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quinta-feira, 30 de julho de 2015

É BOM ANALISAR O QUE VALE MAIS,A ALEGRIA EFÊMERA DO MUNDO,OU A FELICIDADE QUE TANTO SONHAMOS!!!

    A Águia de Asas Partidas

    Ele possuía muitas riquezas. Tinha as arcas abarrotadas de ouro e gemas preciosas.

    A juventude lhe sorria e os amigos sempre se faziam presentes nos banquetes.

    Habituara-se a dormir em seu leito de ébano e marfim. Dormir e sonhar.

    Em seus sonhos, misturava-se a realidade das tantas vitórias que lhe enriqueciam os dias. E um desejo de paz que ainda não fruía.

    Ele amava as corridas de bigas e quadrigas. Recentemente comprara cavalos árabes, fogosos. E escravos o haviam adestrado durante dias.

    Tudo apontava para a vitória nas próximas corridas no porto de Cesaréia.

    Mas os momentos de tristeza se faziam constantes.

    A felicidade não era total. Faltava algo. Ao mesmo tempo, ele temia perder a felicidade que desfrutava.

    Por isso, ouvindo falar daquele Homem singular que andava pelas estradas da Galiléia, o procurou.

    Bom mestre, que bem devo praticar para alcançar a vida eterna?

    Desejava saber. Como desejava. A resposta veio sonora e clara:

    Por que me chamas bom? Bom somente o Pai o é. À tua pergunta, respondo: “Cumpre os mandamentos, isto é, não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe.”

    Tudo isso tenho observado em minha mocidade. No entanto, sinto que não me basta. Surdas inquietações me atormentam. Labaredas de ansiedade me consomem. Faltava-me algo!

    Então – propõe-lhe a Luz – vende tudo quanto tens, reparte-o entre os pobres. Vem, e segue-Me!

    ordem, a meiguice daquele Homem ecoava em seu Espírito. Ele era uma águia que desejava alcançar as alturas. E o Rabi lhe dizia como utilizar as asas para voar mais alto.

    Pela mente em turbilhão do jovem, passam as cenas das glórias que conquistaria. Os amigos confiavam nele.

    Tantos esperavam a sua vitória. Israel seria honrada com seu triunfo.

    Sim, ele podia renunciar aos bens de família, mas ao tesouro da juventude, às riquezas da vaidade atendida, os caprichos sustentados...?

    Seria necessário renunciar a tudo?

    A águia desejava voar, mas as asas estavam partidas...

    Recorda-se o jovem que os amigos o esperam na cidade, para um banquete previamente agendado. Num estremecimento, se ergue:

    Não posso! – murmura. Não posso agora. Perdoa-me.

    E afastou-se a passos largos. Subindo a encosta, na curva do caminho, ele se deteve. Olhou para trás. Vacilou ainda uma vez.

    A figura do Mestre se desenha na paisagem, aos raios do luar. A Luz parece chamá-lo uma vez mais.

    Indecisa, a alma do moço parece um pêndulo oscilante. A águia ainda tenta alçar o vôo. O peso do Mundo a retém no solo.

    Ele se decide. Com passos rápidos, quase a correr, desaparece na noite.

    Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas narram o episódio e dizem de como o jovem se retirou triste e pesaroso.

    Nem poderia ser diferente: fora-lhe dada a oportunidade de se precipitar no oceano do amor e ele preferira as areias vãs do Mundo.

    O Divino Amigo nos chama, diariamente, para a conquista do reino de paz.

    Alguns ainda somos como o moço rico. Deixamos para mais tarde, presos que ainda estamos a muitas questões e vaidades pessoais.

    É bom analisar o que vale mais: a alegria efêmera do Mundo ou a felicidade perene que tanto anelamos. Depois, é só optar.

A CONTA DA VIDA!

