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domingo, 30 de agosto de 2015

ALIANÇA DA CIÊNCIA E DA RELIGIÃO


 

   Aliança da Ciência e da Religião

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.
São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.
A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 8.)

PRECE


            11 – Prefácio – Todos nós temos um Bom Espírito, ligado a nós desde o nascimento, que nos tomou sob a sua proteção. Cumpre junto a nós a missão de um pai junto ao filho: a de nos conduzir no caminho do bem e do progresso, através das provas da vida. Ele se sente feliz quando correspondemos à sua solicitude, e sofre quando nos vês sucumbir. Seu nome pouco importa, pois que ele pode não ter nenhum nome conhecido na Terra. Invocamo-lo, então, como o nosso Anjo Guardião, o nosso Bom Gênio. Podemos mesmo invocá-lo com o nome de um Espírito Superior, pelo qual sintamos uma simpatia especial.
            Além do nosso Anjo guardião, que é sempre um Espírito Superior, temos os Espíritos Protetores, que, por serem menos elevados, não são menos bons e generosos. São Espíritos de parentes ou amigos, e algumas vezes de pessoas que nem sequer conhecemos na atual existência. Eles nos ajudam com os seus conselhos, e freqüentemente com a sua intervenção nos acontecimentos de nossa vida. Os Espíritos simpáticos são os que se ligam a nós por alguma semelhança de gostos e tendências. Podem ser bons ou maus, segundo a natureza das inclinações que os atraem para nós. Os Espíritos sedutores esforçam-se para nos desviar do caminho do bem, sugerindo-nos maus pensamentos. Aproveitam-se de todas as nossas fraquezas, como de outras tantas portas abertas, que lhes dão acesso à nossa alma. Há os que se agarram a nós como a uma presa,mas afastam-se quando reconhecem a sua impotência para lutar contra a nossa vontade.
            Deus nos deu um guia principal e superior em nosso Anjo Guardião, e como guias secundários os nossos Espíritos Protetores e Familiares. É um erro, entretanto, supor que tenhamos forçosamente um mau gênio junto a nós, para contrabalançar as boas influências daqueles. Os maus Espíritos nos procuram voluntariamente, desde que achem possível dominar-nos, em razão da nossa fraqueza ou da nossa negligência em seguir as aspirações dos Bons Espíritos,e somos nós, portanto, que os atraímos. Disso resulta que não somos nunca privados da assistência dos Bons Espíritos, e que depende de nós o afastamento dos maus. Pelas suas imperfeições, sendo ele mesmo a causa dos sofrimentos que o atingem, o homem é quase sempre o seu próprio mau gênio. (Cap. V, nº 4). A prece aos Anjos Guardiães e aos Espíritos Protetores deve ter por fim solicitar a sua intervenção junto a Deus, pedir-lhes a força de que necessitamos para resistir às más sugestões, e a sua assistência para enfrentarmos as necessidades da vida.
            12 – Prece – Espíritos sábios e benevolentes, mensageiros de Deus, cuja missão é assistir aos homens e conduzi-los pelo bom caminho, amparai-me nas provas desta vida; dai-me a força de sofrê-las sem lamentações; desviai de mim os maus pensamentos, e fazei que eu não dê acesso a nenhum dos maus Espíritos que tentariam induzir-me ao mal. Esclarecei a minha consciência sobre os meus próprios defeitos, e tirai-me dos olhos o véu do orgulho, que poderia impedir-me de percebê-los e de confessá-los a mim mesmo. Vós, sobretudo, meu Anjo Guardião, que velais mais particularmente por mim, e vós todos, Espíritos Protetores, que vos interessais por mim, fazei que eu me torne digno da vossa benevolência. Vós conheceis as minhas necessidades; que elas sejam satisfeitas segundo a vontade de Deus.
            13 – Prece – Meu Deus, permiti que os Bons Espíritos que me assistem possam ajudar-me, quando me achar em dificuldades, e amparar-me nas minhas vacilações. Senhor, que eles me inspirem a fé, a esperança e a caridade, que sejam para mim um apoio, uma esperança e uma prova da Vossa misericórdia. Fazei, enfim, que eu neles encontre a força que me faltar nas provas da vida, e para resistir às sugestões do mal, a fé que salva e o amor que consola.
            14 – Prece –  Espíritos amados, Anjos Guardiães, vós a quem Deus, na sua infinita misericórdia, permite velarem, pelos homens, sede o nosso amparo nas provas desta vida terrena. Dai-nos a força, a coragem e a resignação; inspirai-nos na senda do bem, detendo-nos no declive do mal; que vossa doce influência impregne as nossas almas; fazei que sintamos a presença, ao nosso lado, de um amigo devotado, que assista os nossos sofrimentos e participe das nossas alegrias. E vós, meu Anjo Bom, nunca me abandoneis. Necessito de toda a vossa proteção, para suportar com fé e amor as provas que Deus quiser enviar-me.

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇOES

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            4 – As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, tem duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; fora desta vida.
            Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são as conseqüências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por terem limitado os seus desejos!
            Quantas uniões infelizes, porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração! Que de dissensões de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!
            Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde, colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: “Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa, não estaria nesta situação”.
            A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.
            Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.
            5 – A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a conseqüência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis por que não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha conseqüências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos conseqüentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe as experiências e o fazem sentir, a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e portanto a sua felicidade futura.
            Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: “Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!” Como o trabalhador preguiçoso que diz: “Perdi o meu dia”, ele também diz: “Perdi a minha vida”. Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte, e começa uma nova jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e pôr em execução suas boas resoluções para o futuro.

sábado, 29 de agosto de 2015

O ABRAÇO!!!! LINDO CASO DE BEZERRA DE MENEZES.wmv

O QUE É O ESPIRITISMO?


