilizar. Sem mesmo autorizado, mas aqui copiado, sem medo de repreensão, uma pequena amostra da doçura que poderemos saborear.

"O Morto Cumpriu o Combinado"
O César Burnier contou-me um fato mediúnico acontecido com ele e o Chico Xavier, quando este ainda residia em Pedro Leopoldo.

Tudo se passou durante o velório de José Xavier, irmão do Chico.
Burnier me disse que estava em Belo Horizonte quando soube que o José Xavier havia falecido em Pedro Leopoldo, cidade bem próxima. Pegou o carro e foi para lá. A consternação era geral. Havia muita gente, espíritas conhecidos, pessoas desconhecidas, mas ele, como todos, ficou ali na sala onde o corpo, já no caixão, estava sendo velado.
Chico estava ao lado do corpo. Burnier de capa de chuva e com o chapéu na mão permanecia próximo, contrito, participando da situação dolorosa da perda de um amigo.
Lá pelas tantas, Burnier começou a sentir um mal-estar que o incomodava. Parecia que seus músculos se enrijeciam, sentia-se frio, seus lábios pareciam engrossar. Procurou então afastar-se como pôde, de costas, até que encontrou a parede. Encostado nela, ele pensou: - Meu Deus, parece que estou morrendo. Estou mal, muito mal. Ficarei aqui encostado para não cair no meio da sala...
Na sua nova posição, ficou bem defronte ao Chico. Inesperadamente, mesmo todo enrijecido, quase paralisado, seu braço, cuja mão segurava o chapéu, moveu-se e lançou o chapéu no rosto do Chico. Acertou em cheio.
- Oh! Que é isso? - Gritaram todos.
Começou um pequeno tumulto, quando Chico interveio e acalmou a todos, dizendo:
- Meu povo, amigos, não fiquem assustados, eu explico. Isso está muito certo e foi para mim uma confirmação da vida após a morte. Há algum tempo eu havia combinado com o José que, para comprovar que continuaríamos vivos depois da morte, o primeiro que morresse deveria providênciar para que alguma coisa fosse arremessada no rosto do outro. Parece coisa boba, não é? Mas combinamos isso. E aqui, neste momento, ele acaba de me dar essa prova, essa confirmação, pela mediunidade do nosso caro César.
Burnier sentiu-se melhor e entendeu tudo o que se passou com ele. Ele foi influênciado pelo espírito do morto que estava ali, e, como o espírito José Xavier estava ainda com as impressões dos instantes da morte, foram captadas pelo Burnier.
Pode-se considerar que tudo ocorreu devido às poderosas energias existentes naquele ambiente de preces e de serviços cristãos sinceros, somadas à mediunidade aprimorada dos irmãos.
Houve assim maior facilidade para que o espírito pudesse realizar o combinado.
["Diário de um espírita", de L. Palhano Jr.]


NÃO FAÇA ISSO.
Um amigo do Chico desencarnou. Havia-me encontrado com ele algumas vezes. Ora no Centro, ora na casa do Chico.
Alguns dias após o desencarne, ele entra na casa do Chico e dá-lhe um grande abraço.
O odor era tão forte que a roupa do Chico ficou impregnada, chegando mesmo a ficar uma mancha na lapela do seu paletó.
-Quando ia tirar o paletó para limpa-lo, o espírito de Emmanuel apareceu e disse-lhe:
-Não faça isso. Ele não tem consciência de seu estado. Se você limpar o paletó agora, na sua presença, ele vai perceber e isso poderá lhe fazer um grande mal.
Chico então não só não tirou o paletó como dormiu com ele. No dia seguinte o odor havia desaparecido.

[Boletim Informativo Busca e Acharás - Nº 39 - Fevereiro de 2000]


Evolução Lenta.
Em 1952, quando o Chico psicografava o livro "Ave Cristo", certa noite visitou-o um espírito que viveu na época de Moisés.
Tentou conversar com o Chico mentalmente, mas o Chico olhou para Emmanuel e lhe disse:
-Não entendi nada do que ele quis me dizer. Então o bondoso guia explicou-lhe;
Ele está dizendo que não vem à terra aproximadamente há 4.000 anos. Que achou as construções um pouco diferentes, mas que a evolução moral foi muito pequena.