    A Conta da Vida

    Quando André completou 21 anos, sua mãe lhe preparou uma festa. Ele recebeu os amigos e festejou a data com alegria.
    Quem estava entristecida era sua mãe. Apesar de estar completando a maioridade, André não aceitava qualquer disciplina.
    Com muito esforço, sua mãe conseguira que ele aprendesse as primeiras letras. Depois, não quis mais estudar e trabalhar muito menos.
    Ao deitar-se naquela noite, o jovem foi arrebatado pelas asas do sono. Sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual que trazia na mão um documento.
    E ante a curiosidade de André, lhe disse que aquela era a conta dos seres sacrificados até aquele momento, em seu proveito.
    Até hoje, falou o mensageiro, para te sustentar a existência morreram aproximadamente 2000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3000 peixes diversos. Nada menos de 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, incluindo-se as do arroz, milho, feijão, trigo, das várias raízes e legumes.
    Em média, bebeste 3000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comeste 10.000 frutas.
    Tens explorado fartamente as famílias do ar, das águas, do solo. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. E nem relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos de teu pai, os obséquios dos amigos e as atenções dos Benfeitores que te rodeiam.
    Em troca, o Senhor da vida manda te perguntar o que é que fizeste de útil?
    Nada deste de retorno à natureza. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Tudo é mensagem de serviço, de trabalho na natureza.
    Olha para tua mãe. Os anos já lhe pesam e ela prossegue em intensa atividade por ti e por teus irmãos, encontrando ainda tempo para se dedicar aos filhos de ninguém.
    Observa teu pai que atravessa os anos em labor digno, dando-te o exemplo de disciplina e vontade.
    Teus próprios amigos se encontram empenhados no estudo e na dedicação profissional.
    Não fiques ocioso. Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra.
    O moço espantado passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e acordou assustado.
    Amanhecia. O sol de ouro cantava em toda parte um hino ao trabalho pacífico.
    André pulou da cama, foi até sua mãe e exclamou:
    - Mãe, desejo retornar aos estudos ainda hoje.
    Pense nisso!
    Para nos assegurar a vida, Deus nos faculta o ar, o sol, a chuva, os ventos.
    Para nos sustentar o corpo, recebemos o leite materno e na seqüência, seres vegetais e animais são sacrificados todos os dias.
    Com tanta preocupação de Deus pela nossa própria vida, é de indagarmos o que a nossa vida tão preciosa está oferecendo ao mundo em troca.
    Pensemos nisso!

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BUSQUEMOS A PLENITUDE INTELECTO-MORAL




Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.
Eis a ideia veiculada numa determinada campanha publicitária nacional, que toca numa temática bastante interessante.
Nos tempos de desenvolvimento tecnológico incessante e revolucionário; nos tempos da velocidade da informação, e da conectividade em tempo real com o mundo todo, é necessário pensar.
Pensar se tudo isso, realmente, está sendo utilizado em favor do desenvolvimento humano, ou é apenas mais uma distração criada pela alma imatura do homem terreno.
Sim, pois, se pouco ou nada nos acrescenta como Espíritos, no que diz respeito ao nosso progresso moral, ao nosso melhor comportamento, de que nos adianta?
De que nos adianta ter a facilidade no acesso à informação, se não sabemos o que fazer com ela?
De que adianta ficar sabendo de tantas e tantas coisas, se não sabemos selecionar o que eu quero e o que eu não quero para mim?
Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.
A mente estreita é esta que se perde em meio a tantas possibilidades, sem saber para onde ir.
Naufragam ao invés de navegarem na Web.
Gastam seu tempo querendo saber da vida dos outros, do que aconteceu aqui ou ali, inaugurando apenas uma nova forma de voyeurismo e fofoca - apenas isso.
A mente estreita lê, mas não pensa sobre o que leu, não emite opinião, apenas aceita...
A mente estreita prefere o contato virtual, dos perfis raramente sinceros, do que a conversaolho no olho, sem barreiras, sem máscaras.
A tecnologia está à nossa disposição para nos ajudar. É o conhecimento intelectual engendrando o progresso moral, propiciando o adiantamento do ser humano, e não sua destruição.
A chamada informação nunca foi tão fácil e farta, é certo, mas será ela, por si só, suficiente?
O que mudou em nós, seres humanos, as agilidades tecnológicas da nova era? Tornamo-nos melhores? Mais caridosos? Mais dispostos a nos vermos todos na Terra como irmãos?
Talvez para alguns sim, os de mente larga e coração amplo.
Tantas comunidades do bem na rede, tantas propostas nobres ligando pessoas em todo o mundo!
Inúmeras mensagens de consolo, de esclarecimento, diariamente cruzam os ares virtuaisda internet, e levam carinho e alegria a muitos lares infelizes.
São muitos os exemplos de como os avanços intelectuais podem ser bem utilizados em favor do desenvolvimento humano.
Sejamos nós estes de mente larga, que querem e trabalham pelo bem comum, das mais diferentes formas possíveis, e que se utilizam de mais este instrumento, para viver o amor.
*   *   *
O Universo é a condensação do amor de Deus, e somente através do amor poderá ser sentido, enquanto pela inteligência será compreendido.
Conhecimento e sentimento unindo-se, harmonizam-se na sabedoria que é a conquista superior que o ser humano deverá alcançar.
Busquemos a plenitude intelecto-moral, conforme tão bem acentua o nobre Codificador do Espiritismo, Allan Kardec.

LIVROS DE ALLAN KARDEC


05/07/2012 18h29 - Atualizado em 01/09/2014 10h19

Obras de Allan Kardec

Livros de Kardec que a FEB Editora traz a você, prezado leitor. Acesse, leia e divulgue!

