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O sono e a vampirização sexual

Para onde você vai quando está dormindo? Você sabia que enquanto seu corpo físico repousa você continua em atividade? Você é espírito imortal. Você é um espírito encarnado, revestido dum corpo físico que dificulta seu acesso ao plano astral. O corpo físico só permite experiências com o plano físico.
Quando você dorme, o corpo físico fica deitado, repousando, enquanto você, muitas vezes, aproveita essa liberdade provisória para fazer coisas que normalmente não se permite. Hoje vem se tornando cada vez mais comum o fenômeno da projeção consciente. Em tese, qualquer pessoa pode treinar e desenvolver a capacidade de se manter lúcido enquanto o corpo físico repousa. Nesse caso, a consciência acompanha o corpo astral (ou perispírito).
Mas a projeção acontece quase sempre. Para nos projetarmos, ou seja, para atuarmos com o corpo astral, não precisamos estar conscientes disso. A maioria de nossos sonhos se trata de experiências no plano astral. Como o cérebro físico não participa dessas experiências, já que o corpo físico está dormindo, as lembranças que temos dos sonhos são confusas, dispersas e quase sempre sem nexo.
Muitas pessoas mantêm durante o período de sono as mesmas atividades rotineiras. Agem como zumbis. Mas quero abordar o caso de quem se aproveita (inconscientemente) desses momentos de relativa liberdade, para praticar coisas que aqui no plano físico são inviáveis. Inviáveis por não estarem ao alcance ou por serem contra a lei, contra a moral, contra as conveniências.
A literatura espírita nos mostra, e é algo que eu pude constatar pela observação e experiência, que grande parte dos encarnados vai em busca de prazeres quando projetados. O sexo é, disparado, o maior atrativo para esses festeiros. Mas também é comum a procura por vícios de toda espécie; como álcool, drogas, jogo, negócios escusos. Inimigos se encontram para brigar, criminosos voltam ao local do crime, ladrões roubam, fofoqueiros fazem intrigas, invejosos sabotam, rancorosos praticam vinganças.
Leitura pesada, né? Prefiro tratar de assuntos mais leves, mas há verdades que não podemos ignorar. Dorme-se grande parte da vida. É muito tempo. Esse tempo não pode simplesmente fugir ao nosso controle. Mas como controlar? Isso é quase óbvio. Nossas atividades astrais seguem o padrão de nossos pensamentos no estado de vigília. O que pensamos durante o tempo inteiro, quando acordados, determina o lugar para onde vamos e as companhias que teremos durante o período de sono.
Por isso a atração quase irresistível que o sexo provoca nos encarnados desdobrados do corpo físico. O apelo sexual está ativo como nunca. Nunca se teve acesso tão fácil à pornografia como hoje. Pesquisas têm apontado para o fato de que a quase totalidade dos homens com acesso à internet consome pornografia. Fora a internet, o erotismo está na televisão, para quem quiser ver. Estou parecendo puritano? Sou tão humano quanto você que está lendo. Mas não podemos nos acostumar a isso e pensar que a busca por pornografia é normal.
O desejo sexual descontrolado envolve hormônios, emoções, imaginação, fantasias e fraquezas de todo gênero. Tudo o que você coíbe durante a vida de relação, quando está acordado, você libera durante o período do sono físico. Você acha que quem consome pornografia faz isso sozinho? Os espíritos estão por toda parte, lembra? Por que você acha que deixariam você só nessas horas? Talvez para respeitar sua privacidade!? Seria muita ingenuidade pensar assim.
Há verdadeiras redes no astral inferior (ou umbral) especializadas em sexo sujo. Essas redes têm sua contraparte física aqui. Você ainda não se deu conta do poder e alcance da internet como rede conectora de mentes e pensamentos? Pois se é assim para as amizades virtuais, também funciona assim com os sites pornográficos. Seus frequentadores logo fazem “amizades” espirituais que os aguardam à hora do sono. Tão logo adormecem, esses frequentadores são recepcionados por seus iguais,ansiosos por lhes vampirizarem as energias.
Não existe truque para escapar a isso. Apenas o controle sobre os pensamentos, palavras e ações. Você sabe o que é o certo. Você está no domínio. Você escolhe.
Artigo publicado originalmente em 21/08/2012
Recomendo que você assista o vídeo abaixo. Se achar que pode ser útil a outras pessoas, compartilhe!
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O sexo casual numa visão espírita
22 de maio de 2013

Atualmente o sexo casual é aceito por boa parte da sociedade, mesmo por alguns conservadores. O artigo que segue é uma opinião espírita sobre o tema. Quem quiser consultar doutrina, procure as questões 696 e 701 do Livro dos Espíritos.
Há algum tempo sexo era tabu e quem desafiasse esse tabu era mal visto pela sociedade. Mulheres deviam casar virgens. Muitas desgraças familiares, muitos suicídios foram cometidos por mulheres que se deixaram seduzir e engravidaram. Era tão estupidamente grande a vergonha de ser mãe solteira, condenada ao preconceito e falatório para o resto da vida; era tão assustadora a ideia de encarar um pai ultrajado com isso que era considerada a maior vergonha possível, que muitas preferiam dar fim à própria vida.
Muitos abortos clandestinos e perigosos, muitas mulheres especializadas em tirar a vida que se formava nos ventres jovens de mulheres que não conseguiram superar o desejo. Muitos filhos bastardos, nunca reconhecidos, apartados da vida digna e normal. Muitos casamentos forçados na última hora, para evitar que o escândalo de uma gravidez sujasse o nome da família. Muitos casamentos arranjados apenas por interesse dos pais ou para evitar que as filhas ficassem solteiras além do tempo e perdessem o ensejo de arranjar um marido. E com isso o desgosto, o nojo do sexo, a falta de amor e carinho.
Duvido que a geração de agora saiba o que significava tudo isso. Porque hoje a política sexual vigente é exatamente o contrário; hoje o jovem é pressionado a iniciar sua vida sexual cada vez mais cedo, a experimentar o máximo de relações sexuais, a transitar entre pessoas dos dois sexos. Vivemos uma ditadura sexual. Talvez muitos pais não tenham consciência do que ocorre nas escolas, nas ruas, em suas próprias casas.
Em qualquer contato íntimo entre pessoas há troca de energias. Os adolescentes não imaginam que ficar com alguém não é algo apenas momentâneo. Eles ficam durante minutos ou horas, com ou sem relações sexuais. Mas as energias e as companhias espirituais dos ficantes transitam livremente. O sexo forma uma ligação energética entre os parceiros que se estende por muito tempo.
O sexo casual é tido como uma atividade adulta, livre, em que o único cuidado, se houver, é na prevenção de doenças. Tratam isso como se fosse um avanço, uma grande conquista da civilização, quando na verdade se trata de uma tirania dos instintos. O sexo pelo sexo é um retorno à animalidade. Sexo sem afeto é instinto animal. Os praticantes do sexo casual não gostam de pensar a respeito. Ninguém gosta de reconhecer suas fraquezas, analisá-las e questioná-las. Acham que quem tem opinião contrária à sua é moralista.
Não conheço nenhuma – nenhuma! – pessoa que se entregue a quantos parceiros se lhe apeteçam, durante a vida, que não sofra a partir de uma determinada idade. Quando o tesão começa a diminuir e a pessoa percebe que não formou afetos, só erotismo, o vazio aperta, o desgosto pela vida, a depressão. Fora a banalização cada vez maior do sexo, a busca por prazeres mais intensos, a experimentação com parceiros do mesmo sexo.
Acho que a homoafetividade deve ser respeitada como manifestação autêntica da personalidade humana. Mas a experiência por curiosidade ou por modismo ou por pressão do grupo é um mergulho no desconhecido. Estão lidando com sentimentos, emoções e sensações energeticamente poderosas, que mais cedo ou mais tarde exigem o reajuste. Aí a dor é inevitável…
Frequentemente sou perguntado pela opinião do Espiritismo a respeito do sexo livre e casual. O Espiritismo não tem como princípio ser um norteador de condutas à maneira dos antigos códices. O Espiritismo deixa claro que temos o livre-arbítrio, que tudo nos é permitido mas nem tudo nos convém, que toda ação gera uma reação.
Mas o mais importante é que sempre estamos acompanhados pelos espíritos que se afinizam conosco. Somos rodeados de espíritos que gostam do que gostamos. Nada que seja estritamente material pode atrair espíritos bem intencionados. O sexo casual, sem afeto, apenas pelo prazer, atrai muitos espíritos que sentem necessidade dessas mesmas energias. Forma-se com eles verdadeira simbiose, trocando energias e influências.
O sexo é uma dádiva de Deus e uma fonte legítima de prazer e rearmonização energética. Mas a vivência do sexo saudável pressupõe afeto. O resto é animalidade.
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Reforma íntima e a preguiça
26 de abril de 2013

