18/07/2012 17h50 - Atualizado em 18/07/2012 17h50
Atritos físicos
“Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.” - Jesus. (MATEUS, 5:39.)
Alguns humoristas pretendem descobrir na advertência do Mestre uma exortação à covardia, sem noção de respeito próprio.
O parecer de Jesus, no entanto, não obedece apenas aos ditames do amor, essência fundamental de seu Evangelho. É igualmente uma peça de bom senso e lógica
rigorosa.
Quando um homem investe contra outro, utilizando a força física, os recursos
espirituais de qualquer espécie já foram momentaneamente obliterados no
atacante.
O murro da cólera somente surge quando a razão foi afastada. E sobrevindo
semelhante problema, somente a calma do adversário consegue atenuar os
desequilíbrios,
procedentes da ausência de controle.
O homem do campo sabe que o animal enfurecido não regressa à
naturalidade se
tratado com a ira que o possui.
A abelha não ferretoa o apicultor, amigo da brandura e da serenidade.
O único recurso para conter um homem desvairado, compelindo-o a
reajustar-se
dignamente, é conservar-se o contendor ou os circunstantes em posição
normal, sem cair
no mesmo nível de inferioridade.
A recomendação de Jesus abre-nos abençoado avanço …
Oferecer a face esquerda, depois que a direita já se encontra dilacerada pelo
agressor, é chamá-lo à razão enobrecida, reintegrando-o, de imediato, no
reconhecimento
da perversidade que lhe é própria.
Em qualquer conflito físico, a palavra reveste-se de reduzida função nos
círculos
do bem. O gesto é a força que se expressará convenientemente.
Segundo reconhecemos, portanto, no conselho do Cristo não há convite à
fraqueza, mas apelo à superioridade que as pessoas vulgares ainda
desconhecem.

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