“O Evangelho segundo o Espiritismo” é um dos cinco livros que constituem o corpo doutrinário do Espiritismo. “O Evangelho segundo o Espiritismo” é o ensino moral do Cristo Jesus para os cristãos de qualquer crença, desenvolvido pelos Espíritos de Luz em comunicações mediúnicas recolhidas, organizadas, comentadas e trazidas a público pelo Codificador Allan Kardec. Se o leitor é cristão, leia com aplicação o ensino moral do Mestre Jesus para a Humanidade sofredora e dê-se conta de conteúdos que talvez nunca antes tenha percebido, ou compreendido plenamente. Se não é cristão, mas um espírito indagador, leia com respeito a orientação desse Espírito divino, dada há dois mil anos e sempre atual, em seu caráter educativo, motivador e consolador.
Dos cinco livros fundamentais que compõem a Codificação do Espiritismo, este foi o primeiro, reunindo os ensinos dos Espíritos Superiores através de médiuns de várias partes do Mundo. Ele é o marco inicial de uma Doutrina que trouxe uma profunda repercussão no pensamento e na visão de vida de considerável parcela da Humanidade, desde 1857, data da primeira edição francesa. Estruturado em quatro partes e contendo 1.019 perguntas formuladas pelo Codificador, aborda os ensinamentos espíritas, de uma forma lógica e racional, sob os aspectos científico, filosófico e religioso. Independentemente de crença ou convicção religiosa, a leitura de “O Livro dos Espíritos” será de imenso valor para todos, porque trata de Deus, da imortalidade da alma, da natureza dos Espíritos, de suas relações com os homens, das leis morais, da vida presente, da vida futura e do porvir da Humanidade, assuntos de interesse geral e de grande atualidade.
“O Livro dos Médiuns” é uma das cinco obras que constituem a Codificação da Doutrina Espírita. Reúne “o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo”. Apresenta ainda, na parte final, precioso vocabulário básico espírita. De leitura e consulta indispensável para os espíritas, será sempre uma preciosa fonte de conhecimento também para qualquer pessoa indagadora e atenta ao fenômeno mediúnico, que se manifesta crescentemente no mundo inteiro, dentro ou fora das atividades espíritas. Sendo os homens parte integrante do intercâmbio entre os dois planos da vida o material e o espiritual, o melhor é que conheçamos, e bem, os mecanismos desse relacionamento. “O Livro dos Médiuns” é o manual mais seguro para todos os que se dedicam às atividades de comunicação com o Mundo Espiritual.
Esta é uma das cinco obras básicas que compõem a Codificação do Espiritismo. Seu principal escopo é explicar a Justiça de Deus à luz da Doutrina Espírita. Objetiva demonstrar a imortalidade do Espírito e a condição que ele usufruirá no Mundo Espiritual, como conseqüência de seus próprios atos. Divide-se em duas partes: A primeira, estabelece um exame comparado das doutrinas religiosas sobre a vida após a morte. Mostra fatos como a morte de crianças, seres nascidos com deformações, acidentes coletivos e uma gama de problemas que só a imortalidade da alma e a reencarnação explicam satisfatoriamente. Kardec procura elucidar temas como: anjos, céu, demônios, inferno, penas eternas, purgatório, temor da morte, a proibição mosaica sobre a evocação dos mortos, etc. Apresenta, também, a explicação espírita contrária à doutrina das penas eternas. A segunda parte, resultante de um trabalho prático, reúne exemplos acerca da situação da alma durante e após a desencarnação. São depoimentos de criminosos arrependidos, de espíritos endurecidos, de espíritos felizes, medianos, sofredores, suicidas e em expiação terrestre. Livros da Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, 1857; O Livro dos Médiuns, 1861; O Evangelho segundo o Espiritismo, 1864; O Céu e o Inferno, 1865; A Gênese, 1868.
É uma das cinco obras básicas da Codificação do Espiritismo. É um livro que, conhecido e estudado, proporciona uma oportunidade excepcional de imersão em grandes temas de interesse universal, abordados de forma lógica, racional e reveladora. Divide-se em três partes: Na primeira parte, analisa a origem do planeta Terra, de forma coerente, fugindo às interpretações misteriosas e mágicas sobre a criação do mundo; Em sua segunda parte, aborda a questão dos milagres, explicando a natureza dos fluidos e os fatos extraordinários contidos no Evangelho; Na terceira parte enfoca as predições do Evangelho, os sinais dos tempos e a geração nova, que marcará um novo tempo no Mundo com a prática da justiça, da paz e da fraternidade. Os assuntos apresentados nos dezoito capítulos desta obra têm como base a imutabilidade das grandiosas Leis Divinas.
Obras que complementam o Pentateuco da Doutrina Espírita
Obra publicada após a desencarnação de Allan Kardec, apresenta, no começo, bem escrita biografia do Codificador, seguida do discurso que Camille Flammarion pronunciou quando do seu sepultamento. Reunindo importantes registros deixados por Allan Kardec, acerca de pontos doutrinários e fundamentação do Espiritismo, divide-se este trabalho em duas grandes partes. A primeira aborda assuntos como: caráter e conseqüências religiosas das manifestações dos Espíritos; as cinco alternativas da Humanidade; questões e problemas; as expiações coletivas; liberdade, igualdade, fraternidade; música espírita; a morte espiritual; a vida futura A segunda inclui apontamentos em torno da iniciação espírita e o roteiro missionário de Kardec, assim como uma “exposição de motivos”, apresentada na “Constituição do Espiritismo”, como precioso legado do mestre lionês às sociedades espíritas do futuro.