Os que me acompanham há mais tempo sabem que eu escrevo à frente dum espelho. É pra lembrar que escrevo, em primeiro lugar, pra mim mesmo. Acho que o maior adversário da reforma íntima que precisamos fazer é a preguiça.
Não sei o quanto você conhece, o quanto você sabe. As coisas da espiritualidade são uma fonte de aprendizado inesgotável. O Espiritismo, particularmente, é um campo de pesquisa e estudo vasto e rico. Por isso disse que não sei o quanto de conhecimento e experiência você tem. Não importa.
Você acredita em reencarnação, você aceita os fatos da mediunidade mesmo sem ser médium ativo, você crê na bondade e misericórdia de Deus. Que bom!
No entanto, não basta crer. É preciso agir. Por menos que você saiba é bem provável que você saiba mais das coisas do Espírito do que a maioria das pessoas com quem você convive no dia-a-dia. Por menos elevado que você seja, e é bom que se reconheça isso, tudo indica que você esteja mais preparado moral e espiritualmente do que a maior parte das pessoas do seu círculo de convívio.
Isso aumenta a sua responsabilidade. Quanto mais conhecimento, maior é a obrigação de colocar em prática o que se sabe. Quanto mais se aprimora espiritualmente, maior é a responsabilidade perante os outros.
Se você se dedica às coisas do Espírito, é natural que você acabe contando com a simpatia e o amparo dos espíritos trabalhadores. Quanto mais você se dedica ao conhecimento e à reforma íntima, mais aumentam os seus contatos e a sua intimidade com espíritos superiores a nós.
Se você faz dessa busca de aperfeiçoamento algo que tenha um espaço significativo em seu cotidiano, você começa a beneficiar as pessoas que estão à sua volta. Se você está um pouco mais elevado que aqueles que o cercam, você passa a agir como fator de equilíbrio nos ambientes que frequenta.
Observe o grau de influência que o seu estado de espírito exerce no seu ambiente de trabalho ou estudo. Note como o seu humor atinge as demais pessoas, veja a responsabilidade que os seus pensamentos têm na harmonia geral.
Sua influência aumenta se você desenvolver a disciplina com a espiritualidade. O ideal é que o contato com as coisas do Espírito aconteçam todos os dias; ou, pelo menos, nos dias úteis, nos dias de trabalho. A oração, a meditação, a leitura edificante, o seu contato deliberado com a espiritualidade superior deve ser diário.
Isso pode parecer difícil, mas não é. Serão alguns minutos do seu dia. Você define o tempo. Você pode dedicar cinco minutos pela manhã, cinco minutos ao meio-dia e cinco minutos à noite. Já é um ótimo começo. Se você não puder cumprir esses horários, estabeleça outro que possa cumprir. O importante é fazer disso um hábito, uma disciplina que faça parte da sua vida.
Acredito que algumas pessoas não têm tempo, ou não têm um horário fixo que possa ser dedicado a isso. Entendo que muitos não estão preparados pra isso, não conseguem ver nessa prática algo que tenha algum valor real.
Mas sei que há muitas pessoas que consideram essa disciplina importante e não conseguem convencer a si mesmas, não conseguem se impor um compromisso, não conseguem vencer a preguiça. Se for o seu caso, saiba que a preguiça é um mal terrível, que deve ser combatido imediatamente. A preguiça é pior do que muitos maus hábitos. Pessoas decididas conseguem transformar um mau hábito num bom hábito. Vencer a preguiça geralmente dá mais trabalho, pois a pessoa “se perdoa” por ser preguiçosa.
Você tem responsabilidade sobre os que convivem com você. Você tem conhecimentos que eles não têm. Seja disciplinado, mantenha bons hábitos e aja como um instrumento de Deus.
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Espiritismo, álcool e drogas
19 de abril de 2013

Cada espírito, encarnado ou desencarnado, tem o seu padrão vibratório. O Espiritismo confirma que os semelhantes se atraem. O uso de álcool e outras drogas produz um atrativo irresistível para os espíritos que desencarnaram na condição de viciados nessas substâncias. Os desencarnados passam a acompanhar seus “amigos” encarnados quando estes fazem uso de drogas. Estimulam, neles, o uso cada vez mais contínuo e em maiores doses.
Quem faz uso de álcool e outras drogas com frequência modifica seu padrão de pensamentos quase que instantaneamente quando se droga. É que nessas horas o intercâmbio de ideias e sensações com os desencarnados se torna automático. Comungam os mesmos sentimentos, as mesmas ideias fixas, os mesmos desejos ou a ausência total de desejos, fora o uso da droga.
Não faltam exemplos na literatura espírita de como os encarnados são utilizados docilmente pelos desencarnados viciados. Tornam-se verdadeiras marionetes em suas mãos. Ou, na expressão de Ramatis se referindo aos bebedores contumazes, tornam-se “canecos vivos” dos desencarnados.
O uso de drogas facilita o desprendimento do corpo astral. O usuário passa a ter um contato maior com o plano astral, embora não perceba. E esse contato, nestas condições, não é bom. Nunca estamos sós. Somos acompanhados, onde quer que estejamos, por espíritos desencarnados que se afinizam conosco. O problema de quem consome drogas é que atrai a companhia de espíritos muito perturbados, com a preocupação constante de satisfazer o seu vício. Eles se “colam” ao perispírito do usuário para inalar, aspirar, sentir os efeitos da droga como se estivessem encarnados.
Mesmo drogas consideradas leves, como a maconha, provocam a despersonalização e a perda da vontade, tornando seu usuário apático e dócil companheiro de espíritos infelizes. O uso moderado do álcool, aceito pela sociedade e recomendado por alguns médicos (provavelmente os que gostam de beber), pode ser inofensivo para algumas pessoas, mas é fato que o uso do álcool acompanha o espírito há inúmeras reencarnações, pois o homem utiliza o álcool (ou é utilizado por ele) desde a pré-história. Um hábito de tanto tempo só pode ser considerado um vício.
Conheço muitos espíritas que fazem uso do álcool. Alguns deles ótimas pessoas, dum patamar evolutivo que dificilmente irei alcançar nesta reencarnação. Como dizia Paulo, “tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Acho que o álcool não convém. É um hábito que está prestes a ser abolido da sociedade. Assim como o cigarro foi banido dos costumes socialmente aceitos, da mesma forma acontecerá com o álcool. Há vinte anos havia propaganda de cigarro na televisão, fumava-se nos filmes e novelas. Há trinta anos fumava-se nos elevadores e nos ônibus. Hoje não se pode fumar nem em bares e restaurantes. É um grande avanço.
Para quem não se ocupa das coisas do espírito, o uso de qualquer droga é um convite aberto para que espíritos viciados se aproximem e compartilhem do hábito, que logo se torna um vício. Para os que se ocupam com as coisas do espírito, acredito que o canal que nos liga com a espiritualidade superior deve permanecer permanentemente desobstruído, livre de qualquer obstáculo.
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O sentido da oração
12 de abril de 2013