 

 

 

    O Evangelho Segundo o Espiritismo

O Espiritismo
O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domino do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio da qual tudo se explica de modo fácil.
A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.
Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, itens 5 a 7.)

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SÃO NOSSAS ESCOLHAS

    Num Dia Como o de Hoje

    Num dia como o de hoje, crianças desvalidas morrerão sem sonhos e sem pão... Mas também almas dadivosas poderão ser vistas, auxiliando os órfãos a tornarem-se menos tristes.
    Num dia como o de hoje, mães herdarão os “trous” de guerras sangrentas... Porém, em algum lugar uma outra agradecerá a Deus pelo filhinho que respira.
    Num dia como o de hoje, um assassino ensandecido marcará com sangue a sociedade que o repele e o odeia... Porém, não longe da iniqüidade, transbordará a graça de milhares de atos silenciosos de renúncia.
    Num dia como o de hoje, um convite à corrupção chegará aos seus ouvidos intranqüilos... mas um olhar amigo chamará você à reflexão.
    Num dia como o de hoje, bactérias resistentes trarão medo e desafios difíceis... Porém, no deserto de desilusão, alguém semeará a confiança.
    Num dia como o de hoje, você poderá ouvir centenas de inverdades desesperadoras... mas bastará enxergar océu, o sol, a chuva, o mar e a criança dormindo, para que você perceba as mãos do altíssimo sobre tudo e sobre todos.
    Num dia como o de hoje, almas desequilibradas estimularão sua paciência e sua capacidade de exercer o bomaprendizado... porem, não desista se a recaída da intempestividade se fizer presente.
    Num dia como o de hoje, talvez você pense em desistir de um sonho superior, talvez até escute o convite amargo do pensamento suicida... mas, por favor, espere até amanhã, não desista assim...
    Num dia como o de hoje, todos nós estivemos sujeitos a derrapar no caminho, e quem sabe até derrapamos, porém já nos propomos a refletir e a gentilmente ouvir mensagens como esta... Portanto hoje estamos, sem dúvida, melhores do que ontem.
    Num dia como o de hoje, ainda há chances de acrescentar uma estrela luminosa em nossa trajetória na escola da vida...
    Num dia como o de hoje, poderemos saltar séculos para a felicidade plena, ou atrasar a caminhada com milênios de arrependimento.
    São nossas as escolhas.
    Escolhemos ver a vida apenas através das lentes do pessimismo, ou escolhemos ver o lado bom de tudo.
    São nossas as escolhas.
    Escolhemos crescer, aprender, modificar; ou escolhemos estagnar, conformar, permanecer.
    São nossas as escolhas.
    Lembre sempre disso.
    Toda escolha que você faça pelos caminhos da sua vida terrena, apresentará aos que o cercam e acompanham o grau da sua maturidade, o nível dos seus ideais, a qualidade de tudo quanto lhe sensibiliza.
    Será conseqüente que os seus irmãos de jornada passem a conceber imagens suas, caricatas ou não, em função do que você elege para a sua existência.
    Sobre o mundo você será sempre o retrato dos seus gostos, dos seus interesses, das suas ações.
    Cada gesto seu conduzirá um retrato do que você é, um recorte dos seus comportamentos.
    Bom será que esses gestos demonstrem equilíbrio, bom senso, harmonia, para que alcance a felicidade após ser visto e observado por incontáveis criaturas.

SE QUISEREM QUE O AMOR ENTRE VOCÊS PERDURE....VOEM JUNTOS...MAS NUNCA AMARRADOS..

    Voem Juntos, Mas Nunca Amarrados

    Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas na tenda do velho feiticeiro da tribo e falaram: Nós nos amamos e vamos nos casar.
    E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã. Alguma coisa que garanta que poderemos ficar sempre juntos. Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até a morte.
    O velho sábio, ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse: Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada...
    Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia.
    E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono, onde encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a viva.
    Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.
    O velho pediu que, com cuidado, as tirassem dos sacos, e viu que eram belos exemplares...
    E agora o que faremos? Perguntou o jovem nós as matamos e depois bebemos à honra de seu sangue? Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? Propôs a jovem.
    Não! Disse o feiticeiro. Apanhem as aves e as amarrem entre si pelas patas, com essas fitas de couro.
    Quando estiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...
    O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros...
    A águia e o falcão tentaram alçar vôo, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno.
    Minutos depois, irritadas pela incapacidade de voar, as aves jogavam-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar.
    E o velho disse: jamais esqueçam o que estão vendo...
    Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... Se estiverem amarrados, um ao outro, ainda que por amor, viverão arrastando-se e, cedo ou tarde, começarão a machucar-se mutuamente.
    Se quiserem que o amor entre vocês perdure... voem juntos... Mas nunca amarrados".
    Vivei juntos, mas que haja espaço na vossa junção...
    E que os ventos do céu dancem entre vós...
    Amai-vos um ao outro, mas não façais do vosso amor um grilhão...
    Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas...
    Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho, assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia...
    Vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia; pois as colunas do templo erguem-se separadamente, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro...
    Agindo assim, juntos estareis até que as brancas asas da morte dissipem vossos dias...