Obra sempre atual, útil aos adeptos da Doutrina Espírita, como também àqueles que desejam conhecer a natureza do Espiritismo e a definição de seus pontos fundamentais. A lógica e o bom senso de Allan Kardec aí se evidenciam, desconcertando os negativistas e clareando as indagações dos que acreditam e aspiram à vida superior. Divide-se em 3 capítulos: O primeiro, sob a forma de diálogos com um crítico, um céptico e um padre, traz respostas àqueles que desconhecem os princípios básicos da Doutrina, bem como apropriadas refutações aos seus contraditores. O segundo capítulo, expõe partes da ciência prática e experimental, caracterizando-se como um resumo de O Livro dos Médiuns. No terceiro capítulo, é publicado o resumo de O Livro dos Espíritos, com a solução, apontada pela Doutrina Espírita, de problemas de ordem psicológica, moral e filosófica. Contém também a biografia de Allan Kardec, por Henri Sausse.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

A LIÇÃO DO VOVÔ

ícone Lição da avó
Alice não conviveu muito com a avó, mas tinha lembranças carregadas de carinho.
Toda vez que viajavam, a avó ia observando a paisagem e exclamava de vez em quando: Deus é tão bom!
Ela sempre tinha um chá para as doenças do corpo. E para os males da alma, fazia uma oração. Dizia que doença de alma se curava com fé, amor e prece.
Possuía uma fé inabalável. E profundo amor pelo próximo.
Todos os dias, reservava um horário para a oração por todos os que sofriam.
Alice a imitava. Colocava-se ao lado dela e orava, para Deus curar os doentes, dar emprego aos que precisavam, consolo aos aflitos, esperança aos que padeciam de dores físicas e morais.
Depois da morte da avó, Alice foi deixando de orar. Cresceu e tornou-se uma pessoa descrente, fez más escolhas na vida e passou a sofrer as consequências disso.
Adoeceu. Consultou médicos, psiquiatras. Vivia sob a ação de medicamentos que a auxiliavam mas não a curavam, na intimidade.
Certo dia, enquanto procurava um documento, encontrou numa caixa a foto da avó.
Tomada de grande emoção, Alice recordou-se das preces da infância. E, envolvida pelas lembranças, seu pensamento se dirigiu a Deus, rogando que a curasse da dor que sentia na alma.
Ao adormecer, sonhou que estava num campo. Havia uma mulher colhendo plantas. Quando se virou, Alice reconheceu sua avó, que sorriu e disse:
A natureza não é linda? Ela nos dá tudo de que precisamos. Basta estender o braço e pegar. E como Deus é bom!
Alice quis falar, mas a voz ficou presa na garganta.
A avó a abraçou. Seu suave perfume de alfazema a envolveu. Alice se sentiu amparada e protegida.
Que bom que você pediu ajuda, minha filha. Não se esqueça de orar também pelos que sofrem como você. Quando você ora pelos outros, recebe auxílio igualmente.
Alice despertou, sentindo ainda o perfume.
A partir de então, retomou o hábito da oração. Elevando o pensamento a Deus, pedia por si mesma e por todos os que necessitavam.
Em algumas semanas, sua vida se transformou.
Passou a dedicar parte de seu tempo a trabalhos voluntários num lar para idosas. Lia para elas e ouvia as histórias de cada uma.
Nesse contato, conheceu vidas permeadas por terríveis sofrimentos. Ela desejava, do fundo do coração, aliviar a dor daquelas pessoas.
E, assim, percebeu-se capaz de amar e de se doar. Compreendeu a lição de amor e descobriu o caminho para a felicidade.
*   *  *
Nos momentos de sofrimento, busquemos ajuda para aliviar as dores do corpo e da alma. Essa ajuda pode vir por meio da prece e da dedicação ao próximo.
Olhando além de nossos problemas, veremos sempre alguém sofrendo tanto ou mais do que nós.
Auxiliando a esses, esquecendo um pouco nossas próprias dores, praticamos a lei de amor e de caridade, aplicamos os ensinamentos do Mestre Jesus e nosso fardo fica mais leve.
Portanto, para encontrarmos o caminho da felicidade não é preciso muito. Basta nos amarmos, verdadeiramente, uns aos outros como Jesus nos amou.
Redação do Momento Espírita.
Em 24.7.2015.

