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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Delicado e urgente assunto- Perturbações espirituais.


(S.C.E)
Vampirismo é um tipo de obsessão no campo das viciações
sensoriais e essa denominação decorre de sua principal
característica, que é a sucção de energias vitais da vítima por
esses obsessores
Equipe Consciência Espírita
Em seu livro Mediunidade, no capítulo VIII, o jornalista, escritor, filósofo e
professor J. Herculano Pires, tratando dos problemas da obsessão, faz
referências à existência de certas formas de vampirismo, como a sexual,
que viola princípios morais e religiosos. Estudada pelos estudiosos e
pesquisadores, mas muito pouco tratada no espiritismo em virtude do
escândalo que provoca, muitas vezes causando perturbações a criaturas
simples ou excessivamente sensíveis.
As três categorias de obsessão
Para compreendermos esse delicado e urgente assunto é necessário
conhecer algo do mecanismo das perturbações espirituais. “A obsessão é
uma infestação da alma, semelhante à infecção do corpo carnal, produzida
por vírus e bactérias”, compara o professor.
Kardec classificou a obsessão em três categorias: obsessão simples,
subjugação e fascinação. “O primeiro tipo se caracteriza por perturbações
mentais e alterações de comportamento, sem muita gravidade. O segundo,
pelo domínio do corpo, produzindo-lhe os chamados tiques nervosos e
sujeitando-o a atitudes ridículas em público. O terceiro consiste no
domínio hipnótico de corpo e alma, através de um processo de fascinação
que deforma a personalidade”, lembra Herculano Pires.
Viciações sensoriais
No caso do vampirismo trata-se de “um tipo de obsessão no campo das
viciações sensoriais e essa denominação decorre de sua principal
característica, que é a sucção de energias vitais da vítima por esses
obsessores”. Já no vampirismo sexual a ligação perturbadora por parte do
obsedado se dá com espíritos inferiores que se deixaram arrastar nos2
delírios da sensualidade e continuam nessa situação após a morte.
Modalidade grave de perturbação espiritual, “o vampirismo sexual pode
reduzir o obsedado à inutilidade, afetando -lhe o cérebro e o sistema
nervoso, tirando-lhe toda disposição para atividades sérias” . Traduz-se
em incontáveis “casos de sexualidade mórbida, exasperada pela atividade
dos vampiros”, enfatiza.
Uma parceria sinistra
Para mostrar a complexidade do problema, que acomete tant o héteros
quanto homossexuais, o professor Herculano Pires relata um fato ocorrido
com um jovem recém saído da adolescência. O caso foi testemunhado por
ele próprio e bem ilustra o quanto o vampirismo é uma parceria sinistra.
Conta ele:
“Um jovem de pouco mais de vinte anos procurou-nos para expor o seu
caso. Começou dizendo em lágrimas, de mãos trêmulas: ‘Sou um
desgraçado que goza mais do que muitos rapazes felizes. Toda noite sou
procurado em meu leito por uma deidade loira e belíssima, extremamente
amorosa, que se entrega a mim. É uma criatura espiritual, bem sei, e não
quero aceitá-la, mas não posso repeli-la. Após, ela desaparece como nos
contos de fadas e eu me levanto e grito por ela em tamanho desespero que
acordo os vizinhos. Todos pensam que so u um sonâmbulo ou um louco.
Ajude-me, por piedade!’”
Relata o professor que o caso vinha de longe, desde os 16 anos. A jovem
lhe aparecera pela primeira vez como sua filha de outra encarnação. Na
verdade, “essa referência filial era um embuste”, observa o professor, um
engodo “destinado a aumentar as sensações com o excitante do pecado.
Seis anos depois o reencontro por acaso. Fugira envergonhado pela
confissão e com medo de que o libertássemos da obsessão. Mas já parecia
um velho, cada vez mais trêmulo e de cabelos precocemente grisalhos.
Prometeu ir ao centro que lhe indicamos, mas não foi. O vampirismo o
exauria e deve tê-lo levado a morte precoce.”
Esclarece o professor que casos desta espécie são mais freqüentes do que
geralmente supomos, mas permanec em em sigilo. “A situação de
ambivalência da vítima auxilia o vampirismo destruidor” , lamenta.