Liberte-se do jugo da opinião dos outros

    A Opinião dos Outros

    Você se importa com a opinião que os outros têm a seu respeito?

    Se a sua resposta for não, então você é uma pessoa que sabe de si mesma. Que se conhece. É auto-suficiente.

    No entanto, se a opinião dos outros sobre você é decisiva, vamos pensar um pouco sobre o quanto isso pode lhe ser prejudicial.

    O primeiro sintoma de alguém que está sob o jugo da opinião alheia, é a dependência de elogios.

    Se ninguém disser que o seu cabelo, a sua roupa, ou outro detalhe qualquer está bem, a pessoa não se sente segura.

    Se alguém lhe diz que está com aparência de doente, a pessoa se sente amolentada e logo procura um médico.

    Se ouve alguém dizer que está gorda, desesperadamente tenta diminuir peso.

    Mas se disserem que é bonita, inteligente, esperta, ela também acredita.

    Se lhe dizem que é feia, a pessoa se desespera. Principalmente se não tem condições de reparar a suposta feiúra com cirurgia plástica.

    Existem pessoas que ficam o tempo todo à procura de alguém que lhes diga algo que as faça se sentir seguras, mesmo que esse alguém não as conheça bem.

    Há pessoas que dependem da opinião alheia e se infelicitam na tentativa de agradar sempre.

    São mulheres que aumentam ou diminuem seios, lábios, bochechas, nariz, para agradar seu pretendido. Como se isso fosse garantir o seu amor.

    São homens que fazem implante de cabelo, modificam dentes, queixo, nariz, malham até à exaustão, para impressionar a sua eleita.

    E, quando essas pessoas, inseguras e dependentes, não encontram ninguém que as elogie, que lhes diga o que desejam ouvir, se infelicitam e, não raro, caem em depressão.

    Não se dão conta de que a opinião dos outros é superficial e leviana, pois geralmente não conhecem as pessoas das quais falam.

    Para que você seja realmente feliz, aprenda a se conhecer e a se aceitar como você é.

    Não acredite em tudo o que falam a seu respeito. Não se deixe impressionar com falsos elogios, nem com críticas infundadas.

    Seja você. Descubra o que tem de bom em sua intimidade e valorize-se. Ninguém melhor do que você para saber o que se passa na sua alma.

    Procure estar bem com a sua consciência, sem neurose de querer agradar os outros, pois os outros nem sempre dão valor aos seus esforços.

    A meditação é excelente ferramenta de auto-ajuda. Mergulhar nas profundezas da própria alma em busca de si mesmo é arte que merece atenção e dedicação.

    Quando a pessoa se conhece, podem emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela não se deixa impressionar, nem iludir, pois sabe da sua realidade.

    Nesses dias em que as mídias tentam criar protótipos de beleza física, e enaltecer a juventude do corpo como único bem que merece investimento, não se deixe iludir.

    Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou aparenta ser. A verdadeira beleza é a da alma. A eterna juventude éatributo do espírito imortal.

    O importante mesmo, é que você se goste. Que você se respeite. Que se cuide e se sinta bem.

    opinião de alguém só deve fazer sentido e ter peso, se esse alguém estiver realmente interessado na sua felicidade e no seu bem-estar.


    Pense nisso!

    Nenhuma opinião que emitam sobre você, deve provocar tristeza ou alegria em demasia.

    Os elogios levianos não acrescentam nada além do que você é, e as críticas negativas não tornarão você pior.

    Busque o autoconhecimento e aprenda a desenvolver a auto-estima.

    Mas lembre-se: seja exigente para consigo, e indulgente para com os outros.

    Eis uma fórmula segura para que você encontre a autoconfiança e a segurança necessárias ao seu bem-estar efetivo.

    E jamais esqueça que a verdadeira elegância é a do caráter, que procede da alma justa e nobre.

    Pense nisso, e liberte-se do jugo da opinião dos outros.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

PALAVRÃO,HÁBITO INFELIZ

    Palavrão, Hábito Infeliz

    Você gosta de ouvir palavrões?

    É bem possível que existam pessoas que apreciem ouvir palavras chulas, de baixo calão. Todavia, aqueles que as proferem não levam em conta a grande maioria das que abominam esse hábito infeliz.

    bom senso estabelece que aquele que gosta de dizer palavrões deveria prestar atenção à sua volta para não violar a intimidade dos ouvintes, mas é mais lógico admitir que quem diz palavrões em público é desprovido debom senso.

    Os que discordam desse ponto de vista provavelmente dirão que são simples palavras, que não há mal nenhum nisso.

    No entanto, as palavras são veículos que transmitem mensagens. E, por certo, os palavrões são a mensagem da irreverência. É a comunicação do feio, da agressividade, além de um grande desrespeito ao comportamentoeducado.

    Infelizmente, nos dias atuais, o palavrão faz parte de grande parte dos meios de comunicação. Está nos programas de televisão de baixo nível, nos programas radiofônicos, nos jornais, revistas, músicas etc.

    Confundindo-se o que é comum com o que é normal, o palavrão é levado à conta da normalidade.

    Todavia, o uso generalizado jamais fará com que esse hábito pernicioso seja normal.