terça-feira, 28 de julho de 2015

CASAMENTO DE EXPIAÇÃO

Caracteriza o tipo de casamento em que os cônjuges são espíritos devedores. Possuem dívidas que precisam ser quitadas, entre eles mesmos ou perante as Leis Divinas.
Normalmente, são casamentos difíceis de serem suportados, dada a dificuldade do reajuste. São marcados por "trovoadas e tempestades" que se sobrepõem aos raros momentos de bonança.
É de se perguntar como é que pessoas problemáticas e de convivência difícil, com dificuldades de relacionamento que de alguma maneira se refletem nos seus atos, passam pelo período do namoro sem serem observadas pelo outro, que, na maioria das vezes, tem perfil semelhante e também não é notado.
O espírito Emmanuel (Vida e Sexo) , através do médium Francisco Cândido Xavier, explica que no período do namoro, assim que uma pessoa começa a gravitar na órbita emocional da outra, fica sob um "suave encantamento" que, muitas vezes, a impede de ver claramente.
Se ela visse a realidade com clareza, provavelmente não iria contrair matrimônio com o seu par afetivo ... Mas é com ele que ela tem dívidas.
Uma vez casados, não demorará muito tempo para que a explosão das desarmonias conjugais e dos conflitos morais se tornem insuportáveis.
Esse relacionamento conturbado vai acumulando mágoas e agressões. Em muitos casos, acabam por provocar o pedido de divórcio que, não feito a tempo, poderá redundar em tragédia.
Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo) ensina que na união dos sexos, ao lado da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral, que é a lei de amor !
Quando Jesus disse: "Não separareis o que Deus uniu ", estas palavras devem, ser entendidas com referência à união segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.
Ora, o divórcio é uma lei humana que tem por finalidade separar legalmente o que já estava separado de fato.
(. .. ) e se perguntará, um dia, se é mais humano, mais caridoso, mais moral unir indissoluvelmente um ao outro dois seres que não podem viver juntos ou dar-lhes a liberdade ... (O Evangelho Segundo o Espiritismo)
A Doutrina Espírita, ao contrário do que muitos possam interpretar, não faz apologia do divórcio, mas reconhece a necessidade do mesmo nas situações em que a continuidade da vida a dois poderá não só agravar os débitos já existentes, mas também colocar em risco a vida dos cônjuges.
Com o advento da Emenda Constitucional n°. 9, de 28 de junho de 1977, foi introduzido o divórcio no Brasil.
A partir de então, muitas pessoas passaram a se casar com a perspectiva de se divorciarem, caso a vida matrimonial não fosse o que dela se esperava.
É um grande erro! O casal deve se empenhar ao máximo para levar o relacionamento conjugal a bom termo. A convivência a dois é a oportunidade de aparar arestas, vencer-se a si mesmo, moldar um caráter sadio, eliminar defeitos e adquirir virtudes. Infelizmente, não é isso o que se vê ...
O divórcio resolve um problema imediato de relacionamento, mas não quita a dívida, quando ela existe; e os débitos morais não quitados na presente jornada terrena o serão em encarnações futuras.
Se a vida a dois foi insuportável e você teve que se divorciar, não se entristeça ante o exposto. Se há resgate em pendência, é bem verdade que você terá que voltar com seu ex-cônjuge em outra encarnação ...
Entretanto, se a dívida é a mesma, a situação a ser vivenciada poderá ser diferente. Quem sabe se o outro não poderá nascer em família que lhe proporcione melhor formação de caráter e lhe dê uma educação mais aprimorada?
Quanto a você, não pare no tempo!
É isto mesmo, não pare no tempo ...
Se você está vivendo uma vida a dois; se você não se casou e ainda pretende fazê-lo; se você já se divorciou e quer ficar só; se você se separou e quer construir um novo lar; se você nunca se casou e não tem tais pretensões; ou se você vivencia outra situação qualquer, veja no próximo capítulo, que os homens e a mulheres têm direitos iguais, mas funções diferentes!
Devido à confusão que se faz entre essas duas coisas é que surge boa parte das complicações matrimoniais.
Pedro A. Bonilha

segunda-feira, 27 de julho de 2015

domingo, 26 de julho de 2015

EFEITOS ESPIRITUAIS E FÍSICOS DAS DROGAS

Efeitos Espirituais e Físicos das Drogas

Conhecidas como narcóticos ou entorpecentes, as drogas ocasionam dependência química e, em sua grande maioria, abalam psicologicamente os usuários, podendo levá-los à overdose.

As drogas podem ser divididas em três grupos conforme o Centro Brasileiro de Informações sobre as Drogas Psicotrópicas (CEBRID): estimulantes, depressoras e alucinógenas:

Efeitos no Corpo
Algumas substâncias químicas têm o poder de alterar o estado de consciência, impulsionando uma parte do cérebro responsável e associado principalmente à manutenção no organismo, da dopamina – principal neurotransmissor do corpo.

Curiosidade
Usuários de cocaína podem chegar a óbito após o consumo de 0,2 a 1,5 grama de droga pura. Esse perigo é maior se houver injeção direta no sangue.

Como as drogas agem no Espírito?
Os efeitos provocados pelas drogas são altamente devastadores e, por este motivo, comprometem também a saúde espiritual.

Na obra “Missionários da Luz”, escrita por Francisco Cândido Xavier pelo Espírito André Luiz, nós encontramos: “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual.” Em “Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.
Para entendermos melhor, nós comparamos o perispírito a um “filtro” de dosagem das energias espirituais do corpo material e vice-versa. Compreendemos então que os efeitos destas substâncias acarretam em um desequilíbrio completo do Espírito.

