No sexto século antes da era cristã, viviam na China dois grandes sábios: Lao Tsé e Confúcio. Este andava de cidade em cidade, e sempre tinha muitos discípulos que o acompanhavam. Dava conselhos aos governadores e era muito estimado, tanto pelo povo, como pelos príncipes. Lao Tsé vivia retirado, porém, de vez em quando, era visitado por pessoas que procuravam conhecê-lo e sua doutrina.
Uma vez, também Confúcio, que já se havia tornado muito célebre, veio visitar o notável solitário, e falou com ele muito sobre os sábios do passado. Lao Tsé disse:
- Senhor, as pessoas de que falas, morreram já há muito, muito tempo, e nem os seus ossos existem mais. O que, porém, se conservou ate agora, e se conservará sempre, são a sua fama e doutrina. As palavras pronunciadas por eles os tornaram imortais. Essas palavras provinham dos pensamentos, e os pensamentos nasciam, como sempre nascem, do espírito. Aqui tendes, pois, uma prova da verdade que eu ensino, isto é, que o espírito, essa parte invisível do homem, é aquilo que não se perde, mas sobrevive à morte da pessoa. Assim como continuam vivendo, entre nós, as palavras dos sábios, cujos ossos, já há séculos, desapareceram, continuam vivendo, no mundo espiritual, as almas que produziram essas palavras e esses ensinos. Devemos, portanto, cuidar mais do que é mental e espiritual, do que aquilo que é material.
Quando se despediu de Lao Tsé, disse Confúcio a seus discípulos:
- Lao Tsé tem razão. O que, em nós, é de maior valor, é a nossa alma, cujo órgão é a mente; cuidemos, portanto, sempre para que nossos pensamentos sejam bons, retos, verazes e benévolos. Assim seguiremos o Caminho de Tao, isto é, a Suprema Razão, ensinado por Lao Tsé.
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