[Do livro "Momentos com Chico Xavier", de Adelino da Silveira]


Isso Também Passa.
O Chico passava por grandes dificuldades. Problemas gigantescos se avolumavam sobre sua cabeça. E tão gigantescos que ele perguntou ao espírito Emmanuel se não era possível rogar às esferas superiores um conselho de Maria de Nazaré, que ajudasse naqueles dias tão difíceis.
Alguns dias se passaram, quando o espírito de Emmanuel lhe disse que o generosos espírito de Maria havia atendido ao seu pedido, enviando-lhe a seguinte frase: "Isso Também Passa".
A frase foi para mim como anestesia sobre uma dor imensa, disse-nos o Chico. Fez-me tanto bem que a escrevi num papel e o coloquei sobre a cabeceira de minha cama. Todas às noites e todas as manhãs eu lia, sentindo grande consolo.
Certo dia, um amigo ao entrar em meu quarto, achou a frase muito interessante, e disse:
- Chico vou fazer o mesmo; colocar esta frase sobre a cabeceira de minha cama.
- Faça isso mesmo, meu filho, mas não se esqueça de que o espírito Emmanuel também me disse que ela serve tanto para os momentos tristes, como para os momentos alegres.

[Do livro "Kardec Prossegue", de Adelino da Silveira]


Momentos com Chico Xavier.
"seremos uma estrela de cinco raios"
Quando psicografava o maravilhoso livro Paulo e Estevão, do Espírito Emmanuel, o Chico, via, ao seu lado, um sapo feio, gorduchão, que o amedrontava muito...
No princípio, distava-lhe alguns metros. Depois, à proporção que a grande obra chegava ao fim, o sapo estava quase aos pés do médium. Isto lhe dava um mal-estar intraduzível.
Emmanuel, observando-lhe o receio, diz-lhe:
- O sapo é um animal inofensivo, um abnegado jardineiro, que limpa os jardins dos insetos perniciosos. Não compreendo, pois, sua antipatia pelo pobre batráquio... Procure observá-lo mais de perto, com simpatia, e acabará sentindo-lhe estima.
Após ponderação justa de seu Guia, o Chico começou a ter simpatia pelo sapo, e achar-lhe até certa beleza, particular utilidade, um verdadeiro servidor.
Terminou a recepção do formoso livro e Emmanuel, completando o asserto, pondera-lhe, bondoso:
- O homem, Chico, será um dia, uma Estrela de Cinco Raios, quando possuir os pés, as mãos, e a cabeça alevantados, liberados. Já possui tres raios: as mãos e a cabeça, faltando-lhes os dois pés, os quais serão libertados quando perder a atração da Terra.
Existem, no entanto, germens, animais, seres outros, com os cinco raios voltados para baixo, para a Terra, sugando-lhe o seio, vivendo de sua vida.
Assim é o sapo, coitado, que luta intensamente para levantar um raio, pelo menos a cabeça. O boi já possui a cabeça alevantada, já que progrediu um pouco.
É preciso, pois, que o Homem sinta a graça que já guarda e lute, através dos três raios já suspensos, pela aquisição dos outros dois.
Que saiba sofrer, amar, perdoar, renunciar, até libertar-se do erro, dos vícios, das paixões, e, desta forma, terá livres os pés para transformar-se numa Estrela de Cinco Raios e participar da vida de outras Constelações, em meio das quais brilha uma Estrela Maior, que é Jesus.

[Do livro "Chico Xavier na intimidade", de Ramiro Gama]


Chico e uma Mãe Aflita.
As palavras de Chico Xavier estão sempre revestidas de luz, descortinando novos caminhos para os nossos passos ... Ele é uma fonte inesgotável de bênçãos, dessedentando os corações cansados de sofrer no vale das provações humanas ... Por isto, quando ele fala, todas as vozes se emudecem e todos os ouvidos se aguçam, a fim de guardar-lhe os ensinamentos nos escrínios da própria alma.
Recordo-me de que, há muito tempo, uma mãe aflita, ao debruçar-se-lhe sobre os ombros, indagou em lágrimas:
"Chico, o que vou fazer agora da minha vida?! ... Perdi os meus filhos, Chico, num desastre ... Morreram os dois ... A minha dor é terrível ... Estou desesperada ..."
O episódio nos comovia a todos, no "Grupo Espírita da Prece", em Uberaba.
Fitando-a com os olhos igualmente repletos de lágrimas, o incansável servo do Cristo lhe respondeu:
"Filha, o nosso Emmanuel sempre me diz que a aceitação de nossos problemas, sejam eles quais forem, representa cinqüenta por cento da solução dos mesmos; os outros cinqüenta por cento vêm com o tempo ... Tenhamos paciência e fé, pois não estamos desamparados pela Bondade Divina."
Bastou que ouvisse estas palavras do Chico, para que aquela senhora se acalmasse em uma cadeira próxima, começando a refletir sobre os Desígnios de Deus.
De nossa parte, ficamos também, em silêncio, a meditar na grandeza da lição daquela hora, a respeito da aceitação do sofrimento, perguntando a nós mesmos quantas dores maiores poderíamos evitar, se nos resignássemos ante as dores aparentemente sem remédio que nos visitam no cotidiano ...