Nossas ações trazem efeitos benéficos revolucionários nestes casos!

Ao criarmos mecanismos de influência positiva baseados nos ensinamentos da Doutrina de Jesus, nós mostramos aos usuários que existe um caminho mais edificante, desagregando assim a repercussão desta terrível epidemia que está destruindo cada vez mais lares: as drogas.


Dica da Rádio Boa Nova
Nosso espírito é afetado através do uso de drogas? Celina Sobral conta para você no programa “Sem Dúvida” transmitido pela TV Mundo Maior (http://tvmundomaior.com.br/videos/sem-duvida-quando-consumimos-algum-tipo-de-droga-nosso-espirito-e-afetado/).

O programa “Pronto Atendimento” pela Rádio Boa Nova respondeu as questões: “Qual a influência das drogas no perispírito do dependente?” “Lesões no perispírito influenciam o corpo?” Ouça em http://www.arquivorbn.com.br/programasgravados/2014/01/253010114.mp3!


Fonte: Enviado em 20 de julho de 2015 | Publicado por Vanessa Cavalcanti - Radio Boa Nova
22/7/2015

A PALAVRA MAIS IMPORTANTE

    A Palavra Mais Importante

    Havia uma mulher que amava as palavras. Desde a meninice, elas exerciam sobre ela um grande fascínio.
    Talvez por isso ela tenha aprendido a ler muito cedo. Desejava decifrar aqueles sinais que preenchiam as páginas do jornal.
    Gostava de apreciar a sonoridade das palavras. Umas suaves, outras mais agressivas. E de aprender o significado de cada uma delas. Encantava-se em saber que as palavras têm o poder de representar opensamento humano e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Descobriu que existem palavras doces e perfumadas, como flor, carinho, amizade, maçã. Outras, tristes e angustiantes como lágrima, distância, saudade. Algumas dolorosas como crime, fome, abandono, guerra.
    Algumas alegres e descontraídas, como primavera, natureza, criança.
    Verificou que existem palavras que soam como uma sentença de morte, como câncer. Dá para imaginar o impacto que esse vocábulo é capaz de causar nos ouvidos de quem a ouve?
    Um dia, no entanto, ela ouviu dos lábios do médico que acabara de examinar com muito cuidado uns raios-x, esta palavra e a achou muito feia. Num momento, a paisagem se modificou, pareceu-lhe não haver mais luz, embora ainda fosse dia. O sangue lhe sumiu das faces, dando lugar a um suor gélido. O coração tentou fugir a galope. Ela se lembrou de que, tempos atrás, fora convocada para uma batalha pela vida. Agora, outra vez lhe competia empreender a luta pela vida.
    Fruto da ignorância, o medo, sempre oportunista, se instalou e a insegurança a dominou. O especialista foi lhe afirmando que havia muitas chances de melhora, graças às mais recentes conquistas da medicina.
    Mas ela nem conseguia mais prestar atenção. A voz do médico parecia distante. O cérebro dela desenhava paisagens sombrias, comprometendo o equilíbrio. De volta ao lar, um tanto mais calma, talvez inspirada por benfeitores invisíveis, ela se lembrou de orar. Preparou sua alma para entrar em contato com Jesus e lhe rogar as forças necessárias.
    Enquanto orava, pareceu ver o azul do firmamento, num cair de tarde, começando a salpicar de estrelas. Dele se destacou uma luz radiante, abrangendo todo o espaço ao seu redor.
    Alguém, de olhar sereno e sorriso cativante lhe estendeu os braços. Caminhou em sua direção e um delicado perfume a envolveu. Ela se sentiu aconchegar de encontro ao peito daquela criatura tão serena, como se fosse uma criança amedrontada. Uma nova energia invadiu todo o seu ser e, então, como um canto divino ela ouviu dentro d’alma a voz melodiosa do mensageiro:
    Filha, por que choras? Entre todas as palavras que admiras, esqueceste a mais importante, a mais poderosa.
    Ela se atreveu a perguntar: e que palavra eu esqueci, Senhor?
    Ele se afastou um pouco, tomou o rosto dela entre suas mãos e olhando-a com doce ternura, respondeu: a palavra é !
    Fé é a mola propulsora que permite superar óbices e vencer obstáculos.
    Fé é força motriz da alma que, assim alimentada, vence os percalços e avança, vitoriosa.
    Por esta razão é que o Mestre de Nazaré ensinou, um dia: se tiverdes  do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: move-te daqui para lá e ela se moverá.
    E a montanha que todos precisamos mover para avançar na estrada da vida, chama-se dificuldade.

