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sábado, 23 de abril de 2016

ENSINAMENTOS EM PEQUENOS TEXTOS


Sabedoria Popular

“A única fonte de felicidade está dentro de você, e deve ser repartida.
Repartir suas alegrias é como espalhar perfumes sobre os outros: 
sempre algumas gotas acabam caindo sobre você mesmo.”

O ACUSADO
O ACUSADO
Conta uma antiga lenda que na Idade Média um homem muito  religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher.
Na verdade, o autor do crime era pessoa influente do reino e por isso, desde o primeiro momento se procurou um bode expiatório para acobertar o verdadeiro assassino.
O homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado: a forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história.
O juiz, que também estava combinado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado que provasse sua inocência.
Disse o juiz: sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do senhor: vou escrever em um pedaço de papel a palavra INOCENTE e outro pedaço a palavra CULPADO. Você sortear um dos papéis e aquele que sair será o veredito.
O senhor decidirá seu destino, determinou o juiz.
Sem que o acusado percebesse, o juiz preparou os dois papéis, mas em ambos escreveu CULPADO de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance do acusado se livrar da forca. Não havia saída.
Não havia alternativas para o pobre homem.
O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um.
O homem pensou alguns segundos e pressentindo uma vibração aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou na boca e o engoliu.
Os presentes ao julgamento reagiram surpresos e indignados com a atitude do homem.
– Mas o que você fez?
E agora? Como vamos saber qual seu veredito?
– É muito fácil, respondeu o homem. – Basta olhar o outro pedaço que sobrou e saberemos que acabei engolindo o seu contrário.
Imediatamente o homem foi libertado.
MORAL DA HISTÓRIA
Por mais difícil que seja uma situação, não deixe de acreditar até o último momento. Saiba que para qualquer problema há sempre uma saída. 
Não desista, não entregue os pontos, não se deixe derrotar.
Persista, vá em frente apesar de tudo e de todos. Creia que você pode conseguir.

a lenda
A LENDA
Certa lenda conta que estavam duas crianças patinando em cima de um lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação.
De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água. A outra criança vendo que seu amiguinho se afogava de baixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
– Como você conseguiu fazer isso? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas.
Nesse instante apareceu um ancião e disse:
– Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
Como?
O ancião respondeu:
– Não havia ninguém ao seu redor para dizer-lhe que ele não seria capaz de fazer…

a porta
A PORTA
Numa terra em guerra, havia um rei que causava espanto. Cada vez que fazia prisioneiros, não os matava, mas levava-os a uma sala onde tinha um grupo de arqueiros em um canto e uma imensa porta de ferro no outro, sendo que nessa porta havia figuras de caveiras cobertas de sangue. Então o rei fazia-os ficar em círculo, e dizia:
– Vocês podem escolher: morrer flechados por meus arqueiros, ou passarem por aquela porta e por mim lá serem trancados.
Todos os que por ali passaram escolheram morrer pelas mãos dos arqueiros.
Ao término da guerra, um soldado que por muito tempo servira o rei, disse-lhe:
– Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?
– Diga, soldado.
– O que há por trás de tão assustadora porta?
– Vá e veja.
O soldado então abre a porta vagarosamente, e percebe que, à medida que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente. E vê, surpreso, que a porta levava rumo à liberdade. Admirado, apenas olha para o rei, que diz:
– Eu dava a eles a escolha, mas preferiram morrer a arriscar abrir esta porta.
E nós, quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar? Quantas vezes perdemos a liberdade e ficamos correndo somente pelo lado de dentro, apenas por sentirmos medo de abrir a porta dos nossos sonhos?

se soubessemos antes
SE SOUBÉSSEMOS ANTES…
Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar.
Ele informou o chefe, do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com sua família.
Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar. A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e ele pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto como um favor.
O pedreiro não gostou mas acabou concordando. foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados.Foi uma maneira negativa dele terminar a carreira. Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa construída.