Tendências, desvios e provações3
Segundo Herculano Pires, tendências e desvios sexuais têm procedências
diversas e suas raízes genésicas podem vir de profundida des insondáveis.
Ele pondera que “a própria filogênese do sexo, que começa aparentemente
no reino mineral, passando ao vegetal e ao animal, para depois chegar no
homem, apresentando enorme variação de formas, inclusive a autogênese
dos vírus e das células e a bissexualidade dos hermafroditas, justifica o
aparecimento de desvios sexuais congênitos”.
Mais próximos de nós nas linhas de hereditariedade germinal cita “os ritos
da virilidade de antigas civilizações entre as quais a Grécia e a Roma
arcaicas, onde em várias épocas esses ritos vigoraram de maneira
obrigatória, como em Esparta, onde os efebos, adolescentes, deviam
receber a virilidade transmitida por homens adultos e viris através da
prática homossexual”.
No entender de Herculano Pires esses episód ios fornecem elementos
possíveis de explicação para o fenômeno dos desvios sexuais, uma vez que
as sensações dessas experiências vivenciadas, além da hereditariedade
filogenética, se gravam, de maneira mais ou menos intensa, nas estruturas
supersensíveis do perispírito, projetando-se em formas dinâmicas na
memória profunda ou inconsciente. “Essas formas sensoriais podem
aflorar na afetividade atual, atraídas por sensações afins, no processo do
associacionismo sensorial. Tudo, isso, entretanto, não elimina a tendência
à normalidade da espécie, principalmente num sistema básico como a da
reprodução”, reflete Herculano.
Influências espirituais perturbadoras no homossexualismo adquirido
Para o filósofo, no entanto, a maioria dos casos do chamado
homossexualismo adquirido, senão todos, provém de atuação obsessiva de
entidades atormentadas, entregues aos desvarios dos instintos inferiores,
que potencializam as tendências de suas vítimas. Mas acrescenta: “a
responsabilidade não é só dessas entidades, é também das vítimas que, de
uma forma ou de outra, se deixaram dominar pelos primeiros impulsos
obsessivos ou até mesmo provocaram a aproximação das entidades” .
Em vários casos dessa natureza há ainda os motivos de provação,
“decorrentes de atrocidades praticadas no passado pelas vítimas atuais,
que são agora colocadas na mesma posição em que colocaram criaturas
inocentes em encarnações anteriores”, segundo os mecanismos de ação e
reação das leis divinas.
É necessário transcender a visão parcial e materialista dos pr oblemas4
sexuais, que tem suas raízes no espírito reencarnado
“A lei de causa e efeito, o carma da terminologia indiana, colhe suas
vítimas geralmente no período da adolescência, quando essas ocorrências
são mais favorecidas pela crise de transição da idad e. Mas também há
casos ocorridos na idade madura e na velhice, dependentes, ao que parece
de crises típicas desses períodos. Nos casos chamados de perversão
constitucional a presença dos obsessores não está excluída, pois eles são
fatalmente atraídos e ligam-se às vítimas excitando-lhes as sensações e
agravando-lhes a perturbação”, observa o professor Herculano Pires.
Uma vez que as tendências anormais (estando elas enraizadas no espírito
reencarnado) aparecem como conseqüências de faltas ou crimes dos
indivíduos que as sofrem, sempre com a finalidade de superá -las na
encarnação presente, a meta deve ser jamais entregar -se ao dar vazão
deliberada a essas tendências e desvios.
O vampirismo cessa no momento em que o obsedado se dispõe a
reintegrar-se em si mesmo
E aqui, uma importante observação é feita por Herculano: “a objeção
psiquiátrica e psicológica de que a repressão produz recalques,
frustrações, traumas e outras conseqüências desastrosas para o indivíduo
provêm da visão parcial do problema no camp o materialista. Todas as
vitórias do homem no sentido de seu ajustamento às condições normais da
espécie são recompensadas com a tranqüilidade proporcionada pelo
ajuste, eliminando a inquietação do desajuste. Um ser bem integrado em
sua espécie corresponde à ordem natural da realidade e às exigências de
transcendência de sua própria existência”.