[Do livro "Chico Xavier, Mediunidade e Ação", de Carlos Antônio Baccelli, de Uberaba, MG]


Chico e a Igreja.
Contou-nos o Prof. Lauro Pastor, residente em Campinas, amigo de Chico Xavier desde Pedro Leopoldo, que, certa vez, ao visitá-lo, caminhando em sua companhia pelas ruas da cidade, se depararam com uma procissão... A igreja-matriz de Pedro Leopoldo ficava, como fica, na mesma rua onde se ergueu o Centro Espírita "Luiz Gonzaga"; à época, os católicos organizavam algumas procissões ditas de desagravo contra os espíritas...
Observando que a procissão, com diversos acompanhantes e andores, se aproximava, o Prof. Lauro sugeriu a Chico que apressassem o passo, pois, caso contrário, não poderiam depois atravessar a rua - a menos que cortassem a procissão pelo meio, o que seria uma afronta.
Pedindo ao amigo que não se preocupasse, Chico parou na esquina e, enquanto a procissão seguia o seu roteiro, manteve-se o tempo todo em atitude de respeito e de oração, ainda convidando o amigo para que ambos se descobrissem, ou seja, tirassem o chapéu - sim, porquanto, naqueles idos de 1950, Chico também usava chapéu.
O Prof. Lauro, que mantém ao lado da esposa, D. Daisy, um belíssimo trabalho de formação profissional para crianças carentes - tem uma escola de torneiros mecânicos - , disse-nos que nunca mais pôde esquecer aquela lição de tolerância religiosa que lhe foi dada por Chico, enfatizando ainda que foi dessa maneira que, aos poucos, o médium venceu a resistência de seus opositores da Doutrina.

A narrativa daquele senhor me fez recordar um outro episódio digno de nota. Minha avó materna, D. Rola, como era carinhosamente conhecida por todos, havia desencarnado. Comparecendo ao enterro, conduzido por um táxi, quando o féretro parou na igreja de São Benedito, para que, segundo a tradição católica, o vigário lhe encomendasse a alma, Chico apeou e ... entrou na igreja. Eu, neto, espírita convicto, que estava lá fora, sem querer entrar, até um tanto constrangido com aquela situação, não tive outra alternativa - afinal, como ser mais realista do que o rei, não é?...
Exemplos de Chico Xavier que, nem sempre, em nossa atual condição evolutiva, temos de assimilar; fazemos da religião uma paixão clubística, sem atinarmos que Jesus não hesitava, inclusive, de comparecer às sinagogas dos judeus, sem significar, todavia, que lhes endossasse a ritualística em que, "a pretexto de longas orações, devoravam as casas das viúvas"...

[A Flama Espírita - Uberaba, Agosto de 2000.]


Cura e Tratamento.
Há mais de vinte anos Chico contou-me este caso, à época já antigo. A lição, ainda hoje, é atual:
Em 1931, ele começou a sentir sintomas de grave moléstia ocular. Apesar de tratamento com oftalmologista amigo durante alguns anos, certo dia seu olho sangrava e doia tanto que ele resolveu perguntar ao Espírito Emmanuel:
- Será que o senhor não podia pedir ao Dr. Bezerra ou a algum benfeitor espiritual que me curasse o olho?
Emmanuel respondeu no estilo sóbrio de sempre:
- Continue tratando com o médico amigo e sofra com paciência e resignação, porque este seu caso não tem cura e não posso fazer nada por você nesse sentido.
- Mas se o senhor, que é o meu protetor, está dizendo que não tem cura... que não pode fazer nada por mim, como é que vou continuar trabalhando?
O iluminado espírito completou sereno:
- Eu disse que não tem cura, não que não tem tratamento.
Desde então até hoje, Chico trata religiosamente do olho doente, colocando remédios várias vezes por dia.