Depois deu a chave ao pedreiro e disse: ” Esta casa é sua. Ela é o meu presente para você.”
O pedreiro ficou muito surpreendido. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente.
O mesmo acontece conosco. Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção.
Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente.Mas não podemos voltar atrás.
Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tábuas e constróis paredes. Alguém já disse que: “A vida é um projeto que você mesmo constrói”.
Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a “casa” em que vai morar amanhã. Portanto a construa com sabedoria!
como temperar o aço
COMO TEMPERAR O AÇO
Lynell Waterman conta a história do ferreiro que, depois de uma juventude cheia de excessos, decidiu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos, trabalhou com afinco, praticou a caridade, mas, apesar de toda a sua dedicação, nada parecia dar certo em sua vida.
Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais.
Uma bela tarde, um amigo que o visitava – e que se compadecia de sua situação difícil – comentou:
– É realmente muito estranho que, justamente depois que você resolveu se
tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas, apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado.
O ferreiro não respondeu imediatamente: ele já havia pensado nisso muitas
vezes, sem entender o que acontecia em sua vida.
Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro:
– Eu recebo nesta oficina o aço ainda não-trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isso é feito? Primeiro, eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que ela fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico vários golpes, até que a peça adquira a forma desejada. Logo ela é mergulhada num balde de água fria, e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir este processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente.
O ferreiro fez uma longa pausa, acendeu um cigarro e continuou:
– Às vezes, o aço que chega às minhas mãos não consegue agüentar este tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada.
Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na
entrada da minha ferraria.
Mais uma pausa, e o ferreiro concluiu:
– Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: “Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim.
Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser – mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas.”
alamas grandes
ALMAS GRANDES
Os Hindus contam uma história bonita.
No princípio dos tempos, uma grande nuvem espiritual envolvia o mundo, constituindo a essência suprema; e cada criança, ao nascer, recebia uma generosa parcela deste misterioso ectoplasma que descia sobre ela e passava a ser sua alma.
Com o passar dos séculos, as populações foram aumentando e já não havia grandes porções de alma para dividir com todos os que nasciam.
Então começaram a aparecer na Terra milhares, milhões de pessoas com almas pequenas.
Mas até hoje, de vez em quando, um engano acontece, e ainda sobra um pedaço maior de alma para determinados seres humanos.
Assim nascem, aqui… ali, criaturas de almas grandes.
Por toda parte, na Terra, em países diversos, essas pessoas de almas grandes se reconhecem e se atraem ao se verem pela primeira vez.
São em geral simpáticas, inteligentes, honestas, e se identificam imediatamente uma com as outras, como se fossem irmãs.
Os casos de amor ou amizade à primeira vista, constituem provas concretas de que estas grandes almas existem.
A angústia de viver está em que, no caso de sermos almas grandes, passamos, às vezes, uma vida inteira sem encontrar nossas parceiras genuínas, aquelas pessoas perfeitamente aptas a se identificarem conosco, a tornarem-se nossas maiores amigas, ou nossas grandes paixões.
E podem estar a nossa espera ali na esquina, ou num bairro que não frequentamos, numa cidade que não visitamos.
Todos deveriam falar com todos, sem constrangimentos, e tentar aproximações novas e freqüentes.
O mundo seria bem melhor se qualquer pessoa desconhecida dissesse em plena rua:
– “Taí…gostei de você… vamos tomar um café?”
“Os navios não alcançam as estrelas, mas é através delas que se lançam ao mar.”
sabio
O SÁBIO
Certo dia, a Solidão bateu à porta de um grande sábio e ele convidou-a para entrar. Pouco depois saiu decepcionada, pois descobriu que não podia capturar nada daquele ser bondoso, porque ele nunca estava sozinho; estava sempre acompanhado pelo amor de Deus.