Você sabe qual é o verdadeiro sentido da oração? Um dos erros que mais percebo é que muitas pessoas pensam que não há relação alguma entre Deus e prosperidade. Minha visão de Deus, na infância, também era mais ou menos assim. Uma associação de virtude com pobreza.
A energia no Universo é infinita, e essa mesma energia está em você, em mim, em cada um de nós. Nós, como filhos de Deus, temos o poder de manipular essa energia a nosso favor. Não há nada mais forte e poderoso na Terra do que o espírito imortal.
A natureza obedece cegamente às Leis que a regem. Sempre. Sem escolha. Nós, pelo nosso livre-arbítrio, podemos escolher, crear, nos desenvolvermos em todos os sentidos.
É uma pena que apenas uma pequena parcela da humanidade esteja apta a perceber que tudo no Universo é energia, e que temos poder sobre essa energia. Com Vontade determinada, temos o poder de mudar a nós mesmos e ao ambiente em que vivemos. Talvez a maior preocupação das pessoas em geral seja com os bens materiais, com o dinheiro. Como a maioria das pessoas perdeu a confiança em si mesma, não é coisa muito fácil modificar sua situação econômica.
No entanto, a Vida está cheia de exemplos de pessoas que superaram as próprias dificuldades materiais graças à mudança no padrão de pensamentos.
Para tudo na vida as Leis de Deus são o guia seguro. Observe uma por uma das pessoas que superaram situações de pobreza material e verá que elas transformaram pensamentos vitoriosos em ação. Muita ação. Estamos neste planeta para agir. Orar e se queixar da sorte não resolve nada. A oração e os pensamentos construtivos devem ser acompanhados de ação, disciplina, persistência e determinação.
Isso tanto vale para a reforma íntima quanto para as questões materiais. O Universo é energia abundante, a Natureza é pródiga e abundante. Tudo o que precisamos já existe, inclusive os bens materiais que almejamos. A parte mais difícil já foi feita, que é a invenção das coisas que nos facilitam a vida. Todo o conforto, todos os recursos tecnológicos que conhecemos estão à nossa disposição há pouco tempo.
Você não precisa ser um gênio e criar aparelhos para a sua comodidade. Eles já existem. A Natureza entrou com os recursos, o homem participou com a invenção. A você compete apenas adquiri-los a custo do seu trabalho.
Recebe quem está aberto para receber. Isso vale para a paz, para o amor, para os ensinamentos, para os recursos materiais. O planeta nos oferta tudo de que precisamos em nosso estágio evolutivo. Com as mãos fechadas você não receberá nada. É preciso estar receptivo, é preciso estar com as mãos em concha, disposto a receber.
Esse é o sentido da oração, da comunhão com Deus. Deus sabe do que precisamos. Quando oramos, não estamos informando Ele sobre nossos planos. Ele sabe disso tudo. Quando oramos estamos nos predispondo a receber, estamos entrando num estado de receptividade, de passividade, de aceitação. Quando oramos criamos em nós mesmos as condições necessárias para atrair o que pedimos.
Se prosperidade não estivesse nos planos de Deus, a Natureza não seria tão abundante. Não há nada de mal nas conquistas materiais. O mal não está em possuir bens, mas em ser possuído por eles.
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Espiritismo e as doenças
31 de março de 2013

Pelo que depreende do estudo do Espiritismo, as doenças nascem do Espírito. Os maiores causadores de doenças são a raiva, a mágoa, as frustrações, o rancor, a inveja, o sentimento de culpa. São esses sentimentos que provocam as doenças do corpo físico.
Todos os dias os jornais divulgam novas pesquisas sobre os benefícios ou malefícios de determinados alimentos em nossa saúde. Também tem sido muito difundida a recomendação da prática de exercícios físicos para a manutenção e melhora de nossa saúde física e emocional.
Assim como muitas pessoas, tenho cuidados com a alimentação e pratico exercícios físicos regularmente. Desde que sem exageros, sabemos que esses hábitos só têm a contribuir para o nosso bem-estar.
O que é bem menos divulgado é que, do mesmo modo que somos responsáveis pela saúde, também somos responsáveis pelas doenças. As doenças nascem não só do descuido com o corpo, mas principalmente do descuido com as nossas emoções.
Os maiores causadores de doenças são a raiva, a mágoa, as frustrações, o rancor, a inveja, o sentimento de culpa. São esses sentimentos que provocam as doenças do corpo físico. As emoções atingem imediatamente o corpo físico, que serve como um dreno por onde escoam essas energias negativas. Só que muitas não escoam, não fluem, ficam presas ao corpo físico e se manifestam em algum órgão em forma de doença.
Todas as doenças se originam do espírito. O que não tem origem nesta vida tem origem em reencarnações passadas. Muitas pessoas não aceitam este fato, ou só o aceitam parcialmente. Mas não há como fugir a essa constatação. O corpo físico é apenas reflexo do corpo astral (ou perispírito). Tudo o que está registrado em nosso corpo astral se manifesta em nosso corpo físico.
Você conhece pessoas que são viciadas em doenças. Falam de suas doenças com carinho, com uma espécie de orgulho. No ambiente de trabalho, em casa, na fila do banco, em qualquer lugar é possível ver pessoas competindo para ver que é mais doente. Trocam informações, nomes de remédios, não omitem nenhum detalhe de seus sintomas e dores.
A doença é o modo que muitas pessoas carentes de afeto acham para chamar a atenção. Quanto mais detalhes mórbidos, mais atenção despertam. É um modo de serem ouvidas, consideradas. Se apaixonam pelas próprias doenças. Quando você encontra alguém assim, a primeira coisa que ela faz é lhe passar o relatório completo de suas doenças. Onde dói, como dói, o que ela tomou, o que o médico disse, o que o outro médico disse.
Se algumas dessas pessoas ficassem curadas de repente, perderiam o sentido da vida. Claro que não são todas as pessoas doentes que gostam de suas doenças. Há pessoas que nascem com doenças graves, com limitações físicas que terão que suportar pela vida toda. Outras adquirem qualquer moléstia ou enfermidade no decorrer da vida, e a cura nem sempre está ao seu alcance.
Nem todos se conformam. Muitos se acham injustiçados, acham que a vida está errada e questionam a Justiça Divina. Não aceitam o fato de que são elas mesmas que causaram ou escolheram suas doenças.
Mesmo dentro do Espiritismo há quem ache essa abordagem muito dura. Acham cruel generalizar. Ficam comovidas com casos de doenças graves em crianças ou pessoas sabidamente boas. A dor dessas pessoas dói nelas.
Não sou insensível. Com a popularização das redes sociais, todos os dias nos deparamos com imagens de pessoas que sofrem de doenças terríveis. Mas se aceitamos que somos os responsáveis pelos nossos atos, que colhemos o que plantamos, que nossos males morais foram provocados por nós mesmos e que compete a nós modificá-los, por que seria diferente com os males físicos?
São as nossas emoções que provocam as doenças. A cura também passa pelas nossas emoções. Não estou dizendo que devemos abrir mão da medicina, pelo contrário. Temos que aproveitar os avanços que conquistamos. Mas a cura, real, verdadeira e definitiva para qualquer mal que atinja o nosso corpo está no controle das nossas emoções.
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O melhor livro espírita de todos os tempos
21 de março de 2013