A PARTE MAIS IMPORTANTE DO CORPO

    A Parte Mais Importante do Corpo

    Qual será a parte mais importante do corpo? Eis uma questão, com certeza, de difícil solução. Pois, uma mãe muito jovem perguntou a seu filho, um dia, exatamente isso.
    O menino pensou um pouco e se lembrou de como o som é importante para os seres humanos, permitindo a audição da voz humana e dos sons dos animais, do vento, da chuva, da música. Por isso, respondeu:
    “Minhas orelhas”, mãe.
    “Não, você não acertou. Mas, não se preocupe. Continue pensando no assunto. Em outra oportunidade, volto a lhe perguntar.”
    Algum tempo se passou até que a mãe tornou a fazer a mesma indagação. O garoto, que desde a sua primeira tentativa de resposta, frustrada, pensara muito no assunto, respondeu logo:
    “Mãe, a visão é muito importante para todos. É ela que nos permite vislumbrar a beleza das cores, o rosto dos nossos amores, as cenas dos filmes, do teatro. Então, a parte mais importante do corpo são os nossos olhos.”
    “Você está aprendendo rápido”, disse a mãe, “mas a resposta ainda não está correta. Pode-se viver sem a visão dos olhos. Pense em quantos cegos existem pelo mundo.”
    O menino não desistiu e continuou a sua busca pela resposta, ao longo do tempo. Vez ou outra, a mãe voltava à carga e a cada resposta dele, ela frisava:
    “Não, não é esta parte a mais importante. Mas você está ficando mais esperto a cada ano, minha criança.”
    O tempo passou e um dia, morreu o avô do menino. Todos ficaram tristes. Ele era muito amado. Todos choraram. O jovenzinho viu seu pai chorar. Aquilo o marcou porque era a segunda vez, em sua vida, que via seu pai chorar.
    Então, sua mãe olhou para ele, quando ele se aproximou do caixão para, de sua intimidade, dirigir um até logo mais prolongado ao avô.
    E ela perguntou:
    “Filho, agora você já sabe qual a parte do corpo mais importante?”
    O rapaz ficou chocado. Aquele não era um momento próprio para fazer aquela pergunta. Mesmo porque, desde ainfância, ele sempre levara tudo aquilo à conta de um jogo entre ele e sua mãe. Um jogo que ele pensava ganhar um dia, quando descobrisse a resposta correta.
    Mas, aquele momento era de muita dor para se pensar em jogo. Ainda confuso, ele ouviu a mãe ponderar:
    “Esta pergunta é muito importante. Mostra como você viveu realmente a sua vida. Para cada parte do corpo que você citou no passado, eu lhe disse que estava errado. Mas hoje é o dia que você necessita aprender esta importante lição.”
    Ela olhou o filho daquele jeito que somente uma mãe pode fazer. Havia lágrimas em seus olhos, quando falou:
    “Meu querido, a parte do corpo mais importante é seu ombro.
    “Por que eles sustentam minha cabeça?”
    “Não, filho. É porque pode apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram.”
    Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento de sua vida, meu querido.
    Eu espero que você tenha bastante amor e amigos. E que tenha sempre um ombro disponível se acasoprecisarem chorar.
    Pense nisso!
    As pessoas poderão esquecer do que você disse, depois de algum tempo. Mesmo porque, quase sempre não nos habituamos a escutar com o coração e a memória nos trai.
    As pessoas poderão esquecer do que você fez, com o passar dos anos. A memória da gratidão costuma empalidecer no decurso dos anos.
    Mas as pessoas nunca se esquecerão de como você as fez sentir, da amizade que ofertou, da emoção que proporcionou, da solidão que preencheu, do amor que semeou.

sábado, 25 de julho de 2015

LIVRE-ARBÍTRIO




Livre-Arbítrio

Autor: Allan Kardec

A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim: O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.

Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o Espírito procede à escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisso, como temos dito, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Esta liberdade, a encarnação não a anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas que por si mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos. (337)

Sem o livre-arbítrio, o homem não teria nem culpa por praticar o mal, nem mérito em praticar o bem. E isto a tal ponto está reconhecido que, no mundo, a censura ou o elogio são feitos à intenção, isto é, à vontade. Ora, quem diz vontade diz liberdade. Nenhuma desculpa poderá, portanto, o homem buscar, para os seus delitos, na sua organização física, sem abdicar da razão e da sua condição de ser humano, para se equiparar ao bruto. Se fora assim quanto ao mal, assim não poderia deixar de ser relativamente ao bem. Mas, quando o homem pratica o bem, tem grande cuidado de averbar o fato à sua conta, como mérito, e não cogita de por ele gratificar os seus órgãos, o que prova que, por instinto, não renuncia, mau grado à opinião de alguns sistemáticos, ao mais belo privilégio de sua espécie: a liberdade de pensar.

A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os sucessos da vida, qualquer que seja a importância deles. Se tal fosse a ordem das coisas, o homem seria qual máquina sem vontade. De que lhe serviria a inteligência, desde que houvesse de estar invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pela força do destino? Semelhante doutrina, se verdadeira, conteria a destruição de toda liberdade moral; já não haveria para o homem responsabilidade, nem, por conseguinte, bem, nem mal, crimes ou virtudes. Não seria possível que Deus, soberanamente justo, castigasse suas criaturas por faltas cujo cometimento não dependera delas, nem que as recompensasse por virtudes de que nenhum mérito teriam. Demais, tal lei seria a negação da do progresso, porquanto o homem, tudo esperando da sorte, nada tentaria para melhorar a sua posição, visto que não conseguiria ser mais nem menos.