Outro dia, a Ilusão também bateu à porta daquele sábio. Ele, amorosamente, convidou-a para entrar em sua humilde casa; mas logo depois ela saiu correndo gritando que estava cega, pois o coração dele era tão luminoso de amor que havia ofuscado a própria Ilusão.
Mais adiante , apareceu a Tristeza. Antes mesmo que ela batesse à porta, o sábio saiu na janela e dirigiu-lhe um sorriso enternecido. A Tristeza recuou e disse que era engano e foi bater em alguma outra porta que não fosse tão luminosa.
E assim a fama do sábio foi crescendo; a cada dia, novos visitantes chegavam tentando conquistá-lo. Num dia era o Desespero, no outro a Impaciência; depois vieram a Mentira, o Ódio, a Culpa e o Engano. Pura perda de tempo; o sábio convidava todos a entrarem e eles saiam decepcionados com o equilíbrio daquela alma bondosa.
Porém, um dia, a Morte bateu à sua porta e ele também convidou-a para entrar … Seus discípulos esperavam que ela saísse correndo a qualquer momento, ofuscada pelo amor do mestre. Entretanto, tal não aconteceu. O tempo foi passando e nem ela nem o sábio apareciam. Cheios de receio, entraram e encontraram o cadáver do mestre estirado no chão. Ficaram muito tristes e começaram a chorar ao ver que o querido mestre havia partido com a Morte.
Na mesma hora, começaram a entrar na casa, todos os outros servos da Ignorância que nunca tinham conseguido permanecer naquele recinto; a Tristeza havia aberto a porta e os mantinha lá dentro.
” Entram na nossa morada aqueles que convidamos, mas só permanecem conosco, aqueles que encontram ambiente propício para se estabelecerem.”
o-monge-e-o-escorpiao
O MONGE E O ESCORPIÃO
Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio.
Foi então a margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez acorrer pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou.
Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
“Mestre, deve estar doendo muito! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!”
O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:
– “Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.”
” Esta parábola nos faz refletir a forma de melhor compreender e aceitar as pessoas com que nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas podemos melhorar nossas próprias reações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer a nossa parte com muito amor e respeito ao próximo. Cada qual conforme sua natureza, e não conforme a do outro.”
Canada Geese Flying at Sunrise --- Image by © Chase Swift/CORBIS
A LIÇÃO DOS GANSOS
Quando um ganso bate as asas, cria um vácuo para o pássaro seguinte. Voando numa formação em “V”, o bando inteiro tem seu desempenho 71% melhor do que se a ave voasse sozinha.
– Pessoas que compartilham uma direção comum e senso de comunidade, podem atingir seus objetivos mais rápidos e facilmente.
Sempre que um ganso sai da formação sente subitamente a resistência por tentar voar sozinho e, rapidamente, volta para a formação aproveitando a aspiração da ave imediatamente à sua frente.
– Se tivermos tanta sensibilidade quanto um ganso, permaneceremos em formação com aqueles que se dirigem para onde pretendemos ir e nos dispusermos a aceitar sua ajuda, assim como prestar a nossa ajuda aos outros.
Quando o ganso líder se cansa, muda para trás na formação e, imediatamente, um outro ganso assume o lugar, voando para a posição de ponta.
– É preciso acontecer um revezamento das tarefas pesadas e dividir a liderança. As pessoas, assim como os gansos, são dependentes umas das outras.
Os gansos de trás, na formação, grasnam para incentivar e encorajar os da frente a aumentar a velocidade.
– Precisamos nos assegurar de que o nosso “ganso” seja encorajador para que a equipe aumente o seu desempenho.
Quando um ganso fica doente, ferido ou é abatido, dois gansos saem da formação e seguem-no para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que esteja apto a voar de novo ou morra. Só assim, eles voltam ao procedimento normal com outra formação, ou vão atrás de outro bando.