[Do livro "Momentos com Chico Xavier", de Adelino da Silveira]


VIAJANDO COM UM IRMÃO SACERDOTE.
Sentado no ônibus que o levaria a Belo Horizonte, Chico notou que seu companheiro de banco era um Irmão Sacerdote. Cumprimentou-o e entregou-se à leitura de um bom livro.
O Sacerdote, também, correspondeu-lhe o cumprimento, abrira um livro sagrado e ficara a lê-lo.
Em meio à viagem, passou o ônibus perto de um lugarejo embandeirado, que comemorava o dia de S. Pedro e S. Paulo.
O Sacerdote observou aquilo e, depois, virando-se para o Chico comentou:
- Vejo esta festividade em honra de dois grandes Santos, e neste livro, leio a história de S. Paulo, cujo autor lhe dá proeminência sobre S. Pedro. Não se pode concordar com isto. S. Paulo é o Príncipe dos Apóstolos, aquele que recebeu de Jesus as chaves da Igreja.
Chico, delicadamente, deu sua opinião, e o fez de forma tão simples, revelando grande cultura, que o Sacerdote, que não sabia com quem dialogava, surpreendeu-se e lhe perguntou:
- O senhor é formado em Teologia, ou possui algum curso superior?
- Não. Apenas cursei até o quarto ano de instrução primária.
- Mas, como sabe tanta coisa da vida dos santos, principalmente de S. Paulo, de S. Estêvão, de S. Pedro, e de outros, realçando-lhes fatos que ignoro?...
- Sou médium...
- Então, o senhor é o Chico Xavier, de Pedro Leopoldo?
- Sim, para o servir.
- Então, permita-me que lhe escreva e prometa-me responder minhas cartas, pois tenho muita coisa para lhe perguntar. Faça-me este favor. Afinal, verifico que Deus... nos pertence...
- Pode escrever; de bom grado responder-lhe-ei. Assim trabalharemos não apenas para que Deus nos pertença, mas para que pertençamos também a Deus, como nos ensina o nosso benfeitor Emmanuel.
E, até hoje, Chico recebe cartas de Irmãos de todas as crenças , particularmente de Sacerdotes bem intencionados, como o irmão com quem viajou e de quem se tornou amigo.
E, tanto quanto lhe permite o tempo, lhes responde e nas respostas vai distribuindo o Pão Espiritual a todos os famintos, ovelhas do grande redil, em busca do amoroso e Divino Pastor, que é Jesus.

[Do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" - Ramiro Gama - 1setima ed. São Paulo, Lake - 1995]


UMA DÍVIDA PAGA PELO ALTO...
José, o irmão de Chico, que fora por muito tempo seu orientador e dirigia as sessões do "Luiz Gonzaga", adoece gravemente, e, sob a surpresa de seus caros entes familiares, desencarna, deixando ao irmão o encargo de lhe amparar a família.
Dias depois, o Chico verifica que o José lhe deixara também uma dívida, pois esquecera de pagar a conta da luz, na importância de onze cruzeiros.
Isto era muito para o pobre Médium, pois no fim de cada mês nada lhe sobrava do ordenado. Pensativo, sentou-se à soleira da porta de sua casinha rústica e abençoada.
Emmanuel lhe diz:
- Não se apoquente, confie e espere...
Horas depois, alguém lhe bate à porta. Vai ver. Era um senhor da roça.
- O senhor é o seu Chico Xavier?
- Sim. Às suas ordens, meu irmão.
- Soube que seu irmão José morreu. E vim aqui pagar-lhe uma bainha de faca que ele me fez há tempos. E aqui está a importância combinada.
Chico agradeceu-lhe. E ficando só, abriu o envelope. Dentro estavam onze cruzeiros ... para pagar a luz.
Sorriu, descansado, livre de um peso. E concluiu para nós:
- "Que bela lição ganhei".
E nós: - Também para os que sabem olhar para os lírios dos campos, que não temem o amanhã, porque sabem que ele pertence a Deus.