Nesse sentido, orienta o professor que “o vampirismo cessa no momento
em que o obsedado se dispõe a reintegrar-se em si mesmo, na posse de sua
personalidade, não aceitando sugestões e infiltrações de vontade estranha
em sua vontade pessoal e soberana”.
Os direitos do ser espiritual em evolução
Uma vez que tanto lutamos por fazer valer os direitos humanos, Herculano
vai além, conclamando os espíritas a refletirem s obre a problemática do
vampirismo, implícito nos lamentáveis desvios da sexualidade que,
desafortunadamente, vem drenando moral e espiritualmente indivíduos e
famílias inteiras em todos os segmentos da sociedade contemporânea:
“Cabe aos espíritas, que conhecem a outra face da existência, medir a5
distância qualitativa entre o entregar-se às forças negativas do passado,
como escravos de uma situação miserável entre os homens, e o ato de
empossar-se nos seus direitos de criatura humana em evolução, avançando
na direção dos anseios superiores da sua consciência humana”.
E acrescenta: “A psiquiatria materialista, que desconhece os processos
dinâmicos do espírito, pode considerar esses casos como irremediáveis e
recorrer ao processo escuso de normalizar o anorma l. Mas o espiritismo
nos fornece os recursos do esclarecimento científico e racional do
problema”.
Auxílio dos centros e grupos espíritas idôneos
O professor Herculano Pires nos leva a refletir que “nos centros e grupos
espíritas bem orientados, as perturbações espirituais de ordem sexual são
tratadas de maneira especial, em pequenas reuniões privativas, com
médiuns que disponham de condições para enfrentar o problema. Como no
caso das obsessões alcoólicas, toxicômanas e outras do mesmo gênero, é
necessário o máximo cuidado na seleção das pessoas que vão tratar do
assunto e o maior sigilo e respeito, a fim de evitar-se o prejuízo dos
comentários negativos, que influem fatalmente sobre o caso, provocando
agravamentos inesperados da situação das vítimas”.
Despertando a vontade anestesiada
Herculano ainda relata um penoso caso por ele acompanhado de
homossexualidade adquirida em que o obsedado reintegrou -se após dez
anos de luta solitária, conscientizando-se de seu problema, esforçando-se
em superá-lo através da terapêutica espírita e do recolhimento fortalecedor
da prece.
Segundo relatou ao professor, sua mãe, já desencarnada, o auxiliava através
de aparições periódicas, sem nada dizer, mas de olhos cheios de lágrimas.
“Graças a essa ajuda materna consegui u despertar a sua vontade
anestesiada e livrar-se das tentações vampirescas”.
Comenta ainda Herculano que esse companheiro tornou -se espírita e casouse.
Hoje freqüenta regularmente um centro espírita em São Paulo e se
interessa especialmente pelos casos de vampirismo. “Quer pagar com o
seu auxílio aos outros o benefício imenso que recebeu. Ninguém sabe nada
do seu passado infeliz e todos o consideram e estimam. Não foi esse o caso
de Madalena, que Jesus socorreu e transformou na primeira testemunha da
sua ressurreição?” questiona o professor.6
Conclusão
Referindo-se aos recursos espíritas nos casos de vampirismo, conclui
Herculano que graças a essa luz divina no campo da comunicação — que é
a mediunidade — “as mães sofredoras, que deixaram filhos no mun do em
resgates dolorosos, conseguem socorrê -los e libertá-los de provas
esmagadoras, que os homens, em geral, só sabem aumentar e agravar” .
E dirigindo-se aos médiuns que laboram anônima e desinteressadamente
nas casas espíritas, enfatiza: “Os médiuns precisam conhecer esses
episódios emocionantes, para compreenderem o esplendor secreto de sua
missão e a utilidade superior e humilde do mediunato que lhes foi
concedido. Chegou a hora em que esses fatos secretos devem ser
proclamados de cima dos telhados, segundo a previsão de Jesus registrada
nos Evangelhos. Mais do que nunca se comprova o adágio: ‘Ajuda -te e o
Céu te ajudará’”.

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