Pra você que é versado em literatura espírita, este artigo pode parecer óbvio. Neste caso, lembre-se de que o óbvio só é óbvio para a mente preparada. O melhor livro espírita de todos os tempos é óbvio. Leia assim mesmo!
Todos os dias recebo muitos pedidos de esclarecimento acerca dos temas mais variados. Uns querem minha opinião porque se identificaram com algo que escrevi; outros me consideram mais do que sou em realidade; outros, ainda, apenas precisam da opinião do primeiro que surgir à sua frente.
Mas muitas pessoas querem maiores esclarecimentos sobre temas ligados diretamente ao Espiritismo. Querem dirimir dúvidas, entender melhor certos pontos, saber o posicionamento do Espiritismo sobre algum tema específico, conhecer a explicação que o Espiritismo oferece para suas questões cruciais.
Não tenho ideia de quantos livros espíritas já foram escritos. Muitos milhares. Muitos filmes com temática espírita também já foram produzidos. Muitos filmes abordam temas como a reencarnação sem serem espíritas. Fantasiam situações, gerando alguma confusão. Isso não é uma crítica aos filmes com temática espírita, ou espiritualista, ou reencarnacionista, como queiram. É sempre bom divulgar pontos fundamentais do Espiritismo, como a reencarnação. Até porque isso também gera curiosidade, e a curiosidade leva à procura, e quem procura acha.
Mas o fato é que os simpatizantes do Espiritismo que assistem a meia dúzia de filmes e leem dois ou três romances espíritas mais açucarados permanecem cheios de dúvidas fundamentais. As dúvidas também são positivas. Se acabam as dúvidas, há estagnação. Quanto mais eu estudo, mais dúvidas tenho. Consequentemente, mais busco saber e mais aprendo.
Você quer saber qual é o melhor livro espírita de todos os tempos, né? Pode me chamar de conservador, se quiser: O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
Não é a melhor leitura do mundo, não é um best seller, não é um livro popular. Não é um livro pra ser lido como entretenimento, não é um livro qualquer. É a base do edifício espírita. A grande maioria das dúvidas que as pessoas têm, quase todas as perguntas que me fazem são respondidas com maestria no Livro dos Espíritos.
Não sou especialista no Livro dos Espíritos. Mas a primeira vez que o li, TODAS as minhas grandes e pequenas dúvidas foram respondidas. Pra ser correto, apenas uma questão não ficou bem clara. Mas isso é pessoal. Claro que estou me referindo à primeira vez que li o livro. Como eu disse antes, novas dúvidas vão surgindo conforme se vai ampliando os horizontes.
Se você não leu, leia. Ele é vendido praticamente a preço de custo nos centros espíritas. Tem em PDF na internet, como aqui, ó: O Livro dos Espíritos. Não tem desculpas pra não ler. Compreendo perfeitamente que, para quem não está acostumado com a linguagem do livro, ele pode parecer difícil no começo. Mas nada que não se supere com um pouco de esforço e vontade de aprender. Talvez você não seja muito experimentado em assuntos mais sérios, em leituras mais densas. Tudo bem, cada um tem suas características. Mas o valor do aprendizado compensa o esforço.
Para estudar matemática você tem que saber as operações básicas. Se você não sabe a tabuada, como vai resolver equações complexas? Conheça o básico, o alicerce.
Qualquer outro livro espírita que você leia, por melhor que seja, não será plenamente compreendido se você não conhecer a base revelada pelo Livro dos Espíritos. Muitas dúvidas que você tem hoje têm sua resposta lá. Muitos problemas existenciais que dificultam a sua vida encontram lá a sua solução.
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O que são os sonhos para o Espiritismo?
17 de outubro de 2012

Você sabe o que são os sonhos? Você já percebeu que nós passamos aproximadamente um terço de nossas vidas dormindo? É um assunto que merece nossa atenção. O Espiritismo se refere aos sonhos na questão 401 do Livro dos Espíritos. Lá é dito que “o espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos.”
Essa pergunta citada se refere ao período de sono como um todo, não ao sonho propriamente dito. O fato é que morremos todas as noites. Ao adormecer, seu corpo recupera as energias liberando o espírito do cuidado direto com o corpo. Assim, você, espírito imortal, fica parcialmente liberto durante as horas que duram o seu descanso físico.
O que você faz durante esse tempo? Você já se deu conta de que passa mais ou menos um terço da sua vida dormindo? É possível desenvolver atividade útil durante o período de sono. Assim como há pessoas pouco ativas ou muito ativas, também há pessoas que têm ação real durante o sono e outras que não têm. É possível participar de cursos e estudos; é possível orientar outros espíritos, desencarnados ou encarnados como você; é possível auxiliar espíritos necessitados através de doação de energias.
Mas para isso é preciso um adiantamento moral que muitos de nós não temos. Ou algum conhecimento do assunto e muita vontade. Com vontade quase tudo é possível. Mas é preciso reconhecer que a maioria, ao se projetar do corpo físico durante o sono, vai em busca daquilo que mais ocupa o seu pensamento. Vingança, desforra, competição e, principalmente, prazer. Prazer da comida, do álcool, das drogas, do jogo, do sexo. Muito sexo.
A sociedade atual vive um fenômeno inédito. A banalização e popularização do sexo. Quem leu Machado de Assis sabe que no final do século XIX os homens ficavam enlouquecidos quando viam os ombros e os tornozelos das mulheres. Eram as partes do corpo que apareciam. Nos anos sessenta, com a popularização da minissaia, era uma grande inovação nos costumes a mulher andar com os joelhos à mostra. E a visão dos joelhos bastava para excitar os homens. Hoje homens e mulheres têm acesso à pornografia a qualquer instante, de todas as formas imagináveis. Mesmo quem não procura pornografia se depara com ela na internet.
E são justamente esses desejos, que ocupam o pensamento durante o dia, que atraem o espírito encarnado quando se projeta pelo sono. Algumas pessoas não chegam a ter atividade. Quem observa o corpo astral projetado dessas pessoas nota que elas ficam próximas à cama, sentadas, com o olhar apático. Ou são invadidas por imagens aleatórias originadas de sua própria mente ou das mentes de outros espíritos.
Mas muitos têm grande atividade, e a prova disso são as lembranças fortes a que chamamos de sonhos. Os sonhos podem ser coerentes, como uma história que não conseguimos entender direito. Mas também podem ser pedaços esparsos de acontecimentos, retalhos de uma história sem nenhum nexo. É preciso levar em conta que nosso corpo físico não participa do sonho. Como o cérebro físico poderia reter uma lembrança perfeita de algo que ele não viveu? As poucas lembranças ou imagens que nos ficam são o que o cérebro consegue reter quando há o reacoplamento dos corpos astral e físico.
É possível ficar consciente durante o sono. Posso garantir que é uma experiência extraordinária. A projeciologia, criada pelo Waldo Vieira, antigo parceiro de Chico Xavier que se afastou do espiritismo, trata exatamente disso: A capacidade que todos nós temos de realizar projeções conscientes. Um costume que tenho é anotar todos os meus sonhos e projeções. Tenho sempre à mão um caderno específico pra esse fim. Ajuda no despertar da consciência fora do corpo.
Baseado nos fenômenos do sonho, você começa a notar as incoerências de seus sonhos, começa a perceber sua irrealidade. Com o tempo, você se torna mais crítico no dia-a-dia e presta maior atenção ao ambiente, às pessoas, aos objetos, aos cenários. É bom perguntar a si mesmo várias vezes ao dia se você está sonhando ou está acordado. Este hábito será transportado aos sonhos, e quando você reconhecer que uma imagem ou situação é absurda demais para ser verdade, você percebe, dentro do sonho, que está sonhando. Esse é o início do despertar da consciência fora do corpo.
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A transição planetária
9 de outubro de 2012