– Se nós tivermos bom senso tanto quanto os gansos, também estaremos ao lado dos outros nos momentos difíceis.
convide o amor
CONVIDE O AMOR
Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas
brancas sentados em frente ao quintal dela. Ela não os reconheceu. Então ela
disse:
– Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor,
entrem e comam algo.
– O homem da casa está? Perguntaram.
– Não, ela disse, está fora.
– Então não podemos entrar. Eles responderam.
A noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu.
– Vá e diga que estou em casa e convide-os a entrar.
A mulher saiu e convidou-os a entrar.
– Não podemos entrar juntos. Responderam.
– Porque isto? Ela quis saber. Um dos velhos explicou-lhe:
– Seu nome é FARTURA. Ele disse apontando um dos seus amigos e
mostrando o outro, falou: Ele é o SUCESSO e eu sou o AMOR.
E completou:
– Agora vá e discuta com seu marido qual de nós vocês querem em
sua casa.
A mulher entrou e falou ao marido o que foi dito.
Ele ficou arrebatado e disse:
– Que bom!
Ele disse:
– Neste caso vamos convidar a FARTURA. Deixe-o entrar e encher a nossa casa
de fartura.
A esposa discordou:
– Meu querido porque não convidamos o SUCESSO?
A cunhada dele ouvia do outro canto da casa.
Ela apresentou sua sugestão:
– Não seria melhor convidar o AMOR? Nossa casa estará então cheia de amor.
– Atentamos para o conselho da minha cunhada. Disse o marido para a esposa:
Vá lá fora e chame o AMOR para ser nosso convidado.
AMOR levantou-se e seguiu em direção à casa. Os outros dois
levantaram e seguiram-no.
Surpresa a senhora perguntou-lhes:
– Apenas convidei o AMOR, porque vocês dois entraram?
Os velhos homens responderam juntos:
– Se você convidasse a FARTURA ou o SUCESSO, os outros dois
esperariam aqui fora, mas se você convidar o AMOR, onde ele for
iremos com ele.
Onde há AMOR, há também FARTURA e SUCESSO!!!
o jovem e o cego
O JOVEM E O CEGO
Vinham dois homens a caminhar… Um era jovem, trazia em seu rosto os sinais da inexperiência. Os olhos vivos e atentos a tudo, como a querer aspirar a vida em um só fôlego. Tencionava modificar o mundo, revolucionar sua época, ensinar o muito que julgava saber.
O outro trazia no semblante as marcas do tempo, já não queria tomar o mundo, contentava-se em apreender um pouco, aqui e ali, analisando sereno, as experiências que a vida lhe apresentava. Tampouco desejava deixar suas marca nos homens e nas coisas que o rodeavam. Não queria discípulos, nem seguidores, não pretendia modificar a ninguém, a não ser seu próprio eu. Era cego de nascença, porém apesar de ter fechados os olhos do corpo, possuía abertos os da alma.
Vinham em silêncio, quando o jovem, surpreso, exclamou: – Uma pipa! Uma pipa no céu!
– Estás tão alegre em vê-la, ainda que distante. Por que? – perguntou o cego.
– Claro, toda vez que vemos uma pipa, uma só ideia nos assalta a alma, a ideia da liberdade. E qual de nos não valoriza a possibilidade de sentir-se livre? – disse o jovem.
– Liberdade? Estranho, para mim a pipa tem outro significado.
– Outro significado? Como? Sabes o que é uma pipa?
– Sim, meu amigo, sei o que é uma pipa, papagaio, pandorga, como queira chamar. Mas para mim, tal objeto traz-me a lembrança responsabilidade e bom-senso.