    Podemos dizer que é comum, porque muitos fazem uso dele, mas não podemos admitir que seja normal.

    Pessoas educadas e de bom senso não se permitem esse tipo de expressão.

    Programas sérios e bem elaborados não necessitam desse expediente.

    Canções bem inspiradas e de cunho elevado, dispensam as palavras chulas, que aliás, dão mostra de pouca criatividade.

    O uso de palavrões geralmente é defendido sob a designação de “liberdade”... Mas liberdade de quem?

    Se a linguagem do feio passar a fazer parte integrante da nossa sociedade a ponto de ser impossível escapar dela, então perguntaremos: quem é livre e quem não o é?

    Se aquele que gosta de falar obscenidades é livre para dizê-las, aquele que não gosta de ouví-las deve, igualmente, ter a liberdade de não ter seus ouvidos convertidos em lixeiras.

    O que mais se lamenta, nesse caso, é o fato de os próprios educadores, na condição de pais ou professores, fazerem uso de palavrões com naturalidade, como se fosse uma prática normal.

    Conforme ensinou-nos Jesus, o Espírito mais sábio que a humanidade conheceu, “a boca fala do que está cheio o coração”.

    Assim sendo, antes de proferir uma palavra, prestemos atenção na mensagem que estará veiculando, pois ela dará notícias da nossa intimidade.

    Pense nisso!

    As palavras são apenas o veículo das nossas idéias.

    Portanto, só o fato de nos permitirmos pensamentos indignos já será um mal para nós mesmos.

    Não foi outro o motivo pelo qual Jesus advertiu sobre o adultério por pensamento. E não foi à toa que um sábio assegurou que nós somos o que pensamos, falando ou não.

OS SAPATOS DOS OUTROS

    Os Sapatos dos Outros

    Os países de língua inglesa usam um termo muito interessante para explicar a empatia: colocar seus pés nos sapatos dos outros.

    Trata-se de um exercício difícil, num primeiro momento, mas, que depois de aprendido, torna-se grande aliado para melhorar as nossas relações com o próximo.

    Essa técnica envolve a capacidade de suspender provisoriamente a insistência no próprio ponto de vista, e encarar a situação a partir da perspectiva do outro.

    Significa imaginar qual seria a situação caso se estivesse no seu lugar, como se lidaria com o fato.

    Isso ajuda a desenvolver uma conscientização dos sentimentos do outro e um respeito por eles, o que é um importante fator para a redução de conflitos e problemas nas relações.

    Só vestindo o calçado do outro saberemos se ele é apertado ou não, se machuca aqui ou ali, e assim poderemoscompreender e tomar atitudes mais eficazes para consolar e ajudar.

    Quem tem a habilidade da empatia consegue desenvolver a compaixão e estender as mãos para auxiliar.

    Para que alguém esteja apto a, verdadeiramente, consolar alguém, é indispensável ter a percepção ou mesmo a compreensão do que está sofrendo aquele que busca ou aguarda consolação.

    Quem tem o comportamento empático compreende melhor, e julga menos, ou julga com menos severidade.

    Quem usa a empatia entende as razões do outro e consegue suavizar o ódio, o rancor, o ressentimento, preparando-se melhor para o perdão.

    empatia ou a falta dela pode determinar se um lar viverá em constante guerra ou harmonia.

    Os pais precisam da empatia na educação dos filhos, colocando-se em seu lugar constantemente – evitando as broncas desnecessárias, os comportamentos distanciadores e a falta de contato com as emoções das crianças.

    Os filhos devem usar de empatia com os pais, percebendo e entendendo suas preocupações, suas dúvidas, suas inseguranças, e sua vontade de sempre acertar e de fazer o melhor para seus rebentos.

    A esposa precisa colocar-se no lugar do marido, o marido no lugar da esposa. Ambos precisam conhecer o mundo do outro, suas angústias, suas dificuldades e o que lhe dá alegria.

    Puxa... Que dia terrível você teve hoje! Vou tentar ajudá-lo fazendo uma comidinha bem gostosa para nós dois. Assim esquecemos um pouco dos problemas.

    Eis o exemplo de um gesto simples, mas precioso, de empatia.

    Ainda outro:

    Que trabalheira você tem em casa, meu amor... Acho que você precisa sair um pouco para espairecer, não é? Vamos sair só nós dois para jantar?

    A criatividade voltada para o bem nos dará tantas e tantas ideias de como realizar esse processo empático, indispensável para a sobrevivência dos lares.

    Se desejamos harmonia e melhoria nas relações, temos que passar pela empatia, indubitavelmente.

    Experimentemos usar o sapato do outro. Experimentemos o mundo a partir do ponto de vista do outro. Saiamos do egocentrismo destruidor ainda hoje.