Contudo, a fatalidade não é uma palavra vã. Existe na posição que o homem ocupa na Terra e nas funções que aí desempenha, em conseqüência do gênero de vida que seu Espírito escolheu como prova, expiação ou missão. Ele sofre fatalmente todas as vicissitudes dessa existência e todas as tendências boas ou más, que lhe são inerentes. Aí, porém, acaba a fatalidade, pois da sua vontade depende ceder ou não a essas tendências. Os pormenores dos acontecimentos, esses ficam subordinados às circunstâncias que ele próprio cria pelos seus atos, sendo que nessas circunstâncias podem os Espíritos influir pelos pensamentos que sugiram. (459)

Há fatalidade, portanto, nos acontecimentos que se apresentam, por serem estes conseqüência da escolha que o Espírito fez da sua existência de homem. Pode deixar de haver fatalidade no resultado de tais acontecimentos, visto ser possível ao homem, pela sua prudência, modificar-lhes o curso. Nunca há fatalidade nos atos da vida moral. No que concerne à morte é que o homem se acha submetido, em absoluto, à inexorável lei da fatalidade, por isso que não pode escapar à sentença que lhe marca o termo da existência, nem ao gênero de morte que haja de cortar a esta o fio.

Segundo a doutrina vulgar, de si mesmo tiraria o homem todos os seus instintos que, então, proviriam, ou da sua organização física, pela qual nenhuma responsabilidade lhe toca, ou da sua própria natureza, caso em que lícito lhe fora procurar desculpar-se consigo mesmo, dizendo não lhe pertencer a culpa de ser feito como é. Muito mais moral se mostra, indiscutivelmente, a Doutrina Espírita. Ela admite no homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude e, se lhe diz que, praticando o mal, ele cede a uma sugestão estranha e má, em nada lhe diminui a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, o que evidentemente lhe é muito mais fácil do que lutar contra a sua própria natureza. Assim, de acordo com a Doutrina Espírita, não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre cerrar ouvidos à voz oculta que lhe fala no íntimo, induzindo-o ao mal, como pode cerrá-los à voz material daquele que lhe fale ostensivamente. Pode-o pela ação da sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando, para tal fim, a assistência dos bons Espíritos. Foi o que Jesus nos ensinou por meio da sublime prece que é a oração dominical, quando manda que digamos: “Não nos deixes sucumbir à tentação, mas livra-nos do mal.” Essa teoria da causa determinante dos nossos atos ressalta com evidência de todo o ensino que os Espíritos hão dado. Não só é sublime de moralidade, mas também, acrescentaremos, eleva o homem aos seus próprios olhos. Mostra-o livre de subtrair-se a um jugo obsessor, como livre é de fechar sua casa aos importunos. Ele deixa de ser simples máquina, atuando por efeito de uma impulsão independente da sua vontade, para ser um ente racional, que ouve, julga e escolhe livremente de dois conselhos um. Aditemos que, apesar disto, o homem não se acha privado de iniciativa, não deixa de agir por impulso próprio, pois que, em definitiva, ele é apenas um Espírito encarnado que conserva, sob o envoltório corporal, as qualidades e os defeitos que tinha como Espírito. Conseguintemente, as faltas que cometemos têm por fonte primária a imperfeição do nosso próprio Espírito,que ainda não conquistou a superioridade moral que um dia alcançará, mas que, nem por isso, carece de livre-arbítrio. A vida corpórea lhe é dada para se expungir de suas imperfeições, mediante as provas por que passa, imperfeições que, precisamente, o tornam mais fraco e mais acessível às sugestões de outros Espíritos imperfeitos, que delas se aproveitam para tentar fazê-lo sucumbir na luta em que se empenhou. Se dessa luta sai vencedor ele se eleva; se fracassa, permanece o que era, nem pior, nem melhor. Será uma prova que lhe cumpre recomeçar, podendo suceder que longo tempo gaste nessa alternativa.

Quanto mais se depura, tanto mais diminuem os seus pontos fracos e tanto menos acesso oferece aos que procurem atraí-lo para o mal. Na razão de sua elevação, cresce-lhe a força moral, fazendo que dele se afastem os maus Espíritos.

Todos os Espíritos, mais ou menos bons, quando encarnados, constituem a espécie humana e, como o nosso mundo é um dos menos adiantados, nele se conta maior número de Espíritos maus do que de bons.

Tal a razão por que aí vemos perversidade. Façamos, pois, todos os esforços para a este planeta não voltarmos, após a presente estada, e para merecermos ir repousar em mundo melhor, em um desses mundos privilegiados, onde não nos lembraremos da nossa passagem por aqui, senão como de um exílio temporário.

Questão 872 de O Livro dos Espíritos