– Não entendo…
– O exercício da liberdade é complexo e fundamental em nossas vidas. Como a pipa, só podemos alçar vôos mais altos se a nos prender no solo, tivermos um fio resistente e mãos hábeis que nos manipulem com acerto. Tais instrumentos são a responsabilidade e o bom-senso. E só fazendo uso de tais ferramentas que dirigem e orientam o nosso vôo, podemos ter certeza que estamos fazendo bom uso da liberdade que nos é concedida. É a segurança de que a pipa precisa para subir… subir… Assim o limite para os nossos passos não é o espaço que nos rodeia, mas o comprimento do fio que nos prende ao solo, ou seja, a certeza que possuímos e de que estamos utilizando nossa liberdade de acordo com as normas que nos ditam o bom senso e a responsabilidade que já adquirimos. Muitas vezes, meu jovem, os olhos nos enganam. Não basta vermos, é preciso, enxergamos além.
O jovem, deu o braço ao cego, calou-se e em seu silêncio, entregou-se à reflexão.
O moço é o instinto primeiro; o velho é a sabedoria.
O instinto nos impulsiona, a sabedoria nos guia.
MarcasDeBatom
AS MARCAS DE BATOM NO BANHEIRO
Numa escola pública no centro de Belo Horizonte, estava ocorrendo uma situação inusitada: meninas de 15,16,17 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.
O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom.
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora. No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram.
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!
Moral da história: Há professores e há educadores… Comunicar é sempre um desafio!
Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.
Por quê?
Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.
Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.
samurai
O SAMURAI
Perto de Tóquio vivia um grande Samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: Esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.
Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. Desapontados pelo fato do mestre ter aceitado tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:
– Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se
covarde diante de todos nós?
– Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? — perguntou o Samurai.
– A quem tentou entregá-lo — respondeu um dos discípulos.
– O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos – disse o mestre. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma.
– Só se você permitir…
o alpinista
O ALPINISTA
Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios.
Ele resolveu, depois de muitos anos de preparação, escalar o Aconcágua. Mas ele queria a glória somente para ele, e resolveu escalar sozinho, sem nenhum companheiro, o que seria natural no caso de uma escalada desse grau de dificuldade. 
Ele começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde, porém ele não havia se preparado para acampar, resolveu seguir a escalada, decidido a atingir o topo. 
Escureceu e a noite caiu como um breu nas alturas da montanha e não erapossível mais enxergar um palmo à frente do nariz; não se via absolutamente nada. Não havia lua, e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens. 
Subindo por uma “parede” a apenas 100 m do topo, ele escorregou e caiu. Caia a uma velocidade vertiginosa, somente conseguia ver as manchas que passavam cada vez mais rápidas na mesma escuridão e sentia a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade. 
Ele continuava caindo… nesses angustiantes momentos, passaram por suamente todos os momentos felizes e tristes que ele já havia vivido em suavida. 
De repente ele sentiu um puxão forte que quase o partiu ao meio … Shack ! Como todo alpinista experimentado, havia cravado pítons de segurança com costuras a uma corda que fixou em sua cintura.
Nesse momento de silêncio, suspenso pelos ares na completa escuridão, não sobrou para ele nada além do que gritar:
– Ó MEU DEUS ME AJUDE !!!
De repente uma voz grave e profunda vinda do céu respondeu:
– QUE VOCÊ QUER DE MIM, MEU FILHO?
– Salve-me meu Deus, por favor !!!
– VOCÊ REALMENTE ACREDITA QUE EU POSSA TE SALVAR?
– Eu tenho certeza, meu Deus !
– ENTÃO CORTE A CORDA QUE TE MANTÉM PENDURADO…
Houve um momento de silêncio e reflexão. O homem se agarrou mais ainda à corda e refletiu que se fizesse isso morreria …
Conta o pessoal do resgate que no outro dia encontrou um alpinistacongelado… morto… agarrado com força … com as suas duas mãos a uma corda…A TÃO SOMENTE DOIS METROS DO CHÃO...
Horizonte
O HORIZONTE
Certa vez alguém chegou no céu e pediu pra falar com DEUS porque, segundo o seu ponto de vista, havia uma coisa na criação que não tinha nenhum sentido…
DEUS o atendeu de imediato, curioso por saber qual era a falha que havia na Criação.