Estamos em plena transição planetária. Muitos espíritos estão tendo sua última oportunidade de adaptação ao nosso planeta. Os que não conseguiram se ajustar à Terra são exilados em outros planetas. Para esses espíritos, o outro planeta será o mesmo que uma prisão.
Muitos conhecimentos difundidos pelo espiritismo já eram conhecidos antes da codificação de Allan Kardec, iniciada em 1857. Noções de reencarnação, imortalidade do espírito, poder do pensamento, tudo isso já era conhecido por alguns estudiosos privilegiados. Mas misturados com muita superstição.
Mas há um conceito inovador trazido pelo espiritismo. É o fato de que tudo o que há no mundo material é apenas cópia do que existe no mundo dos espíritos. Tudo começa no astral, somente depois é que vem pra cá. É assim com as invenções, com a tecnologia, com as grandes ideias. Todos os grandes movimentos políticos ou religiosos, todas as mudanças culturais, toda inovação nos costumes, tudo é antes planejado pela espiritualidade.
Trago essa reflexão pra abordar um tema muito comentado hoje em dia no meio espírita. A transição planetária. Muitos espíritos estão tendo sua última oportunidade de adaptação ao nosso planeta. Os que não conseguiram se ajustar à Terra estão sendo exilados em outros planetas. Para esses espíritos, o outro planeta será o mesmo que uma prisão.
Essa informação pode parecer estranha, por isso fiz questão de lembrar que a vida material na Terra imita o mundo dos espíritos. Se você acha estranho um espírito ser exilado num planeta distante, é porque pode parecer fantasiosa a existência de prisões no espaço. Mas só seria estranho se essa ideia fosse copiada da Terra. O que ocorre é o contrário; tudo na Terra é apenas um reflexo do que existe no mundo espiritual. Se há prisões aqui, é uma ideia copiada de lá.
A verdade é que a Terra se aproxima de dias melhores, há muito tempo esperados. Se compararmos com tempos atrás, já estamos muito melhores. Claro que não é essa a visão que a televisão passa. Televisão vive de vender tragédias e baixaria. Nós ainda temos algo de mórbido que se deixa atrair por desgraças e más notícias.
Ainda estamos longe do ideal, mas já é possível notar que nos encaminhamos para um mundo de menos preconceitos, menos injustiças, menos ódio; mais aceitação, mais compreensão, mais boa vontade. Perfeito não vai ficar; você sabe disso. A Terra está deixando de ser um planeta de expiações e provas para se tornar um planeta de regeneração. A dor vai continuar sendo uma das principais ferramentas de aprendizado.
Talvez seja mais animador se analisarmos como era a Terra quando chegamos aqui. Você e eu provavelmente chegamos à Terra antes do início da civilização. Nós fomos os responsáveis pela civilização, por tudo o que se fez, por tudo o que se construiu, por tudo o que se descobriu neste planeta. Estamos aqui há milênios. A cada reencarnação damos um passo na nossa escalada evolutiva, e a Terra nos abriga nesse processo.
Tudo o que há na Terra foi feito por nós. Levamos milênios para chegar aonde chegamos. Tudo indica que viemos pra cá como medida de reajuste. Alguns preferem dizer punição. Esse mesmo reajuste é o que irão enfrentar os espíritos que serão exilados. Terão que recomeçar do zero num planeta inóspito. Do mesmo jeito que era a Terra quando viemos pra cá.
Imagine ter que descobrir o fogo de novo? Inventar a roda, a agricultura, as ferramentas, tudo de novo? Talvez você não dê o devido valor às torneiras da sua casa. Basta girar um pouco a mão para que saia água limpa e potável. Você já parou pra pensar quanto tempo foi necessário para chegarmos a esse ponto? Talvez você não perceba o quanto é cômodo apertar um botão, à noite, e ter luz dentro da sua casa. Quantos milênios foram precisos para que isso acontecesse? Estou citando apenas as comodidades mais básicas, que grande parte da população tem à sua disposição.
Quem for exilado terá que começar tudo de novo. Ao mesmo tempo em que serão punidos por suas faltas na Terra, servirão de instrumento de progresso para esses mundos e seus habitantes, muito mais atrasados do que os da nossa querida Terra. A vida por aqui ficará muito boa, e quando eu voltar na próxima encarnação muitos problemas que enfrentamos hoje não existirão mais; pertencerão ao passado. Espero encontrar você aqui, da próxima vez.
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Olhai os lírios do campo
5 de outubro de 2012

Pra mim, o ápice do Evangelho é este: “Olhai os lírios do campo, como eles crescem! Não trabalham nem fiam, e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, nunca se vestiu como qualquer um deles”.
Acho forte pela beleza da imagem poética. Mas ainda mais pela clareza do ensinamento. Ela se passa no Sermão da Montanha, ocasião em que Jesus nos deixou seus mais belos e profundos ensinamentos.
Nesta passagem, Jesus se refere à preocupação que nós temos com o dia de amanhã. Alimentamos pensamentos de angústia e desconfiança em relação ao futuro. Estamos sempre preocupados com o que pode acontecer, com o que pode fugir ao nosso controle. A própria palavra já se explica por si só: pré-ocupação. Uma ocupação prévia, antes do tempo.
É a isso que Jesus se refere. Os lírios do campo não se preocupam, não vivem antecipadamente o dia de amanhã. E Deus provê a sua “roupa” em forma de lindas flores, que nem Salomão, o maior Rei que o povo de Jesus já havia conhecido; nem Salomão, no auge de sua glória, nunca havia se vestido de maneira tão bela quanto os lírios do campo.
Costumamos dar muita ênfase aos ensinamentos morais do Cristo. Realmente, não há código de ética mais avançado do que o seu ensino. Isso tudo é minha opinião, você não é obrigado a concordar com ela: acho que o principal ensinamento de Jesus é negligenciado até hoje.
Dezenas de autores escreveram livros e mais livros falando o que ele falou, ensinando o que ele ensinou, como se fosse alguma novidade. Me refiro ao pensamento, ao poder do pensamento, ao pensamento criador, ao pensamento como fator determinante para a criação e o desenvolvimento de tudo em todos os planos de vida. Negligenciamos o pensamento, e há cada vez mais evidências de que tudo, absolutamente tudo, é criado a partir do pensamento.
Alguns anos atrás o filme “O segredo” fez um sucesso estrondoso tratando desse tema. Não trouxe nada de novo, nada que já não houvesse sido abordado em dezenas de livros, detalhadamente. E acredito que muitos e muitos livros e filmes deverão surgir ainda para popularizar e tornar aceita essa verdade: O pensamento e a Lei de atração.
O espiritismo deixa claro a importância do pensamento, embora seu enfoque hoje seja predominantemente moral. As obras de André Luiz elucidam muita coisa sobre a natureza e o funcionamento do pensamento.
O fato é que atraímos tudo o que pensamos. Tudo o que pensamos, de bom e de mau, se manifesta como realidade. Você provavelmente lembra de muitos casos em que seus pensamentos não se concretizaram, por isso não leva este assunto tão a sério como deveria. Você não percebeu que não há como duas coisas antagônicas acontecerem ao mesmo tempo? Se você quer determinada coisa e ao mesmo tempo teme que não vá conseguir, um pensamento combate o outro, um pensamento neutraliza o outro.
Não gosto de mencionar isso, mas o fato é que somos muito negativos. Pensamos muitas coisas negativas, somos alimentados com tragédias televisivas (eu não), somos influenciados por pessoas negativas. Não estamos totalmente prontos. Mas é hora de começar a experimentar, é hora de desconstruirmos nossas velhas e podres crenças e nos reformarmos com a verdade.
Faça suas próprias experiências! Se não se achar pronto pra isso, comece a observar:
- Pessoas de sucesso, em qualquer área, são pessoas que não questionam se o que querem fazer vai dar certo ou não. Simplesmente fazem, acreditam em si mesmas.
- As pessoas mais doentes, principalmente as que têm doenças de difícil diagnóstico, são as que mais falam em doenças; é o seu assunto predileto, é pensamento que se manifesta.
- Quando você tem algum problema e fica pensando nele, buscando solução, não consegue resolvê-lo. Só acha solução quando deixa de se preocupar com ele. Pois enquanto está pensando no problema, está atraindo mais problema.
- As divergências com os outros só surgem quando nos concentramos nas características dos outros de que não gostamos, nas características que não desejamos. Se mantivermos nossa atenção no que temos em comum com os outros, não haverá divergência. Esta só existe porque nos concentramos no que não queremos.
São muitas evidências de que o pensamento é criador, de que a Lei de atração é uma lei tão digna de credibilidade e passível de ser constatada como a Lei da gravidade, por exemplo. Teste! Faça as suas experiências!
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Espiritismo e umbanda
2 de outubro de 2012