    Empatia... Sempre.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O BENDITO AGUILHÃO


O Bendito Aguilhão

Atendendo a certas interrogações de Simão Pedro, no singelo agrupamento apostólico de Cafarnaum, Jesus explicava solícito:
-Destina-se a Boa Nova, sobretudo, à vitória da fraternidade.
Nosso Pai espera que os povos do mundo se aproximem uns dos outros e que a maldade seja esquecida para sempre.
Não é justo combatam as criaturas reciprocamente, a pretexto de exercerem domínio indébito sobre os patrimônios da vida, dos quais somos todos simples usufrutuários.
Operemos, assim, contra a inveja que ateia o incêndio da cobiça, contra a vaidade que improvisa a loucura e contra o egoísmo que isola as almas entre si….
Naturalmente, a grande transformação não surgirá do inesperado.
Santifiquemos o verbo que antecipa a realização.
No pensamento bem conduzido e na prece fervorosa, receberemos as energias imprescindíveis à ação que nos cabe desenvolver.
A paciência no ensino garantirá êxito à sementeira, a esperança fiel alcançará o Reino divino, e a nossa palavra, aliada ao amor que auxilia, estabelecerá o império da infinita Bondade sobre o mundo inteiro.
Há sombras e moléstias por toda a parte, como se a existência na Terra fosse uma corrente de águas viciadas. É imperioso reconhecer, porém, que, se regenerarmos a fonte, aparece adequada solução ao grande problema.
Restaurado o espírito, em suas linhas de pureza, sublimam-se-lhe as manifestações.
Em face da pausa natural que se fizera, espontânea, na exposição do Mestre, Pedro interferiu, perguntando:
-Senhor, as tuas afirmativas são sempre imagens da verdade. Compreendo que o ensino da Boa Nova estenderá a felicidade sobre toda a Terra… No entanto, não concordas que as enfermidades são terríveis flagelos para a criatura? E se curássemos todas as doenças? Se proporcionássemos duradouro alívio a quantos padecem aflições do corpo? Não acreditas que, assim instalaríamos bases mais seguras ao Reino de Deus?
E Filipe, ajuntou algo tímido?
-Grande realidade!… Não é fácil concentrar idéias no Alto, quando o sofrimento físico nos incomoda.
É quase impossível meditar nos problemas da alma, se a carne permanece abatida de achaques…
Outros companheiros se exprimiram, apoiando o plano de proteção integral aos sofredores.
Jesus deixou que a serenidade reinasse de novo, e, louvando a piedade, comunicou aos amigos que, no dia imediato, a título de experiência, todos os enfermos seriam curados, antes da pregação.
Com efeito, no outro dia, desde manhãzinha, o Médico Celeste, acolitado pelos apóstolos, impôs suas milagrosas mãos sobre os doentes de todos os matizes.
No curso de algumas horas, foram libertados mais de cem prisioneiros da sarna, do cancro, do reumatismo, da paralisia, da cegueira, da obsessão…
Os enfermos penetravam o gabinete improvisado ao ar livre, com manifesta expressão de abatimento, e voltavam jubilosos.
Tão logo reapareciam, de olhar fulgurante, restituídos à alegria, à tranqüilidade e ao movimento, formulava Pedro o convite fraterno para o banquete da verdade e luz.
O Mestre, em breves instantes, falaria com respeito à beleza da Eternidade e à glória do Infinito; demonstraria o amor e a sabedoria do Pai e descortinaria horizontes divinos da renovação, desvendando segredos do Céu para que o povo traçasse luminoso caminho de elevação e aperfeiçoamento na Terra.
Os alegres beneficiados, contudo, se afastavam céleres, entre frases apressadas de agradecimento e desculpa. Declaravam-se alguns ansiosamente esperados no ambiente doméstico e outros se afirmavam interessados em retomar certas ocupações vulgares, com urgência.
Com a cura da última feridenta, a vasta margem do lago contava apenas com a presença do Senhor e dos doze aprendizes.
Desagradável silêncio baixou sobre a reduzida assembléia.
O pescador de Cafarnaum endereçou significativo olhar de tristeza e desapontamento ao Mestre, mas o Cristo falou compassivo:
-Pedro, estuda a experiência e aguarda a lição. Aliviemos a dor, mas não nos esqueçamos de que o sofrimento é criação do próprio homem, ajudando-o a esclarecer-se para a vida mais alta.
E sorrindo, expressivamente, rematou:
-A carne enfermiça é remédio salvador para o espírito envenenado. Sem obendito aguilhão da enfermidade corporal é quase impossível tanger o rebanho humano do lodaçal da Terra para as culminâncias do Paraíso.
– Psicografia Francisco C. Xavier- Espírito Irmão X”.

Aquele que Sonha !