– Senhor DEUS, sua criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser… mas no meu ponto de vista, tem uma coisa que não serve para nada – disse aquele impertinente para O CRIADOR.
– E que coisa é essa que não serve para nada? – perguntou DEUS.
– É o horizonte. Para que serve o horizonte? Se eu caminho um passo em direção a ele, o mesmo se afasta um passo de mim. Se caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos. Se caminho quilômetros em direção ao horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim… Isso não faz sentido!
– O horizonte não serve pra nada.
DEUS olhou para aquela pessoa, sorriu e disse:
– Mas é justamente para isso que serve o horizonte… “para fazê-lo caminhar”!
janela
A JANELA
Certa vez, dois homens estavam seriamente doentes na mesma enfermaria de um grande hospital. O cômodo era bastante pequeno e nele havia uma janela que dava para o mundo.
Um dos homens tinha, como parte do seu tratamento, permissão para sentar-se na cama por uma hora durante as tardes (algo a ver com a drenagem de fluído de seus pulmões).
Sua cama ficava perto da janela. O outro, contudo, tinha de passar todo o seu tempo deitado de barriga para cima.
Todas as tardes, quando o homem cuja cama ficava perto da janela era colocado em posição sentada, ele passava o tempo descrevendo o que via lá fora.
A janela aparentemente dava para um parque onde havia um lago. Havia patos e cisnes no lago, e as crianças iam atirar-lhes pão e colocar na água barcos de brinquedo. Jovens namorados caminhavam de mãos dadas entre as árvores, e havia flores, gramados e jogos de bola.
E ao fundo, por trás da fileira de árvores, avistava-se o belo contorno dos
prédios da cidade.
O homem deitado ouvia o sentado descrever tudo isso, apreciando todos os minutos.
Ouviu sobre como uma criança quase caiu no lago e sobre como as garotas estavam bonitas em seus vestidos de verão.
As descrições do seu amigo eventualmente o fizeram sentir que quase podia ver o que estava acontecendo lá fora…
Então, em uma bela tarde, ocorreu-lhe um pensamento: Por que o homem que ficava perto da janela deveria ter todo o prazer de ver o que estava acontecendo? Por que ele não podia ter essa chance?
Sentiu-se envergonhado, mas quanto mais tentava não pensar assim, mais queria uma mudança. Faria qualquer coisa!
Numa noite, enquanto olhava para o teto, o outro homem subitamente acordou tossindo e sufocando, suas mãos procurando o botão que faria a enfermeira vir correndo. Mas ele o observou sem se mover… mesmo quando o som de respiração parou.
De manhã, a enfermeira encontrou o outro homem morto e, silenciosamente, levou embora o seu corpo.
Logo que pareceu apropriado, o homem perguntou se poderia ser colocado na cama perto da janela.
Então colocaram-no lá, aconchegaram-no sob as cobertas e fizeram com que se sentisse bastante confortável.
No minuto em que saíram, ele apoiou-se sobre um cotovelo, com dificuldade e sentindo muita dor, e olhou para fora da janela. Viu apenas um muro…
“E a vida é, sempre foi e será aquilo que nós a tornamos”.
pedra no caminho
PEDRA NO CAMINHO
Uma pessoa começou a espalhar rumores sobre um vizinho.
Em poucos dias, todo o vilarejo já estava sabendo sobre a história e a pessoa em questão ficou profundamente machucada e ofendida.
Mais tarde, a pessoa responsável pelos rumores descobriu, que o que ela havia dito era completamente falso.
Ela ficou arrependida e foi a um sábio perguntar o que ela poderia fazer, para reparar o mal que havia feito.
O sábio respondeu: – Vá ao mercado, compre uma galinha e mate-a. No caminho de casa, retire todas as penas dela e jogue-as, uma por uma, ao longo da estrada.
Embora surpresa pelo conselho, a pessoa fez o que havia sido pedido.