Você acha que umbanda é espiritismo? Estou perguntando pra você; eu, particularmente, aprendi a evitar discussões estéreis. Perde-se tempo e se ganha desafetos. Discussão boa, mesmo, é discussão evitada. O fato é que a umbanda foi anunciada dentro dum centro espírita.
As pessoas com quem me relaciono sabem da minha condição de espírita, e muitas vezes fazem confusão com umbanda ou batuque. Batuque é como se chama aqui no Sul a religião de nação africana. O candomblé não é muito comum por aqui.
A confusão não me incomoda, embora não deixe de ser estranho o desconhecimento que a maioria das pessoas tem sobre as diferentes denominações. Muitos pensam que espírita larga despacho nas encruzilhadas, que acende vela, que toca tambor, que faz trabalho no cemitério. A confusão é grande.
Frequentei umbanda e batuque na infância e na adolescência. Conheci terreiros totalmente diferentes uns dos outros. Desde humildes cômodos de madeira caiada até grandes salões. Desde a chamada umbanda branca, com cânticos sem o uso de tambores, até sessão de exu, de uma energia pesada e de um barulho infernal.
Mencionei há pouco a umbanda branca. É um modo de distingui-la da umbanda misturada com nação, coisa muito comum por aqui. Acontece o mesmo com o espiritismo, que às vezes é denominado de espiritismo kardecista para diferenciá-lo da umbanda e de religiões africanas. E aqui chegamos num ponto sensível, pois nem os espíritas gostam de ser chamados de kardecistas, nem os umbandistas gostam que se diga umbanda branca. Os espíritas explicam que o termo “espírita” foi criado por Allan Kardec. Os umbandistas dizem que só existe uma umbanda.
O fato é que o conteúdo filosófico legado por Allan Kardec é seguido pela umbanda. As diferenças entre espiritismo e umbanda estão na forma exterior, já que a umbanda adota o uso de imagens, símbolos, pontos cantados e riscados, práticas que são evitadas no espiritismo.
Há anos venho lendo e sendo informado de que a umbanda vem passando por um profundo processo de mudança. Conheci um terreiro no início deste ano que segue as novas orientações do plano espiritual e pude notar o esforço em adotar uma doutrina própria. Talvez você não saiba, mas a umbanda teve início no espiritismo. E passou a denominar seus templos de “centro espírita” no tempo em que as religiões africanas ainda eram perseguidas pela polícia. Para evitar problemas, adotaram o nome de “centro espírita” ou “centro espírita de umbanda”. Nem sempre houve liberdade religiosa no Brasil…
Espiritismo e umbanda são religiões distintas, não há dúvida. Eu, particularmente, ainda não me convenci de que o espiritismo seja uma religião, mas aí já é outro assunto. Acredito que são duas correntes espirituais que se complementam harmoniosamente. É interessante observar que assim como quem não conhece o espiritismo confunde conceitos que para nós são muito claros, também há espíritas que fazem julgamentos sobre a umbanda sem nunca ter pisado num terreiro.
A espiritualidade responsável pela nossa orientação aqui na Terra certamente não faz essas distinções. O sectarismo é típico de mentes primárias, que ainda precisam se apegar ferrenhamente a algum rótulo ou título que lhe empreste alguma distinção. Você acha que um espírito superior a nós, empenhado em esclarecer e fazer o bem, vai dar alguma importância pra denominação religiosa? Vai perguntar se você é espírita, umbandista, católico, protestante, budista, muçulmano? Claro que não!
O espiritismo não é o único meio de salvação humana, e não existe dono da verdade. Mas voltando a pergunta lá de cima: Você acha que umbanda é espiritismo? Uma das definições de Allan Kardec dizia que “espírita é aquele que crê nas manifestações dos espíritos”.
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Espiritismo e adultério
26 de setembro de 2012