Há muitos e muitos anos vivia na cidade de Damasco, na Síria, um pobre homem chamado Ismar.
Ismar sempre lutara para ganhar a vida dignamente; não tendo podido estudar e aprender uma profissão, sujeitava-se a qualquer espécie de serviço: limpava jardins, carregava pedras, buscava água, sempre com boa vontade, trabalhando sem se queixar.
Com o passar dos anos, porém, Ismar começou a sentir-se cansado e preocupado. Durante a vida toda só trabalhara e nunca conseguira juntar qualquer dinheiro, nenhuma economia que pudesse socorrê-lo em caso de necessidade. A única coisa que tinha de seu era uma casa, herança antiga da família.
Essa casa ficava num bairro pobre de Damasco, no fim de uma rua esburacada. Era feita de pedras e protegida por um portãozinho de madeira.
Atrás da casa, corria um riacho; à beira do riacho crescia uma velha figueira, e era à sombra dessa figueira que Ismar costumava descansar depois de trabalhar a manhã toda.
Ali, ele refletia sobre sua vida e se perguntava o que seria dele quando a velhice não lhe permitisse mais o esforço físico.
– Estou ficando velho, pensava, não tenho filhos que me possam sustentar. Será que Alá, meu pai divino, vai me abandonar?
Sempre assim cismando, um dia Ismar dormiu, recostado à figueira, e teve um sonho; sonhou que estava na cidade do Egito. Ele nunca havia estado realmente no Egito, mas no sonho passeava com desembaraço pela avenida central da cidade e distinguia perfeitamente os mercadores de tapetes, os minaretes das mesquitas. Atravessando uma praça, ele dobrava à direita, descia uma rua estreita, chegava a um rio. Sobre o rio, havia uma ponte e embaixo da ponte – ó maravilha! – um cofre repleto de moedas e jóias reluzentes!
Quando acordou, Ismar teve certeza de que aquele era o tesouro que Alá lhe reservara. O sonho tinha sido tão nítido, tão preciso nos detalhes, não havia engano!
Sem pensar em mais nada, ele arrumou sua trouxa e pôs-se a caminho do Cairo. Era uma longa e penosa distância, principalmente para ele, que ia a pé e sem dinheiro. No entanto movido pela convicção de encontrar sua fortuna, Ismar atravessou desertos e vales, rios e florestas até chegar, finalmente, exausto e maltrapilho, à cidade que lhe aparecera em sonho.
Sua fé, então, redobrou de vigor, pois o Cairo era exatamente como ele havia sonhado! Ele reconheceu a avenida principal, os mercadores de tapetes, os minaretes das mesquitas; chegou à praça, virou à direita, desceu a rua, avistou o rio, aproximou-se da ponte, mas… no exato lugar em que deveria estar o tesouro, não havia cofre algum; havia, isso sim, um mendigo mais pobre e maltrapilho que ele. Chocado, Ismar deu-se conta da sua loucura! Como pudera acreditar tão piamente num simples sonho?
Que tolo fora! E agora, com que forças enfrentaria a viagem de volta? Que impulso de fé ou esperança sustentaria aquela alma tão esvaziada pela decepção? “Não”, pensou ele. “Melhor será acabar com os meus dias aqui mesmo. Nenhuma esperança me resta.” E, decidido a se afogar, subiu à ponte. Já estava quase se atirando quando sentiu que alguém o segurava, agarrando sua perna por debaixo da ponte. Era o mendigo que gritava:
– Ei amigo! Cuidado, você pode morrer! Esse rio é perigoso!
– Ainda bem, respondeu Ismar. É isso mesmo que desejo: matar-me.
– Não faça isso, ponderou o mendigo. Você ainda tem muito o que viver. Escute, desça até aqui e conte-me sua história. Faça sua última boa ação, entretendo um miserável como eu. Depois, se quiser, pode se matar!
Ismar hesitou, mas resolveu afinal repartir suas dores com aquele desconhecido. Contou-lhe o sonho, concluindo:
– Então, no mesmo lugar em que deveria estar o cofre, estava você… Agora, diga-me, não tenho razão em querer acabar com minha vida?
– Olhe, exclamou o mendigo. Não queria dizer isso, mas acho que você tem razão. Você foi muito irresponsável, um louco! Acreditar num sonho! E que você sonhou só uma vez? Veja se tem cabimento! Pois fique sabendo que eu há cinco anos tenho o mesmo sonho, que se repete quase todas as noites. E não é por isso que vou sair daqui correndo atrás do que sonhei.
– E o que você sonha? Perguntou curioso Ismar.
– Escute só: eu sonho que estou na Síria, na cidade de Damasco, o que já é uma asneira, pois nunca estive na Síria. Estou num bairro pobre, seguindo por uma rua esburacada. No fim da rua, há uma casa de pedra, protegida por um portãozinho de madeira. Atrás da casa, corre um riacho; à beira do riacho cresce uma figueira e, dentro dessa figueira, que é oca, há um tesouro. Não é uma bobagem? Eu é que não sou louco de acreditar em sonhos, não acha?
Ismar não respondeu. Estava pasmo, pois reconhecera, pela descrição do mendigo, a sua rua, a sua casa, a sua amada figueira! Compreendendo os laços do destino, abraçou o mendigo, tomou o caminho de volta e, chegando à sua casa, foi direto à velha árvore, onde o tão sonhado tesouro o aguardava.
BENDITO AQUELE QUE SONHA !!!….
Autor Desconhecido

Pelo Amor Ou Pela Dor?