[Do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" - Ramiro Gama - 1setima ed. São Paulo, Lake - 1995]


MESA DE CR$ 15,00 ...
O Chico estava empregado na venda do Sr. José Felizardo. Ganhava CR$ 60,00 por mês. Mal dava para ajudar a família. Apenas lhe sobrava, quando sobrava, meia dúzia de centavos.
Uma de suas irmãs, que o auxiliava no expediente do lar, falou-lhe, certa vez, da necessidade que estavam de uma mesa para a sala de jantar, pois a que possuíam era pequena e estava velha, a pedir substituição. E alvitrou-lhe:
- A vizinha do lado tem uma que nos serve. Vende-a por CR$ 15,00.
- Mas, como a pagaremos se não possuo e nem me sobra esta quantia no fim de cada mês?
A vizinha, dona da mesa, soube das dificuldades do Chico e, desejando ajudá-lo, propôs-lhe vender o entressonhado móvel à razão de 1 cruzeiro por mês, em quinze prestações mensais.
O Chico aceitou, e a mesa foi comprada. Pagou-a com sacrifício. Ficou sendo uma mesa abençoada. E foi sobre ela que, mais tarde, entendeu com Emmanuel a lição do pão e dos demais alimentos, verificando em tudo a felicidade do pouco com Deus.

[Do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" - Ramiro Gama - 1setima ed. São Paulo, Lake - 1995]


Chico e a Bandeira do Divino.
Carlos A Baccelli

Chico, naqueles dias, encontrava-se amargurado. Idéias negativas não lhe davam trégua ao cérebro habitualmente sereno. Andava triste, saudoso da paz que impera em outras esferas... Sentia-se sozinho dentro de imensa luta. Dificuldades financeiras. Incompreensão no trabalho com a mediunidade.
Por vários meses, experimentava o assédio de estranhos pensamentos, embora continuasse firme no cumprimento do dever. Os espíritos amigos não o haviam abandonado, mas o fardo lhe parecia excessivamente pesado...
Na estação ferroviária de Pedro Leopoldo, esperava, a sós, sentado num banco, o comboio para Belo Horizonte, onde tinha consulta marcada com oftalmologista. O problema em seu olho esquerdo agravara-se sensivelmente.
Absorto, discretas lágrimas lhe escorreram na face; Chico tinha a cabeça a ponto de estourar, quando pequeno grupo de pessoas caminha em sua direção...
Era uma folia-de-reis, tão comum nas cidades do interior mineiro. Os seus integrantes eram gente humilde, homens de mão calejadas pelo serviço rude. Um deles, adiantando-se, apresenta-lhe a bandeira do Divino e pede uma esmola para os Santos Reis. Enfiando a mão no bolso, Chico separa alguns níqueis, o pouco que estava levando, além do necessário para as passagens de ida e volta. Católica fervorosa, sua mãe, D. Maria João de Deus, ensinara-lhe respeito por todas manifestações de fé, mesmo as populares, e, naquele instante, recordava-se dela que, infelizmente, o havia deixado tão cedo.
Humilde, Chico entrega àquele homem tudo quanto no momento podia despender. Então, os integrantes da folia dele se acercam, quais emissários do Alto que, de súbito, ali tivessem se materializado e pedem-lhe que se coloque de joelhos para que a bandeira do Divino o abençoe... Entoando, baixinho, os seus cânticos característicos, narrando trechos inesquecíveis da vida de Jesus sobre a Terra, por diversas vezes, de um lado para o outro, o estandarte lhe roça a cabeça e, segundo as suas próprias palavras, foi como se uma mão invisível, penetrando em seu cérebro, dele arrancasse para sempre as idéias pessimistas contra as quais lutava desde muito, sem remédio.
Quando a "maria-fumaça" encostou, Chico era já outro homem e nunca mais, ao longo de toda a sua trajetória, voltaria a sentir-se tão desalentado.

[Transcrito por Ilda - Evangelho e Ação - Julho/1996]