O Espiritismo, tomando por base a questão 701 do Livro dos Espíritos, afirma que o casamento deve se fundar na afeição dos dois seres que se unem. Mas não podemos ignorar que o adultério é prática comum, tolerada pela sociedade.
Você já parou pra pensar a respeito do poder que há no sexo? O sexo sempre esteve por trás das grandes conquistas e das grandes tragédias da História. Talvez um dos desequilíbrios mais comuns na trajetória do espírito imortal seja justamente o sexo. Se você se alimenta pouco, enfraquece; se come demais, adquire doenças. Se você dorme pouco, não recupera totalmente as energias; se dorme muito, perde o dinamismo. Com o sexo ocorre o mesmo. É preciso equilíbrio.
O desejo sexual represado representa um grande perigo, pois poucas pessoas são elevadas a ponto de canalizar a energia sexual para o processo criativo. O represamento do desejo sexual pode levar ao descontrole e é causa de muitos crimes. Pessoas sexualmente equilibradas convivem melhor em sociedade e são mais felizes.
Nosso senso moral e nossa cultura cristã nos legaram a monogamia como relação ideal mais propensa a incentivar o amor. Mas não podemos ignorar que o adultério é prática comum, tolerada pela sociedade. Você tem ideia das consequências espirituais do adultério? A relação sexual é o momento de maior intimidade e troca de energias que se pode experimentar na Terra. Isso não fica restrito ao plano físico, mas também ao plano astral.
Ao nos unirmos sexualmente com alguém, formamos ligações com as companhias espirituais da outra pessoa. Você sabe que nunca estamos sozinhos, estamos sempre acompanhados de espíritos que se afinizam conosco, com os nossos gostos, com nossas atividades, pensamentos, atitudes, emoções. Numa relação adúltera é inevitável que sejam atraídos por nós espíritos que se afinizam com este tipo de ato clandestino, furtivo, baixo. Em situações assim reatamos antigas ligações espirituais conflituosas ou encetamos novos comprometimentos.
O mesmo ocorre com o sexo pago. Você acha que quem recorre à prostituição pratica o ato sozinho? Na verdade quem costuma comandar a situação são os espíritos desencarnados viciados em sexo. Os lugares ligados à prostituição são habitados por inúmeros espíritos nessas condições, que vivem da energia dos encarnados que os frequentam. São verdadeiras parcerias que se formam entre os dois planos. Os dois lados em busca do prazer desenfreado oferecido pelo sexo.
Há muitos que não consumam a traição. Não se atrevem a levar o adultério às últimas consequências. Mas o fazem em pensamento. Jesus falou sobre isso, ao dizer que desejar a mulher do próximo em pensamento já é cometer adultério. Nada ativa tão bem a imaginação como o desejo sexual. O poder mental é capaz de atrair espiritualmente a pessoa desejada se for fortemente imaginada. Se houver reciprocidade de intenções, pode haver uma espécie de vida paralela em que os adúlteros em pensamento passam a encontrar-se no astral para saciar seus desejos. De qualquer maneira, sendo ou não sendo correspondido o desejo, outros espíritos sedentos por sensações prazerosas do sexo são atraídos. Qualquer pessoa que tenha seu pensamento dominado pela ideia do sexo atrai para si companhias espirituais das quais se torna muito difícil de se livrar.
Durante o período de sono físico, nada atrai tanto o espírito encarnado quanto o sexo. Muitos são habituados a se relacionar com desencarnados ou com outros encarnados desdobrados pelo sono. Às vezes são pessoas de conduta exemplar, que racionalmente não procurariam essa situação. Mas, parcialmente livres do corpo físico durante o sono, se deixam dominar pelo subconsciente. No subconsciente está armazenada a bagagem de todas as vidas anteriores do espírito imortal; é a soma de tudo o que ele é.
Quem vive essas experiências geralmente não tem vida sexual satisfatória; vive sem esperança amorosa. Geralmente essas pessoas roubam a energia das pessoas próximas; familiares, amigos, colegas. A energia que retiram de seus próximos é gasta em seus encontros no astral.
O sexo é energia sagrada, é criação de Deus que nos concedeu o poder de criar, pois somos Sua imagem e semelhança. O sexo equilibrado é manifestação de amor, e eleva o espírito a Deus. Mas o sexo em desequilíbrio pode ser motivo de queda e destruição. Deus não nos castiga, não há crime ou pecado. Há desgaste espiritual, há desperdício de forças criadoras, há desrespeito com o amor. E tudo isso tem um preço.
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Família e homossexualidade
3 de setembro de 2012

Recebo muitas sugestões de temas a serem abordados neste site. Algumas já renderam artigos razoáveis; outras não consegui desenvolver conforme a ideia de quem me sugeriu. Como vou falar de homossexualidade na família? Não posso discorrer sobre o que não conheço. Não tenho a pretensão de opinar sobre assuntos acerca dos quais não tenho a menor experiência direta.
Mas o assunto que mais me pedem para escrever é sobre o homossexualismo. Pedem a opinião do espiritismo acerca do homossexualismo. Não sou porta-voz do espiritismo. Tudo o que escrevo é minha opinião, com o cuidado de não contrariar em nenhum ponto o ensinamento espírita. Não acredito em verdades absolutas. E, como Raul Seixas, não tenho opinião formada sobre tudo.
O que me trouxe essa reflexão foi a constatação de que é cada vez mais raro ver uma família nos moldes tradicionais. O que isso tem a ver com homossexualismo? Chegaremos lá.
Quando me refiro a família tradicional, quero dizer pai, mãe e filho ou filhos. A maioria das pessoas passa por duas ou mais experiências conjugais, com ou sem filhos. Pare um minuto e observe as pessoas próximas a você. Verá que há separados e divorciadas que casaram de novo, casais veteranos que abriram mão de ter filhos e se contentaram com cachorro, casais que desejam muito ter filhos e não têm, casais com enteados dos dois lados. E com isso, tem o irmão, o meio-irmão e o irmão do irmão.
Mas também já é comum a avó que cria os netos, a irmã mais velha que cria os irmãos mais novos, o pai que cria os filhos sozinho. Ainda existe o casal tradicional, é claro. Mas mesmo aí as mudanças em relação a tempos atrás já são acentuadas. Muitos pais dividem as responsabilidades na criação dos filhos com as mães. Muitas mães dividem as responsabilidades de sustento da casa com os pais. Os retrógrados dizem que é o fim dos tempos. Você acha que é o fim dos tempos? Eu acho que é só o começo.
E pergunto a você: Será que um dia existiu mesmo o modelo familiar tido como exemplar? Não estou questionando a existência de famílias exemplares. Claro que há muitas delas. Mas me refiro ao modelo tido como exemplar. Sabe aquele estilo anos sessenta? American way of life? As famílias americanas formadas por papai, mamãe e um casal de filhos, todos sorridentes em seu carro novo.
É esse o tipo ideal de família no imaginário popular. É o tipo oficial de família. Família que tira férias e viaja, feliz. Talvez você pertença a uma família dessas. Se não pertence conhece algumas assim. Mas estou inclinado a achar que esse modelo sempre foi exceção.
Eu, particularmente, não tive e não tenho uma família tradicional. Não tive como filho e não tenho como pai. Acho que por muito tempo, ainda, existirá o conceito de felicidade familiar ideal atrelado ao modelo tradicional de família. Família viajando, todos juntos, alegres. Esse ideal não existe em famílias remendadas e talvez não possa existir em famílias homossexuais.
Cada vez que se noticia a adoção de crianças por casais homossexuais, ouço comentários demonstrando grandes preocupações com as crianças. A falta de referência paterna ou materna, a inexperiência do casal masculino para ensinar coisas de mulher às meninas e vice-versa.
Concordo que o ideal é a tríade pai-mãe-filho. Mas seria hipocrisia demais fechar os olhos pra realidade. Não vivemos de modelos. Seguimos modelos, sempre que possível. Meu modelo de conduta, por exemplo, é Jesus Cristo. Mas não posso brincar de Jesus Cristo. Tenho que me esforçar todos os dias para me aproximar dele. Assim também em relação aos novos modelos familiares. Não são o ideal? Não. Que lástima. Mas e as crianças esperando por adoção; será que fazem questão de um “lar ideal”? Que referência é a mais acertada: Uma criança criada por um casal homossexual ou uma criança que deixou de ser adotada por falta de famílias tradicionais que a adotassem? Acho importante termos ideais. Imprescindível, até. Mas nosso mundo ainda está longe do ideal. E se estamos neste mundo é porque nós, como espíritos imortais, ainda estamos longe do ideal. E não podemos brincar de mundo de regeneração, fingindo que já evoluímos muito. A transformação está recém começando. Você está preparado?
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Espiritismo: comer carne ou ser vegetariano?
13 de junho de 2012

