1
- Não posso mais! Estou resolvida!
- Não diga isso. Fique mais calma. Somos espíritas e...
- Não, Agenor! Não quero mais filhos. Nem esse e nem a possibilidade de outros. Estou decidida.
- Se houvesse realmente necessidade... Mas você está forte, robusta... Isso é meia morte. Pense bem. Olhe o “deixai vir a mim os pequeninos!...”.
- Não. É muita gente que faz isso, por que não posso fazer? Vou agora ao hospital tratar de meu caso... Estou resolvida.
Assim falando, Carolina ralhou com os três filhos pequenos e deixou a casa, nervosa, acompanhada de Agenor.
- Não posso mais! Estou resolvida!
- Não diga isso. Fique mais calma. Somos espíritas e...
- Não, Agenor! Não quero mais filhos. Nem esse e nem a possibilidade de outros. Estou decidida.
- Se houvesse realmente necessidade... Mas você está forte, robusta... Isso é meia morte. Pense bem. Olhe o “deixai vir a mim os pequeninos!...”.
- Não. É muita gente que faz isso, por que não posso fazer? Vou agora ao hospital tratar de meu caso... Estou resolvida.
Assim falando, Carolina ralhou com os três filhos pequenos e deixou a casa, nervosa, acompanhada de Agenor.
2
- Quero falar com o doutor. Ele está?
- Minha senhora, ele está operando agora. Não deve demorar muito.
Nisso, um senhor ao lado pergunta:
- Quem ele está operando? É uma senhora loura?
E o porteiro, respeitoso, respondeu em voz baixa:
- Não, meu senhor. É uma senhora que acaba de chegar perdendo muito sangue. É alguma coisa de aborto. Está passando muito mal.
Agenor olhou significativamente para Carolina...
- Quero falar com o doutor. Ele está?
- Minha senhora, ele está operando agora. Não deve demorar muito.
Nisso, um senhor ao lado pergunta:
- Quem ele está operando? É uma senhora loura?
E o porteiro, respeitoso, respondeu em voz baixa:
- Não, meu senhor. É uma senhora que acaba de chegar perdendo muito sangue. É alguma coisa de aborto. Está passando muito mal.
Agenor olhou significativamente para Carolina...
3
- A senhora loura é sua parenta? – pergunta Carolina, ao vizinho da poltrona.
- Sim. É minha tia.
- De que se vai operar?
- Ela, minha senhora, desde que perdeu o último filho, está perturbada. Vão fazer uma operação na cabeça dela, para ver se melhora o gênio.
Agenor voltou a olhar expressivamente para Carolina...
- A senhora loura é sua parenta? – pergunta Carolina, ao vizinho da poltrona.
- Sim. É minha tia.
- De que se vai operar?
- Ela, minha senhora, desde que perdeu o último filho, está perturbada. Vão fazer uma operação na cabeça dela, para ver se melhora o gênio.
Agenor voltou a olhar expressivamente para Carolina...
4
Eis que passam dois homens em avental branco, e Carolina, atenta ao movimento em torno, na expectativa de falar ao facultativo, ouviu, de relance:
- As cifras estatísticas de câncer uterino são avultadas – disse um.
- E aqui, na região, a incidência é grande? – pergunta o outro.
- Muitíssimo. Basta ver que a enfermaria feminina sempre está com três a quatro casos...
Agenor, ainda uma vez, olhou incisivamente para Carolina...
Eis que passam dois homens em avental branco, e Carolina, atenta ao movimento em torno, na expectativa de falar ao facultativo, ouviu, de relance:
- As cifras estatísticas de câncer uterino são avultadas – disse um.
- E aqui, na região, a incidência é grande? – pergunta o outro.
- Muitíssimo. Basta ver que a enfermaria feminina sempre está com três a quatro casos...
Agenor, ainda uma vez, olhou incisivamente para Carolina...
5
Carolina levanta-se, resoluta.
Agenor segue.
Vão transpondo a porta principal da casa de saúde, quando o solícito porteiro inquire:
- Não vai esperar, minha senhora?
- Não, meu amigo. O doutor está demorando. Preciso cuidar das crianças. Obrigada. Até logo.
- Então, Calu, em que ficamos? – pergunta Agenor, ao descer a rampa do hospital.
E Carolina responde:
- Não, Agenor, dos males o menor. Fico assim mesmo...
Carolina levanta-se, resoluta.
Agenor segue.
Vão transpondo a porta principal da casa de saúde, quando o solícito porteiro inquire:
- Não vai esperar, minha senhora?
- Não, meu amigo. O doutor está demorando. Preciso cuidar das crianças. Obrigada. Até logo.
- Então, Calu, em que ficamos? – pergunta Agenor, ao descer a rampa do hospital.
E Carolina responde:
- Não, Agenor, dos males o menor. Fico assim mesmo...
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