Psicometria.
O sobrinho do professor Cícero Pereira, Jofre Teles, capitão da Polícia Militar, retornava de uma viagem a Teófilo Otoni, MG, quando encontrou, por acaso, às margens do Rio Macuri, uma capa de couro e os restos de uma espada com uns dez centímetros de lâmina toda "comida" pela ferrugem. Levou esse "achado" para casa e notou que sonhos horríveis com lutas sangrentas, soldados guerreiros, espadas, etc. passaram a lhe atormentar.
Falando, certo dia, com Chico Xavier, o capitão contou-lhe essa história e lhe mostrou o "achado". O médium, depois de examinar rapidamente o objeto, disse:
- Capitão Jofre, essa espada lhe pertence há muito tempo. Por volta de 1840, você era um capitão da milícia mineira, lutou bravamente na cidade de Filadélfia, hoje Teófilo Otoni, durante a Revolução Liberal, foi referido e a espada lá ficou!.
Obviamente, Jofre Teles espantou-se com tal revelação. E o Chico, notando a sua admiração, acrescentou que na lâmina enferrujada esta gravada a "insígnia de Coronel", há mais de cem anos, a mesma que ele usava na atualidade.
O capitão, regressando a Belo Horizonte, limpou melhor o pedaço de espada e lá encontrou gravadas duas palavras latinas: "Honor e Fides", que, de fato, compõem a sua insígnia atual. Pesquisou, então, o arquivo da Polícia Militar e encontrou seu nome e o grau de coronelato de que fora portador na época.

[Jornal Correio Fraterno do ABC - Abril de 1999]


CHICO, O AMIGO DOS ANIMAIS.
Márcia Q. Silva Baccelli

Todos aqueles que conhecem a vida de Chico Xavier, vêm observando, ao longo do tempo, o seu grande amor pelos animais.
Em sua casa, ele tinha dois cachorrinhos da raça pequinês, chamados Brinquinho e Fofa.
Brinquinho, apesar de encontrar-se cego e doente, acompanhava o Chico em todos os seus movimentos dentro de casa.
Enquanto o médium trabalhava, psicografando páginas e mais páginas dos Amigos Espirituais, Brinquinho permanecia debaixo da mesa, aos pés do dono, como se estivesse orando ...
À chegada de alguém, ele latia ou aproximava-se mais de seu benfeitor, no intuito de protegê-lo
Brinquinho só faltava falar, pois Chico conversava muito com ele, e o mais espantoso é que ele compreendia tudo e respondia a seu modo.
No dia 12 de outubro, quando comemorávamos o Dia da Criança, ele partiu para o Mundo Espiritual.
Apesar de não se queixar, percebemos a dor do Chico, com a separação transitória do "grande amigo", qual ele se referia sempre ao cachorrinho.
O amigo dos animais o enterrou no quintal de sua casa, bem próximo de seu quarto. Chico contou-nos um lindo fato sobre Brinquinho, evidênciando que ele era um cachorro diferente.
Em certa época, havia em sua casa uma gata que tinha dado à luz a muitos gatinhos. Eles, porém, eram muito pequeninos e tinham muita dificuldade de aproximarem-se da mãe, para mamar.
Brinquinho, então, conduzia-os ternamente, com a boca, até a "mamãe gata", da mesma forma que ela procedia para carregá-los ...
Ao recordar do amigo, os olhos de Chico brilhavam pelas lágrimas de saudades!
Fofa, a outra cachorrinha, que ainda permanece ao lado do médium, também sentiu muita falta de branquinha, e a cada dia apega-se mais ao seu grande protetor...
E. muitas vezes, ao distanciar-se dele, ela o chama, num som bem nítido: "Chi ... Chi ..."
Outro lado interessante do amor de Chico aos animais é o que acontece quando ele vai à Goiânia, nas vésperas do Natal, visitar os irmãos hansenianos na Colônia Santa Marta.
Como mensageiro da esperança, a sua presença é o melhor presente de Natal, como dizem os próprios doentes.
Mas, a chegada de Chico à Colônia é precedida de grande inquietação, não somente por parte dos amigos que lá residem, mas, sobretudo, por um cão...
Contam alguns amigos goianenses que este cachorro tinha uma doença na pele e estava destinado a ser sacrificado ...
Ao vê-lo na Colônia, Chico aproximou-se, ajoelhou e abraçou-o.
Desde então, ele curou-se. Chico deu-lhe o nome de Menino.
Ele parece pressentir quando o amigo está para chegar, pois fica todo agitado, ganindo muito. Quando o carro que conduz Chico estaciona, Menino tenta soltar-se da coleira para ir ao seu encontro.
Ele que era um cão feroz, devido à erupção na pele, agora é dócil, principalmente com o seu grande amigo de Uberaba.
Os animais têm alma, e Chico é sensível a esta realidade, auscultando-lhe o psiquismo e, em sua vida de renúncia, eles lhe valem por grandes companheiros em suas horas de solidão

[Do livro "Chico Xavier - Mediunidade e Ação", escrito por Carlos Antônio Baccelli, de Uberaba, MG]



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