No dia seguinte, procurou o sábio novamente.
– E então! O que faço agora?
O sábio pediu que fizesse da seguinte maneira:
– Agora, volte lá e recolha todas as penas que você jogou ontem e traga-as de volta para mim.
Seguindo as recomendações a pessoa tomou o mesmo caminho, mas ficou muito decepcionada.
Observou que o vento havia levado todas as penas embora.
Conseguiu recuperar apenas três penas e assim mesmo depois de horas de busca.
– Você vê, disse o sábio, é fácil jogá-las pelo caminho, mas impossível recuperá-las de volta.
– É assim também com rumores e fofocas. Não leva muito tempo para espalhá-los, mas uma vez feito, você nunca irá desfazer completamente o estrago que causou.
” Na maioria das vezes, nós mesmos, por negligência e imprevidência, colocamos pedras em nosso próprio caminho.”
tres perguntas
TRÊS PERGUNTAS
“A história aconteceu, num país longínquo, muitos séculos atrás. Pressentindo seu fim, o rei chamou seus súditos, prometendo fortunas e honrarias para quem respondesse a três perguntas fundamentais:
– Qual o lugar mais importante do mundo?
– Qual é a tarefa mais importante do mundo?
– Qual é o homem mais importante do mundo?
Sábios e ignorantes, ricos e pobres, crianças e adultos, desfilaram tentando responder às três perguntas. Para desconsolo do rei, nenhuma resposta o satisfez plenamente.
Restava, em todo o território, um único homem que se recusava a falar. Guardava silêncio e distância, porque não lhe interessavam honrarias nem fortunas. Era um ancião com fama de sábio. Emissários do rei foram enviados a ele para colher sua opinião. E, no alto da sua sabedoria, o velho falou:
– O lugar mais importante do mundo é aquele em que você está. A tarefa mais importante do mundo é aquela que você faz. E o homem mais importante do mundo é aquele que precisa de você, porque é ele que o possibilita a exercitar o mais belo dos sentimentos: o AMOR.”.
lapis
A HISTÓRIA DO LÁPIS
O menino olhava a avô escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
– Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim?
A avô parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
– Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como
ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
– Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
– Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.
“Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade”.
“Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.”
“Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça”.
“Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.”
“Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação”.
a mais bela flor
A MAIS BELA FLOR
O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.
Desiludido da vida com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.
E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria:
– “Veja o que encontrei”.
Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz.
Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei.
Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:
– “O cheiro é ótimo, e é bonita também…
Por isso a peguei; ei-la, é sua.”
A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes
como laranja, amarelo ou vermelho, mais eu sabia que tinha que pegá-la,ou ele jamais sairia de lá.
Então me estendi para pegá-la e respondi:
– O que eu precisava.
Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão.
Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.
Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.
– “De nada ele sorriu.”
E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho.
Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU.
E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu.
E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.
a loja de Deus
A LOJA DE DEUS
Entrei na loja e vi um Anjo no balcão.
Maravilhado disse-lhe:
– Santo Anjo do Senhor, o que vendes?
Respondeu-me:
– Todos os dons de Deus.
Perguntei:
– Custa muito? Respondeu-me:
– Não, é tudo de graça.
Contemplei a loja e vi jarros com Sabedoria, vidros de Fé, pacotes com Esperança, caixinhas com Salvação e potes com Amor. Tomei coragem e pedi.
– Por favor, Santo Anjo, quero muito Amor, todo o Perdão, um vidro de Fé,
bastante Felicidade e Salvação eterna para mim e para toda a minha família também.
Então o Anjo do Senhor preparou-me um embrulho, tão pequeno, que cabia na palma de minha mão.
Maravilha, mais uma vez, disse-lhe.
– É possível tudo estar aqui?
O Anjo respondeu-me sorrindo:
– Meu querido irmão, na Loja de Deus não vendemos frutos, apenas Sementes… Cultivai-as.

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