Tenho observado muitas discussões no meio espírita, sobre a conveniência de comer carne ou de se adotar uma dieta vegetariana. Confesso que já gostei mais de discussões e debates.
Quase sem querer, me deparei com esse assunto no Fórum espírita. É lastimável ver como todos querem ser donos da razão. Tenho pedido aos meus leitores que se sintam sempre à vontade para manifestar sua discordância a respeito do que eu escrevo. E agora peço algo ainda mais importante: Se você me achar radical, se achar que estou olhando para apenas um lado de determinada questão, por favor, me avise. Como é terrível o radicalismo!
Quando alguém pensa que a verdade está só com ela, quando alguém se nega a analisar qualquer questão sob outro ângulo, toda a boa intenção dessa pessoa vai por água abaixo, todo seu esforço em melhorar-se fica enclausurado nas grades do seu ego.
Eu não como carne. Acho que não devo me alimentar do sofrimento e da morte de um animal, que não deixa de ser um semelhante. Mas já comi carne, e muita. Como bom gaúcho, o churrasco era uma das minhas maiores diversões. Agora, porque resolvi parar de comer carne, não posso condenar sumariamente quem come carne.
Eu não me tornei uma pessoa melhor por não comer carne. Não me tornei mais caridoso, não me tornei mais humilde, não me tornei mais paciente, não me tornei mais compreensivo. Só parei de contribuir para o sofrimento e a morte de alguns animais, e me sinto contente por isso. Só isso. Não me transformei numa pessoa mais elevada. Não adquiri uma envergadura moral superior às demais.
Durante bastante tempo eu achava que não valia a pena parar de comer carne. Um ato tão pequeno, comparado com todas as coisas importantes que eu tinha que fazer para me aprimorar. Que adiantaria parar de comer carne e continuar sendo impaciente e irritável? Que adiantaria parar de comer carne e continuar orgulhoso e egoísta? Tentei primeiro me aprimorar moralmente, deixar de ser impaciente, irritável, orgulhoso e egoísta.
Não consegui. Vou continuar tentando. Não há um só dia em que eu não tente me livrar, cada vez mais, desses defeitos. Mas não consegui ainda. Se não consegui me livrar dos grandes defeitos, por que não tentar me livrar dos pequenos defeitos? Foi o que fiz. Por isso parei de comer carne. Mas em momento algum julguei ter dado um grande passo no caminho espiritual, ter subido um degrau decisivo rumo ao progresso do espírito imortal.
É um milhão de vezes mais importante e meritório um carnívoro paciente e humilde do que um vegetariano como eu. É um milhão de vezes mais importante e meritório um carnívoro solícito, prestativo, compreensivo, de boa vontade, do que um vegetariano como eu. Repito, para que fique claro: Acho que a importância de se parar de comer carne é mínima. Existem centenas, milhares de ações mais importantes e urgentes do que parar de comer carne.
Acontece que o fato de haver coisas mais importantes e urgentes para se fazer em busca do aprimoramento moral, em busca da reforma íntima, não invalida o mérito de parar de comer carne. É um passo pequeno, pequeníssimo, mas é um passo. Acho inconcebível que pessoas cultas, inteligentes, acostumadas ao estudo do espiritismo, fiquem presas à questão 723 do Livro dos Espíritos e agirem como crianças birrentas, repetindo a ladainha: a carne alimenta a carne, a carne alimenta a carne, a carne alimenta a carne. Procurem outro argumento, então!
Da mesma forma que alguns espíritas tomam a defesa ferrenha e irredutível da alimentação carnívora, só porque um espírito em meados do século XIX disse que “a carne alimenta a carne”, do lado oposto, do lado dos vegetarianos, também há radicais que só falta dizerem que os que se alimentam de carne irão queimar no fogo do inferno, que os que se alimentam de carne vão virar churrasco do diabo.
Tenho conhecido pessoas que fazem da defesa dos animais a causa de suas vidas. Ótimo! Parabéns a elas, de verdade! Eu já passei da adolescência há algum tempo e até agora não consegui definir uma causa pra minha vida.
Só que algumas dessas pessoas empenham-se com tanto afinco em seus ideais que se esquecem das qualidades morais que diferenciam os homens dos animais. Deixam de lado a civilidade, a compreensão, a capacidade de convívio e aceitação daqueles que pensam diferente. Nutrem raiva em relação aos que desrespeitam os direitos dos animais.
O mundo não se divide entre comedores de carne e não comedores de carne. Não precisamos ser condescendentes com os erros dos outros, não precisamos passar a mão na cabeça do político corrupto, do furador de fila, do funcionário mal educado, do desrespeitador dos direitos dos animais. Mas raiva também não, né? Eu prefiro comer carne do que sentir raiva de alguém. E você?
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O espiritismo e a saudade
17 de maio de 2012

O espiritismo é uma doutrina consoladora, por nos demonstrar a continuidade da vida após a separação terrena. Mas devemos reconhecer que o fato de sabermos que a vida continua não ameniza a saudade, pois é difícil superar o silêncio. Esse silêncio que dói e que não é preenchido por nada.
Talvez se tivéssemos em mente, se nos lembrássemos com frequência, que todos aqueles que amamos um dia vão partir da matéria, muitos deles antes de nós, talvez então os valorizássemos mais, talvez então notássemos mais as suas virtudes e menos os seus defeitos.
Mas isso também vale para quem, por algum motivo, esteja afastado dos seus. É claro que então a saudade ainda dói, mas ao mesmo tempo alenta, porque o reencontro não depende de que todas as pessoas estejam novamente no mesmo plano… Sem contar que hoje temos o auxílio inestimável da tecnologia. Não é a mesma coisa? Claro que não, mas pouco tempo atrás não existia, não havia esse consolo. Algum tempo atrás, quem imaginaria ver suas pessoas queridas pelo webcam, estando em praticamente qualquer lugar do mundo?
Uma coisa a ser evitada nos momentos de saudade é justamente pensar nela. Antes de deprimir-se, é melhor se manter ocupado com coisas úteis. Não há um monte de coisas que deixamos pra fazer quando tivermos tempo? Pois que se aproveite o espaço vazio deixado pela saudade para ocupar-se com essas coisas.
A palavra saudade só existe na língua portuguesa, e sua etimologia é a mesma da palavra solidão. E são realmente sentimentos que se confundem. Pois a solidão também pode ser aproveitada para coisas que em outras ocasiões e circunstâncias não seriam possíveis. É na solidão que entramos em contato com nós mesmos, com nosso universo interior. Na solidão podemos encontrar respostas seguras para as incertezas que alimentamos, e esse contato com nosso íntimo é que nos dá coragem para enfrentar as dificuldades da passagem pela Terra.
Quando estiver de braços com a saudade, não permita que ela se transforme numa prisão emocional, impedindo que você saiba aproveitar os dias que de repente ficaram mais compridos, impedindo que você domine o seu pensamento, que você domine as lágrimas, que você domine o desânimo que bate à porta ameaçadoramente.
Não! Todos os períodos da vida são importantes, nenhum se repete, com toda a certeza um dia a oportunidade de aprendizado e vivência desse momento da sua vida lhe será cobrado, e é bom que você tenha aproveitado. Seja útil, seja útil aos outros, aos que ficaram, seja útil a você!
E quando puder estar novamente ao lado das pessoas que ama, aproveite ao máximo, viva cada detalhe, cada momento; sabe-se lá quando terá outro abraço como esse? É triste? Talvez. Seria pior se não houvesse o reencontro nesta vida; pior ainda se não houvesse amanhã. Mas a vida é um dia depois do outro, cada um deve ser aproveitado ao máximo, com saudade ou sem saudade. Quanta oportunidade um dia nos oferece! Que o vazio da ausência seja preenchido com bons pensamentos e atividades construtivas.
E que se aproveite essa oportunidade de aprendizado para, no decorrer dessa vida e pela eternidade, darmos o devido valor às coisas simples, que não exigem nada de extravagante para serem feitas, basta a presença daqueles que amamos.
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