Secundino renasceria entre os homens para socorrer crianças desamparadas, e, para isso, organizou-se-lhe grande missão no Plano Espiritual.
Deteria consigo determinada fortuna, a fortuna produziria trabalho, o trabalho renderia dinheiro e o dinheiro lhe forneceria recursos para alimentar, vestir e educar duas mil criaturinhas sem refúgio doméstico. Ao seu lado teria um instrutor desencarnado chamado Lizel que o seguiria dando-lhe, em tempo devido, o necessário suprimento de inspirações. Estariam juntos, e Secundino, internado no corpo terrestre, assimilaria as idéias que o mentor lhe assoprasse.
A experiência começou, assim, promissora…
Da infância à mocidade, o tarefeiro Secundino parecia encouraçado contra a doença. Extravagante como ninguém, descia, suarento, de vigoroso cavalo do sítio paterno, mergulhando no sorvete, sem qualquer choque orgânico, e ingeria frutos deteriorados, como se possuísse estômago de resistência invencível.
Em todas as particularidades da luta, contava com a afeição de Lizel, e, muito cedo, viu-se em contacto com o amigo espiritual, que não só lhe aparecia em sonhos, como também através dos médiuns, com os quais entrasse em sintonia.
O benfeitor falava-lhe de crianças perdidas, pedia-lhe proteção para crianças sem rumo, rogava-lhe, indiretamente, a atenção para o noticiário sobre crianças ao desabrigo.
E tanto fez Lizel que Secundino planeou o grande cometimento. Seria, sim, o protetor dos meninos desamparados…                                                                                         Entretanto, considerando as necessidades do serviço, pedia dinheiro em oração. E o dinheiro chegou, abundante…
Ao influxo do amor providenciai de Lizel, sentia-se banhado em ondas de boa sorte… Explorou a venda de manganês e ganhou dinheiro, negociou imóveis e atraiu dinheiro, comprou uma fazenda e fez dinheiro, plantou café e ajustou dinheiro…
Começou, porém, a batalha moral.
Lizel falava em crianças e Secundino falava em ouro.
Dizia Secundino que:
– “Protegeria a infância desditosa, contudo, antes, precisava escorar-se, garantir a família, assegurar a tranquilidade e arranjar cobertura.”
Casado, organizou fortuna para a mulher para o pai, acumulou fortuna para os filhos e para o sogro, amontoou riquezas para noras e genros, e, avô, adquiriu bens para os netos…
Por demorar demais na execução dos compromissos, a Esfera Superior entregou-o à própria sorte.
Apenas Lizel o seguia, generoso. E seguia-o arrasado de sofrimento moral, mostrando-lhe frustração.
Secundino viciara-se nos grandes lances da vantagem imediata e algemara-se francamente idéia do lucro a qualquer preço.
Lembrava os antigos projetos como sonhos da mocidade…
Nada de assistência a menores abandonados, que isso era obra para governos… Queria dinheiro, respirava dinheiro, mentalizava novas rendas e trazia a cabeça repleta de cifras.
Lizel, apesar disso, acompanhava-o, ainda… Agoniava-se para que Secundino voltasse a pensar nos meninos sem ninguém… Ansiava por rever-lhe o ideal de outra época!… Tudo seria diferente se o pobre companheiro despertasse para as bênçãos do espírito!…
Aconteceu, no entanto, o inesperado.
Ao descer de luzido automóvel para estudar o monopólio do leite, Secundino não percebe pequena casca de banana estendida no chão.
Lizel assinala o perigo, mas suplica em vão o auxílio de outros amigos espirituais.
O negociante endinheirado pisa em cheio no improvisado patim, perdendo o equilíbrio em queda redonda.
Fratura-se a cabeça do fêmur e surge a internação no hospital; contudo, o coração cansado não corresponde aos imperativos do tratamento.
Aparece a cardiopatia, a flebite, a trombose e, por fim, a uremia…
No leito luxuoso, o missionário frustrado pensa agora nas criancinhas enjeitadas, experimentando o enternecimento do princípio… Chora. Quer viver mais tempo na Terra para realizar o grande plano. Apela para Deus e para Lizel, nas raias da morte…
Seu instrutor, ao notar-lhe o sentimento puro, chora também, tomado de alegria… No entanto, emocionado consegue dizer-lhe apenas :
– Meu amigo! Meu amigo!…. Agradeçamos ao Senhor e à casca de banana a felicidade do reequilíbrio!… Seu ideal voltou intacto, mas agora é tarde… Esperemos que o berço lhe seja e propício…
Pelo Espírito: Irmão X – Psicografia de: Chico Xavier

A Ilusão do Reflexo

Conta-se que um pai deu a sua filha um colar de diamantes de alto preço.
Misteriosamente, alguns dias depois o colar desapareceu. Falou-se que poderia ter sido furtado.
Outros afirmaram que talvez um pássaro tivesse sido atraído pelo seu brilho e o levado embora.
Fosse como fosse, o pai desejava ter o colar de volta e ofereceu uma grande recompensa a quem o devolvesse: R$ 50.000,00.
A notícia se espalhou e, naturalmente, todos passaram a desejar encontrar o tal colar.
Um rapaz que passava por um lago, próximo a uma área industrial, viu um brilho no lago.
Colocou a mão para proteger os olhos do sol e certificou-se: era o colar.
O lago, entretanto, era muito sujo, poluído, e cheirava mal.
O rapaz pensou na recompensa. Vencendo o nojo, colocou a mão no lago, tentando apanhar a jóia.
Pareceu pegá-la, mas sentiu escapulir das suas mãos. Tentou outra vez. Outra mais. Sem sucesso.
Resolveu entrar no lago. Emporcalhou toda sua calça e mergulhou o braço inteiro no lago.
Ainda sem sucesso. O colar estava ali. Mas ele não conseguia agarrá-lo. Toda vez que mergulhava o braço, ele parecia sumir.
Saiu do lago e estava desistindo, quando o brilho do colar o atraiu outra vez.
Decidiu mergulhar de corpo inteiro. Ficou imundo, cheirando mal. E ainda nada conseguiu.
Deprimido por não conseguir apanhar o colar e conseqüentemente, a recompensa polpuda, estava se retirando, quando um velho passou por ali.
O que está fazendo, meu rapaz?
O moço desconfiou dele e não quis dizer qual o seu objetivo. Afinal, aquele homem poderia conseguir apanhar o colar e ficar com o dinheiro da recompensa.
O velho tornou a perguntar, e prometeu não contar a ninguém.
Considerando que não conseguia mesmo apanhar o colar, cansado, irritado pelo fracasso, o rapaz falou do seu objetivo frustrado.
Um largo sorriso desenhou-se no rosto do interlocutor.
Seria interessante, falou em seguida, que você olhasse para cima, em vez de somente para dentro do lago.
Surpreso, o moço fez o recomendado. E lá, entre os galhos da árvore, estava o colar brilhando ao sol.
O que o rapaz via no lago era o reflexo dele.
A felicidade material se assemelha ao reflexo do colar no lago imundo.
Na conquista de posses efêmeras, quase sempre mergulhamos no lodo das paixões inconseqüentes.
A verdadeira felicidade, no entanto, não está nas posses materiais, nem no gozo dos prazeres.
Ela reside na intimidade do ser. Nada ruim em se desejar e batalhar por uma casa melhor, um bom carro, roupas adequadas às estações, uma refeição deliciosa.
Nada ruim em desejar termos coisas. A forma como as conquistamos é que fará a grande diferença.
Se para as conseguir, necessitamos entrar no lodaçal da corrupção, da mentira, da indignidade, somente sairemos enlameados, e infelizes.
Esse tipo de felicidade é como o reflexo do colar na água: pura ilusão.
Somente existe verdadeira felicidade nas conquistas que a honra dignifica, que a consciência não nos acusa.
Pensemos nisso. E, antes de sairmos à cata desesperada de valores materiais expressivos, analisemos o que necessitamos dar em troca.
Porque nada vale que mereça sacrificar a honra, a dignidade pessoal, a auto-estima, a vida espiritual.
Tudo é passageiro na Terra. Lembre disso.
Autor:
Redação do Momento Espírita com base em conto de autoria desconhecida

A Grandeza da Compaixão

Algumas das mais lindas histórias da Humanidade podem ser encontradas na literatura da velha Índia. A que você vai conhecer agora está no poema épico Mahabharata.
Uma grande batalha estava prestes a ocorrer: os Kurus e seus primos Pandavas se enfrentariam, dentro de poucas horas.
Mas, instantes antes do início da batalha, os olhos do príncipe Krishna pousaram sobre uma avezinha que estremecia diante dos ruídos da guerra. Era uma ventoinha.
O passarinho havia feito seu ninho em meio à grama alta. Logo, os elefantes e cavalos da guerra esmagariam os ovinhos que abrigavam os filhotes.
Os olhos claros de Krishna se encheram de compaixão. Desceu da carruagem e aproximou-se.
Viu a avezinha que se recusava a abandonar o ninho indefeso. Ouviu seus pios desesperados. Observou como ela se debatia, aflita, adivinhando o perigo iminente. Comoveu-se.
Mãezinha “disse Krishna” que bela é a devoção que tens à tua família! Que elevada forma de amor há em teu coração.
Buscou então um pesado sino de bronze e, cuidadosamente, cobriu a mãe e o ninho.
Conta a História que a batalha foi terrível, mas, quando terminou, a família de passarinhos estava a salvo.
Os milênios se passaram e aquele campo de batalha ainda existe na Índia. E nele se pode ouvir os pios das ventoinhas que ali fazem seus ninhos.
São a lembrança viva do gentil Krishna e de sua compaixão por todos os seres vivos.
* * *
Que lição temos nesta história singela! E como podemos estendê-la às nossas vidas.
Compaixão é enxergar o sofrimento do outro, mesmo quando estamos em meio aos nossos próprios problemas.
Compaixão é uma doce palavra, que torna o coração sensível e está muito além de somente comover-se com o sofrimento material de alguém.
É claro que fome, pobreza e doença sensibilizam a alma, mas a compaixão também pode ser traduzida pelo sentimento de compreensão perante as pessoas difíceis, pelo perdão a quem nos ofende e maltrata.
Diga-se, a mais difícil forma de compaixão é tolerar aqueles que são desagradáveis ou causam prejuízos.
Portanto, a mais séria pergunta é: Como amar os que nos humilham sem nos tornarmos covardes?
A resposta foi dada por Jesus: Seja o teu dizer sim, sim; não, não. Isto é: sinceridade, transparência sempre. Mas tudo isso dulcificado pela compaixão.
Não se trata de achar que o outro é um coitado ou um medíocre. Quem pensa assim está desprezando a outra pessoa.
O estado de compaixão compreende o próximo verdadeiramente. Não se põe em posição superior a ele. Não o humilha.
A verdadeira compaixão é generosa. Ela entende o momento e as razões da outra pessoa.
Um exemplo de gesto de compaixão está em Jesus: no alto da cruz, fustigado por fome e sede, traído pelos amigos, torturado pelos homens, ele ergueu os olhos para o Céu.
E pediu simplesmente ao Pai Celeste: Perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem.
Não lhes enumerou os erros, mas suplicou para eles o perdão Divino.
Certamente cada um dos que feriram Jesus carregou, durante anos a fio, o peso do remorso. A Lei Divina não deixou de agir neles.
Mas, enquanto Seus algozes permaneciam na Terra, açoitados pela própria consciência, o Cristo seguia adiante, em paz consigo mesmo.
Hoje – pelo menos hoje – pense na grandeza desse gesto e imite Jesus.
Autor Desconhecido